domingo, 28 de dezembro de 2008

Já Passou

Feirinha da Passagem

Tem de tudo
Na feirinha
Anéis, colares e brincos
Que brilham para moça
Que passa sozinha
E quase nem vê
Tem quem passe batido
Tem quem não
Tem o acarajé da baiana que perfuma
E as flores que só enfeitam
Árvores que seguram pingentes
Um mar de gente
Tem
Tem lustres que brilham o belo na retina
Tem muita luz
Doce de coco, de leite
Café pra acordar
Ervas para o descanso
Tem panos que bordam a paisagem
E a brisa que vem do mar
Que enfeitiça
Tudo isso na passagem
Tudo isso de passagem


Beijos e até!

Bicharada

Estimação

Meu bicho predileto é o Camelo
E ele tem nome
Marcelo.

sábado, 27 de dezembro de 2008

Desencontro

Tudo Meu

Aqui chove
Tudo aqui está molhado por dentro
Ainda penso...
A cidade é linda
Mesmo quando úmida
Tudo está combinando comigo
Tudo aqui é meu
O cheiro, o gosto
A alegria e a solidão
Por esse rio de emoções difusas
Ainda te encontro
Nesse Rio renasço
Tudo aqui é meu
O cheiro, o gosto
A alegria e a solidão
Tudo meu


Beijos e até!

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

A Cidade dos Artistas

O Começo

Caminho pela cidade
Maravilhosa paisagem
À beira de uma lagoa encantada
Olho para todos
Procurando reconhecer alguém naqueles olhos
Já sinto a tua falta
Mas procuro esquecer
Rio, rio, Rio
Rio do mar
Rio do ar, rio de mim
Numa esquina qualquer
Daquela rua do Rio
Cenas de ti


Beijos e até!

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

João e Maria

Por Hoje

Eu não te levarei comigo
Em nenhum lugar
A lugar algum
Juro
Tua voz não vai comigo
Apenas os versos
O bagageiro
Coração
Encheu
Mesmo que eu perca
O meu melhor lado
E não queira mais ninguém do lado
Eu não te levarei comigo
Tens um dia para sair
E levar tudo
Todos os sorrisos
Todos os olhares imprecisos
Um dia talvez eu volte atrás
Por hoje eu desisto
Perco um pedaço
Choro
Me sinto uma bosta
Só por hoje deixo de existir
Amanhã
De partida
Volto ao pedestal
Sigo intocável
E só...


Beijos e até!

domingo, 21 de dezembro de 2008

A Noiva da Cidade

Presente de Partida

Esperando que o melhor aconteça
Esqueço de mim
Atropelo meus passos
E me perco em meio a tantas
Tão voluntariosas e falantes
Que saio do prumo


Esperando por um alguém
Que acena ao longe
Mas não chega nunca
O tempo se despede
E quem parte para o incerto
Sou eu


Vou dividida
Com o coração batendo na garganta
Soluçando olhos afora
O desejo me alimenta
A vontade me corrompe

Será que isso tem nome??



Beijos e até!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Cotidiano (II)

Ponteiros

Sem tempo pra pensar
Sem ar para respirar
Correndo feito louca
Atrás do que está ali
Logo à frente
Feliz e com pressa
Ensaiando, rompendo, acabando
Desculpem
Mas minha hora está chegando


Beijos e até!

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Sem Compromisso

Agridoce

Eu quero o sabor
Da paixão na boca
Na ponta da língua
A cabeça doce
Quero tudo o que for hábil
Em uma hora débil
Quero tudo o que eu puder levar

Eu quero
Eu quero um homem agridoce
Eu quero
Eu quero um homem agridoce
Eu quero

Eu quero a sensação de moleza nas pernas
Um frio que congela o umbigo
Quero aquele vento contra os lábios
Mãos de acalmar
Olhos de ninar
Eu quero
Quero tudo o que eu puder cantar


Eu quero
Eu quero um homem agridoce
Eu quero
Eu quero um homem agridoce
Eu quero


...

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Tira As Mãos De Mim

Nanquim

De frente para a tela
Ainda sem cor
Sem palavras ou sons
Ela se pinta
E desconstrói imagens
Contornos de sentimentos
Traços firmes
Tatuagem
Emoções eternas
Tinturas daquela nova paixão
De tudo
Só sobraram as cores
Os corações
Ali não batem
Só decoram um quadro
Ainda sem nome
De frente para o espelho
Ela dança ao som dos tons
O reflexo da arte está no corpo
Nos gestos
Nas cores à carne
A boneca e seu reflexo
Sua vida
Pintura inacabada
Em pleno movimento


Beijos e até!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Morena dos olhos D'agua (II)

Bijuteria

Todos os olhos
Descansam na paisagem
Eu na ostra
Pequenas exposições
Do som que emano
Não me bastam
Mas é assim que é
Só e sempre
Sempre só
Pequena pérola
Solta no cofre
Alto mar
Auto mar

...

Camisola do Dia

Grão de Areia

Toda a tristeza
Agora transborda em choro
No coração
Um vazio de quem não veio
De quem não viu
A sutil demonstração de afeto
Toda a delicadeza
Agora por água abaixo
Se transfoma em nada
Nada houve
Eu nada soube
Do amor
Eu nunca aprendi a preparar a cama
Só sei deitar
Toda a beleza
Agora transformada nesse canto
Grão de areia, solidão
Triste canção

...

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Essa Moça Tá Diferente

Jantar Você

Eu vim aqui
Para jantar você
Engolir olhos
Mastigar com vontade
Eu vim
Vim para dizer que
Tenho vontade
De te guardar em mim

Eu vim aqui
Para digerir você
Inteiro
Sem cortes
Me alimentar por simples desejo
De amor
Eu vim
Vim para te esconder em mim

Eu vim aqui
Para deglutir você
Sem dividir com ninguém
Dedos, língua e tronco
Todos dentro de mim
Eu vim
Vim para comer você

Eu vim aqui
Para jantar você
Saborear cada pedaço
Sem deixar nada no prato
Eu vim
Vim para te levar em mim


Beijos e até!

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

A Mais Bonita

Mulher Beleza Rara

Sim
Só vim para dizer o que sinto
Por que não sei fazer diferente
Por que não sei fazer melhor
Não
Eu não estou aqui de graça
Não nasci para carcaça
Rara beleza de mulher
Mulher beleza rara
É
Agora que já não posso mais te mandar embora
Não lembro bem
Quando te deixei entrar
Ou quando
O descuido me pegou
E deixou a alma aberta
Sim
É isso
Vim até aqui, na chuva
Só para dizer oi
Não
Não foi só por isso
Também queria dizer
O quanto tenho sonhado
Por noites e dias
Com aquele beijo
Que ainda não foi roubado
Do frio da barriga a cada abraço
Sim
Acho que sim
Que não quero mais desistir
Não eu não quero mais esconder
Sim
Eu estou te dizendo sim

Beijos e até!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Janelas Abertas Número 2

Lá de Dentro

Quando me vejo
Em teus olhares de espelho
Quase esqueço aberta
A porta do peito
Um dia
Ainda aposento esse cadeado...
Nesse dia terá festa
Música e dança
E muito mais
Janelas abertas
Ao som dos passarinhos
Isso é tudo o que eu posso dar
Um amor bem lindo, leve
E florido!

Beijos e até!

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Você não Ouviu

Antiga

Não gosto de barulho
Não me venha com ruídos
Som tem que sair da mão
Do pé, da boca
Ranger de dentes, piscar de olhos
Pulsar de veias
Batidas de um bumbo-coração
Lá da curva dos olhos
Por onde mostro toda a mulher que sou
Chega desse disturb
Dessa cama de mentira
Eu quero o som dos pássaros
Dos cocos e congas
Quero palmas estaladas
Rompendo um silêncio constrangedor
Quero e como quero
Morrer ouvindo o som
Do amor

Beijos e até!

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Sem Açucar

Bem fundo

Não me canso de ouvir
A melodia repetindo
E perguntando
Cadê Você?
E ela repete
Se for confiante
Vou acreditar
Mas não acredito
E ela repete e repete
Eu em transe
Imaginando
Como seria
Confiar, de novo?
Problema difícil
Rara equação matemática-emocional
Cadê a coragem?
Cadê a leveza?
Cadê a destreza?
Prefiro continuar ouvindo
Insone
Esperando pela flor...
Cadê Você?




Beijos e até!

PS: Ouçam: Ana cañas - "Cadê Você?" http://www.youtube.com/watch?v=G8HKnH24AoA

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Cantiga de Acordar

De Abrir A Voz


De abrir a voz
Ecoar pelo céu
Agudos sentidos
Sem escalas em dó
De cantar
Assim
Pra todo mundo sentir
Entoar felicidades
Escondidas por aí
Assim
De abrir o peito
E confiar na melodia
Nas combinações
De cantar
Justificar minha existência pelo som
Da minha voz
Assim
De amar
De cantar

Beijos e até!

A Voz e o Dono da Voz

Mais Forte


Mais forte
Mas bem de leve
Primeiro pelos ouvidos
Depois pelas costas
E peito
Onde a arritmia
É senhora
Mais forte
Cruzando a linha
Irrompendo o vazio
Agora
O ritmo é a pulsante
Dançante
Mais forte
Bem ali
Onde tudo explode
Mais forte
Ali onde tudo aninha
Mais forte



Beijos e até!


* Cadê Você? *

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Vai Passar

De sapatinho Vermelho

Ela vem
Com seu sapatinho vermelho
Trazendo um delírio a cada passo
O sapatinho vermelho
Viaja por ela
Já passeia sozinho
Pelo mundo
Ele pinta quadros
Em sua cabeça
E em toda a arte
Estão os pezinhos
Vestidos

Com aquele sapato
vermelho sangue
Vermelho da rosa
Vermelho morango

Ele chapa a tela
E por toda a parte
Rubi, marte, maçã
Pitanga, pare, Ferrari
Táxi, lírio, cabeça de fósforo
Um pôr-do-sol
Agora o tapete é vermelho
Para ela passar

Com aquele sapato
vermelho sangue
Vermelho da rosa
Vermelho morango

Beijos e até!


PS: Valeu Jeff!! EEEE! Shhhhhhh!!! Hahaha!!!!

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Carioca

Curto

Quando a roda gira
É preciso ficar de pé
Parado
Só bambeie para o samba
Nunca para a corda
Acorda
Quando a roda pára
É tempo de mover
A vida para frente
Os passos pelo caminho


Beijos e até!

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Atrás da Porta

De Chuva

Na chuva
Mais uma vez
Exibo toda a minha solidão
Um seio arrepiado pelo frio
Que vem da alma
Mais uma vez
Peito aberto
Ferida que não seca
A chuva...
A roupa grudada
Nunca mais despi meu coração
Ele nunca mais bateu em vão
Só por obrigação
O corpo tem que se manter vivo
À espera dos primeiros raios de sol
Eu os espero
Aqui
De olho
Na chuva
Que pinga dos olhos


Beijos e até!

PS: Para Lailoca!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Mar e Lua

Bicudos

Convidei pra sentar
Não quis
Quando tentei falar
Não calou
Fez pouco caso
Eu gata
Unhas cortadas
Mas pronta pro ataque
Contei
Cem
Sem paciência
Cantei
Si, lá, mi
E ele nem ligou
Boca de jacaré
Nada dele fechar
Ouvido de bicudo
Nada de escutar
Um dia mato
Me mato de tanto gostar
Eu rio e renego
Toda a canastrice que ele
Às vezes me dá
Entro pela porta
Dou aquele abraço
E esqueço desse
Destino em desatino
Brincando
De nos fazer brigar


Beijos e até!


PS: Para o mala mais amado desse mundo!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Alô, Liberdade

Bem Bamba

Bem assim
Do jeito que eu li
Confortavelmente entorpecida
Já não me sinto mais
Sem certezas
Que beleza!

Na corda
Bem bamba
Lá vem
A dama da noite
A diva da hora


Sem tempo
Pra conversa desafinada
Embarco hoje
Direto para o amanhã
Sem caminho volta
Dou a volta por cima
Te enrolo, te canto
E continuo

Na corda
Bem bamba
Lá vem
A dama da noite
A diva da hora


Beijos e até!

PS: O mar estava flat, agora entrou a série! Hahaha!

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Cotidiano

hipermetropia

Assim
De cair e levantar
De chorar até dormir
E acordar
Sou como vento
A favor ou contra
Empurro, movimento
Um mar sem onda
Que engana
Mas leva
Quem sabe
Seja parecida com sonhos
Que só se sonha acordado
Sou aquela que dança
No escuro das horas
Briga com o tempo
E brinca de vida
Que não desiste
E se existe
É só para fazer graça
Pisca e faz charme
Para o espelho
Amor e ódio
Sou assim
Aquela que canta
Uma por todas
Todas em mim


Beijos e até!

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Embolada

Não Sei Mais Nada

Me transformarei
Naquelas vozinhas
Que escrevem pharmácia
Decapitaram nossa língua
A deixaram quase muda
Língua sem língua
Para ti e pára já
Como parar de fato
Sem acento??
Elas têm
Ou tinham?
Ai, ai...


Beijos e até

Ela Faz Cinema

Na Batida

Coração mole
Manteiga
Derrete por qualquer chapa
Morna
Coração fraco
Pára à toa
Arritmia bandida
Doido
Descompassa
Perde a linha no mapa da vida
Sai do tom
Coração bom
Bomba quando quer
Explodindo energia
Multifacetado
Já depôs a cabeça
Há tempos
Assim eu vou
Pulsando pela vida

.
.
.

Beijos e até!

Corrente

Contra a Corrente

Elas têm estado junto a mim
As sereias
Entoando meus versos
Em prosa comigo
Ultimamente tenho me embalado
Por esse canto
Elas aparecem quando bem querem
Inundando minhas rimas
Elas têm estado junto a mim
As sereias
Querem me levar de volta
Desgarrada
Não quero mais o fundo
Quero hipnotizar o ar
Levar ao céu
Em terra firme
Quero todos vivos
Sorrindo
Em pé, aplaudindo


Beijos e até!

Biscate

Efeitos Sonoros

Aqui
Ainda um pouco fora
Daquela de sempre
Posso dizer que
Eu ria de sem-vergonha
Com todo o pudor que só o medo traz
Mas ria...
Enquanto fingia que te ouvia
Pensava no que aconteceria
Se eu ouvisse o canto da sereia
Me tornaria mais uma vala
Comum?
Eu ria...
Mesmo assim
Me arrepia
O som e o dom de irritar
E é lindo
Ver aquele "chato" sorrindo
Ele nem sempre sorri com os olhos
E eu digo
Ainda sou seu amigo


Beijos e até!


PS: Não resisti. Aqui, eu posso tudo...

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Brisa do Mar

Apreciação

Tão distante e tão perto
Eu te sentia quase ao alcance das mãos
Minha voz quase podia ser ouvida
O que nos separava?
Dez passos, lomba acima
Talvez
Todos os meus sonhos reunidos
Bem à minha frente
E eu ali, sentada
Sem poder fazer mais do que
Aplaudir e continuar desejando
Minhas asas crescendo e eu doida para voar alto
Pés fora do chão
Eu sucumbi ao encanto da sereia
Ouvi minha voz
Vinda do mar
Ouvi tua voz do alto
Eu te vi voando


Beijos e até!

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Angélica

Eu Não Sei Fazer Música II

Quantas vezes eu preciso me fazer soar
Para explicar que só sei cantar
E nada mais do que agrupar palavras
Escrever poemas
Brincar que senti o que jamais vi
Que vivi o que nunca ouvi
Me disfarço em sílabas
Tônicas são as idéias
Hoje sou diva
Amanhã rainha
Ontem, não lembro mais

Porque eu não sei fazer música
Nem enquanto sereia
Não sei fazer música

Não é tão difícil de entender
Estranho é não ter argumentos
É olhar no espelho e ver uma coisa só
Me travisto de outras palavras
De outros homens, de mil mulheres
Solfejo conceitos
Rima de letras
Letra é música para os meus olhos
Música vem de fora dos meus ouvidos

Porque eu não sei fazer música
Nem enquanto sereia
Não sei fazer música

Meu canto é o que digo
E da melodia me visto
A música é mais que isso


Beijos e até!

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Eu Não Sonho Mais

Sem rodeios

Não quero mais poemas
E nem músicas de encomenda
Quero alguém que me prenda
Pela pulsação
Sem palavras bonitas ou beijos na mão
Quero um homem que entenda
E traduza um "talvez"
Não quero um monstro
Travestido de herói
Não quero mais poemas
E nem músicas de encomenda
Quero ser devorada pela verdade
Quero um ato de amor
Sem nenhuma cerimônia
Nem nada que pareça educado
Quero um coração
Músculo ereto e pulsante
Um vôo rasante na alma


Beijos e até

Eu te Amo

Eu nunca amei Ninguém

Nunca fui tua
Fingi
Nunca fui
Nunca senti tudo aquilo
Só fantasiei
Por isso nunca bati à tua porta
No meio da noite
Nem te escrevi mil cartas de amor
Porque nunca te amei
Aquela importância toda
Eu que inventei
Como inventei o príncipe
O cavalo, o castelo
E depois o bandido
Nunca enlevaste minha alma
Nem elevaste minha cama
Você nunca sequer me tocou
E todas aquelas noites
Já viraram dia
E aqueles lençóis
Há muito secaram
E todas as vezes que eu disse que amava
Pirraça
E todas as vezes que ouvi
Trapaça
Teu nome é menos um na lista de telefone
Hoje o amor sou eu
Eu sou o amor
Eu sou o amor



Beijos e até!

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Gente Humilde

Conversa Afiada

Pra você que não tem coragem
De ver o que sobrou
Que mantém um porte de perdedor
E insiste em tratar os outros
Como a si mesmo
Espelhando lixo
Pra você

Mando um grito de euforia
Uma conversa afiada
Cheia de nenhuma rima
Mando também um breve recado
Só volta, o que já foi mandado

Não me encare com maldade
Nem me venha com esse papo, sou coitado
Não caio mais em vãos de pensamentos derrotados
Pra onde foi, aquela pessoa companheira?

Agora pense
Para onde foi a certeza de que valeu a pena?
O hoje é o ontem que passou
E se esse não bastou
Pense avante, sempre em frente
Tente e "retente"
Por você

Mando um grito de euforia
Uma conversa afiada
Cheia de nenhuma rima
Mando também um breve recado
Só volta, o que já foi mandado


Beijos e até!

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Futuros Amantes

Pluma

Espio
E não vejo quem bate
Abro
Nem penso
Escancaro portas
Cortinas e janelas
Não escondo mais
As frestas
Me jogo
Nos teus braços
Deslizo por entre teus dedos
E como pluma
O sentimento voa

Quando te encarei
Pensei em casar
E quando te abracei

Antes chão
Agora ar

Bem leve
A alma, o corpo
Desmedidos
Renasço a cada passo
Te pinto
Bandeira do amor
Hasteada em mim
Dançando passos de vento

Quando te encarei
Pensei em casar
E quando te abracei

Antes chão
Agora ar


Beijos e até!

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Boi Voador, Não Pode

Bingo da Amizade

Acabaram com o samba
Perderam a razão
Sairam do tom
Erraram na mão

Todo o domingo
Eu saia cedinho
Ensaiando o meu passo
Encontrava os amigos
Contava histórias
Dançava miúdo
No passo que o mestre ensinou
Mas parece que nem todo mundo
Entendeu o samba
Pisaram na cova
Se deram rasteira
E ainda por cima
Tiraram pra otário
O velho refrão
Que dizia...
(não deixe o samba morrer)

Acabaram com o samba
Perderam a razão
Sairam do tom
Erraram na mão


A luz se acendeu
E o surdo parou
Agora não tem mais nada
Não tem mais noitada
Domingo, agora
Só se canta pedrinha
Não tem mais cavaco
Nem briga de amor
Meu samba
Virou um bingo
Tranqüilo, sem graça
E sem som

Acabaram com o samba
Perderam a razão
Sairam do tom
Erraram na mão

PS: Para o meu Mano, com amor.

Beijos e até!

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

O Que Será?

Nós

Com um punhado de notas
Componho a valsa que te faz dançar
Um bocado de letras
E talvez a história que vai te levar
Por onde os sentimentos se escondem
E brincam de pegar um coração
Com um beijo te acordo
Te desperto para sonhar
O sonho de flutuar acordado
Meu cheiro, veneno
Então te sinto aqui dentro
Indo e vindo
Balanço de vento
Cabelos alados
Me viro e mexo
Rodopio
Mas teus olhos dos meus não fogem
Tua mão na boca
Na perna, na alma
Resgata
A minha não toca
Aperta
Segura, tatua
Tu, agora
Me veste
Eu
Apenas nua de mim
E nós?



Beijos e até!

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Eu não Sonho Mais

Mais que Soluço

Meu choro
É muito mais que lágrima rolando
É tristeza transbordando
Um rio
Escuro e turvo
Quando os olhos não
Conseguem ver o que vem pela frente
O peito aperta
E o nó se torna maior que a voz
Quando um dom se torna fardo
Quando um sonho
É difícil de ser alcançado
O peso, por vezes
Se torna maior que a vontade
Meu choro
É água sangrando
É mais que soluço
Um lamento molhado
Eu choro
Mas não desisto
Só desaguo para perder o peso
Pois a viagem é longa
E o caminho, seco
Mas não importa
Eu continuo sonhando

Beijos até!

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Faceira

Essas, As Outras, Aquelas

Para tudo ela tem resposta
Eu, ouvido
Para as coisas que não estão postas
Revela
Em todos os cantos
Se mostra
Para eles
Ela é aquela
Que não fala
Berra
Que não esfria
Degela
É todas
Essas, as outras, aquelas
Se me quiser por um beijo
Desisto
Se me der um tapa
Revido
Quero o hoje
Agora
Para o amanhã
Nem te digo
Me cansei desse nada por dentro
Quero um amor novo
De novo e de novo
Soterrando meu peito


Beijos e até!

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Cadê Você (Leila XIV)

Ela Fugiu

Num dia de chuva
Que chovia
Do céu e dos olhos
Me disse um engraxate loiro
Sabe o que é amor?
Nove anos com a nega
Sempre comigo
Ai que falta ela me faz
Volta nega
Volta
Ele se perguntava
E me perguntava
Tentando entender
Cadê minha nega?
Já procurei "por tudo"
Ela estava caminhando do meu lado
E sumiu
Devolve a nega
Devolve a nega
E ele continuava dizendo
Não consigo nem engraxar direito
Que falta essa nega faz
Ô nega
Faz dois dias
Que eu não te vejo
Será?
Volta nega
Senão eu choro
Volta nega
Volta

Beijos e até!

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

As Atrizes

Laço de Fita

Um laço de fita
Para amarrar a sua atenção
A um palco repleto
De rosas
A um palco tonto de doidas
Mulheres, meninas
Crianças
Com um top ou nó
Prender uma repiração
E num sopro de amor
Jogar todo o ar
Do peito
Direto para a canção
Chiquita Bacana
Maria Bonita, Nega Fulô
Somos todas
Somos uma
Quem vai querer comprar?
Jogamos sonhos das sacolas
Invadimos os lares
Que dancem os contentes
E cantem os aprendizes
Das nossas notas
Sai o todo
O melhor de nós



Beijos e até!

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

De Todas as Maneiras

Paráfrase

Pergunta para Humberto:

E se a TV estiver fora do ar, quando passarem os melhores momentos da minha vida?

.
.
.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Brejo da Cruz

Ponto-e-vírgula

Mãos atadas
Olhos vendados
Pés suspensos do chão
Ninguém percebe o meu desespero?
Não há quem se compadeça
E me liberte?
Sozinha, eu não consigo
Por mais que eu berre
Não ultrapasso a cortina
Dos ouvidos moucos
Que me cercam
Estou cansada das não-atitudes
De ser quase
De quase ter
Da ânsia que me consome
Não há alento
Nem respeito
A que mundo pertenço??
Subjetividade?
Tchaaaau, me esqueçam
Me deixem se burra!
Me deixem!
Que essa merda de voz suma
Me deixem ser muda!!!!

domingo, 10 de agosto de 2008

O Velho

Pescador de Sonhos

Na história tem mar?
Tem
E cachorro?
Tem
Tem lutinha?
Sim
E roda gigante?
Não, muito perigoso
Ah...
Vamos ao parque?
Eu quero um chinelo novo, me dá?
E se eu fosse uma índia, qual seria o meu nome?
Lábios de mel
Esse era o meu nome
Na tribo
Que ele inventava
Ele
O Touro-Sentado
Um índio sem pelos e bem branquinho
Eu vidrada
Imaginando o arco e flecha
E ele era muitos outros
Cantor, ator, músico
Eu era o piano
A cada nota uma risada
Muitas cócegas
Aprendi a nadar, virei sereia
Ele era o mestre
Pescador e baleia
Mergulhador sem calção
Jogador de futebol, de volei
De cartas
Imbatível com elas
Motoqueiro fantasma
Voava...
Doido e zangado
Um chato
Me larga
Vai pro teu quadrado!
Ele fez tudo
O choro, o riso
As nuvens
O infinito
Foi ele
Tudo o que eu vejo
Vem dele
O que eu escrevo, o que eu penso
O que eu sinto
Foi ele quem fez
Foi ele quem me fez

PS: Para meu pai, com amor.

Beijos e até!

Ciranda da Bailarina

História e Ficção

Por onde fui
Já cheguei
Rodando dentro dos ventos
Que sopram da minha cabeça
Desorganizo as idéias
Para voltar a pensar
E deixo, deixo
Deixo
A ilusão me guiar
Danço para os seus olhos
E com passos de bailarina
Divirto o seu coração
Com leves toques
Destravo o peito
O choro é água lavando
Toda a mágoa
Agora tudo brilha mais que luz
E a bailarina
Dançando
Enquanto a solidão vai levando


Beijos e até!

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Choro Bandido

Leitura da Cegueira

Os olhos em toneladas
Úmida face
Respiração de hortelã
Queima e gela
Na cabeça
Milhares de sentenças
Que não se encontram
Que não me fecham
E se eu escrevesse em português errado
Quem me julgaria?
Quem me condenaria à classe dos sem bons adjetivos?
Que se dane a literatura!
Quem nunca teve o seu dia de g e j?
Quem nunca confundiu amor, pavor
E amizade?
Que atire o primeiro Aurélio!
Que atire algum pedaço do seu antigo
Inteiro coração
Cansei do texto feliz e certeiro
Eu desejo a todos
O poder multiplicador da dúvida
Só ela transforma

Continua...

Beijos e até!

Deixe a Menina

Samba Para Ela

Como num passo
De um samba feito para ela
A menina desencantou
E por uma noite
Pôs-se a dançar
Como se fosse a mais bela
Dançou, sorriu, cantou
No salão, só dava ela
Não havia a timidez habitual
A despeito da pintura
Que lhe corava a face
Os olhares certeiros
Não a intimidaram
E só por essa noite
A garota sorriu

Abram alas, cantem viva
Já é hora do tempo abrir
Abram alas cantem viva
A dor não mora mais ali

O seu corpo
Ainda fechado
Anuncia a hora das portas abrir
E encerrar um passado
Há muito guardado
Já cansado de tanto existir
Nas notas um sol
Brilhando no céu
Das bocas
Sorrisos
Pingentes da face
A quem tem asas
O vento ensina
E mesmo na neblina
Esse aprende a voar

Abram alas, cantem viva
Já é hora do muro cair
Abram alas, cantem viva
Venham todos aplaudir


Beijos e até!

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Ai, Se Eles Me Pegam Agora

Alice e seu Coelho

De fato, não nasci para paisagem
O mirante da minha vida
Não me acalma, nem conforta
Não consigo ser impávida
Por mais que eu tente
Mesmo presa nessa geleira
Não consigo esfriar
Sou quente
Palavra que borbulha
O tempo insiste em não me acompanhar
Fico esperando que ele me alcance
Muitas vezes chego a parar
Mas parece que estou sempre à frente
E ainda assim
Os ponteiros me apontam seus dedos em riste
E o velho tic-tac
Me cutuca à mente
"Seu tempo está passando, mocinha!"
Que medo de quem não sabe esperar
Que medo de mim
Um dia eu aprendo
E que esse dia seja ontem...


Beijos e até!

quarta-feira, 30 de julho de 2008

A Rosa

De Passagem

Não tenho embasamento teórico
Para nada
Não leio grandes pensadores
Não escuto música erudita
Sobre russos, sei muito pouco
E por vezes
Sou bem tabaroa
Canto senão murcho
Escrevo porque transbordo
Vejo sentimento até em paralelepípedo
Me emociono e choro
Por coisas que passam despercebidas
Me sinto, por vezes
Como se tivesse
Caído em um abismo de som e letras
Por lá, Chico sempre está a ecoar
As notas que uma vez escutei
Jamais saem dos meus registros
Minha memória é visceralmente
Fresca
Catalogo sensações
Engaveto sofrimentos
E estendo em meus varais
Alegrias coloridas
Mistura de luz e sombra
Frase tão banal
Também sou um pouco disso
Miro lo que admiro
Ou não
.


Beijos e até!

terça-feira, 29 de julho de 2008

Ana de Amsterdam

A Esmo

Temperamental e forte
Às vezes sinto como se tivesse
Parido o vento, uma tormenta,
Os sopros do mar
Forte
Não consigo gostar do que escuto
E me deleito ao solfejar
Temperamental
E aquela flor exposta
Sim, ainda me toca
Por que sempre me exponho
Mais que o aceitável?
Enquanto, por vezes
Gostaria de estar invisível
enterrada
Raíz
Se ele é Camelo
Eu sou tigresa
Se ele um cachorro
Eu gata
Bicudos podem se beijar?
Versos misturados
Sem rima
E quando eu repito que
Não sei fazer música
Ele também não acredita
E fica tentando entender
Que tal parar de tentar me dominar
Na hora errada
E do jeito errado?
Amigos de sempre
Conhecidos de ontem
Uma escrita a esmo
Sem ordem
Sem harmonia
E por vezes desafinada
Isso soa parecido comigo
Livre, densa
E solta

Beijos e até!

Dura na Queda

Tradução

Quanto mais eu escuto
Mais me sinto a personagem principal
Da canção, da história que passa na minha cabeça
Ele me canta
Ele me deixa tonta
De tanto imaginar
A cabeça
Gira, gira
E o resto treme
De medo
De vontade
A música toca
E a estrela sou eu
Enquanto ele toca
Quem sente sou eu
E quanto mais escuto
Mais traduzo o que sinto
E quanto mais ele toca
Mais verdadeira me sinto

Beijos e até!

Abram alas para o mestre...


Dura Na Queda
Chico Buarque

Perdida
Na avenida
Canta seu enredo
Fora do carnaval
Perdeu a saia
Perdeu o emprego
Desfila natural

Esquinas
Mil buzinas
Imagina orquestras
Samba no chafariz
Viva a folia
A dor não presta
Felicidade, sim

O sol ensolarará a estrada dela
A lua alumiará o mar
A vida é bela
O sol, a estrada amarela
E as ondas, as ondas, as ondas, as ondas

Bambeia
Cambaleia
É dura na queda
Custa a cair em si
Largou família
Bebeu veneno
E vai morrer de rir

Vagueia
Devaneia
Já apanhou à beça
Mas para quem sabe olhar
A flor também é
Ferida aberta
E não se vê chorar

O sol ensolarará a estrada dela
A lua alumiará o mar
A vida é bela
O sol,a estrada amarela
E as ondas, as ondas, as ondas, as ondas

domingo, 27 de julho de 2008

Assentamento

Quase Esquecido

No meu palco
Ninguém brilha mais que eu
Nos seus olhos
Ninguém reflete tanto
As palavras me vem como água
Mas, às vezes
Um silêncio me inunda
E me mata por dentro
Assim renasço
E me reinvento
A cada instante
Já não sei se estou só conversando
Ou blefando
Você sabe quem sou eu, agora?
Me reconhece assim
Nua?
Para onde foi
Aquela outra
Tão segura?

Beijos e até!

PS: Lembras daquele brain, mestre?

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Eu Sou a Árvore

À Espera

Perto do pomar
Tem sempre um moço
Que cuida das suas frutas
Como um cão
Faminto, ele olha por toda a parte
E não vê ninguém
No seu íntimo
Deseja alguém que venha roubar-lhe
A fruta
Pois não vê graça em saboreá-la
Em solidão
Mas aquela vigília tornou-se
Sua companheira
Ele dela depende
Ela nada lhe dá
Um dia
O sol aparece
E o brilho intenso
Que na maçã reflete
Lhe cega e doura a face
Nesse instante de luz
Aparece ela
Aquela que pára sua respiração
A cada movimento
Ele parado
Enquanto ela morde
E saboreia cada dentada
Ele também
Ao longe
E nesse instante
Ele percebe
Que não mais possuía um pomar
Pois agora
Havia alguém a quem amar


Beijos e até!

Desencontro

Amor e Outras Histórias

Ele diz que não quer voltar
Mas a cada dia que passa
Marca mais um traço no calendário
Enquanto ela canta
E pensa
Que nunca pensou
Que teria que se desapaixonar

E se eu desdissesse tudo o que eu disse?
E retrocedesse mais que milímetros?
Seria o suficiente para desfazer esse nó?

Ele se diz curado
Mas segue a procurar um antídoto qualquer
Por bares e lugares
Que não lhe dizem nada
Enquanto ela finge que já passou
Que o rombo no peito fechou
Ela sempre finge
Ela sempre inventa um mundo de histórias fantásticas
Enquanto ele acredita
Que tudo isso é verdade

E se eu dissesse que não sei fazer diferente
Mas estou tentando?
E se eu admitisse ser uma grande mentira
E reinventasse tudo
De novo e de novo...

Beijos e até!

domingo, 20 de julho de 2008

A Violeira

Eu Não Sei Fazer Música

Entra e sai
Vai e vem
Apresentações e despedidas
Os olhos procuram por algo novo
Mesmo em meio a totais desconhecidos
Como você se sente dentro da barriga?
Ela mexe, quando você a empurra
A métrica aqui fora é a mesma
E tudo é vida
Como Cecília
Também não sei
Em que espelho perdi minha face
Nem com quem ela parecia
E quando você me pergunta
Como eu imagino a melodia
Eu fico muda
E você não acredita
Nesse silêncio
Mas
Eu não sei fazer música
Mesmo compondo ambientes com som
Eu não sei fazer música
Mesmo enquanto sereia
Eu não sei fazer música

Continua...


Beijos e até!

domingo, 13 de julho de 2008

Cantando no Toró

Tudo Misturado

Repito essa música
Cantando
Eu berro por dentro
Que tal despertar?
Repito essa música
Berrando
Eu choro por dentro
Por que eu não me escuto?
Como pude
Ir embora, assim
E me despedaçar??
Me diga
Como pude??
Por favor, me diga agora
Ou será
Que ninguém vai perceber
Que talvez
Eu esteja infeliz
Por saber...


Não Vá Ainda

Composição: Zélia Cristina Duncan e Christiaan Oyens

O que você quer?
O que você sabe?
Não é fácil prá mim
Meu fogo também me arde
Às vezes
Me vejo tão triste...

Onde você vai?
Não é tão simples assim
Porque às vezes
Meu coração não responde
Só se esconde e dói...

Por favor não vá ainda
Espera anoitecer
A noite é linda
Me espera adormecer
Não vá ainda
Não, não vá ainda...

Me diga como você pode
Viver indo embora
Sem se despedaçar
Por favor me diga agora
Ou será!
Que você nem quer perceber?
Talvez você
Seja feliz sem saber...

Por favor não vá ainda
Espera anoitecer
A noite é linda
Me espera adormecer
Não vá ainda
Não, não vá ainda...

Por favor não vá ainda
Espera anoitecer
A noite é linda
Me espera adormecer
Não vá ainda
Espera anoitecer...

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Bom Tempo

Reza Braba

Já faz um tempo
Mas ainda sinto a falta
Daquelas tardes
De risos sob lençóis
E desse cheiro
Que não sai do meu travesseiro
O tempo voa
A vontade
Chão

Mandei benzer
Aquele São Jorge que você me deu
Pra ver se tudo muda
Mandinga pouca
É bobagem
Vem logo
Te espero no portão
Vem logo
Segura e não larga mais
Do meu coração

Vamos voar de novo
Dar asas à imaginação
De que vale uma vida
Sem graça, sem paixão?
Cansei de brincar de não

Mandei benzer
Aquele São Jorge que você me deu
Pra ver se tudo muda
Mandinga pouca
É bobagem
Vem logo
Te espero no portão
Vem logo
Segura e não larga mais
Do meu coração

O valor do sonho
Está no bolso de quem o sonhar
Pago pra ver
Como o nosso caminho
Ainda vai
De novo florescer
Por isso...

Mandei benzer
Aquele São Jorge que você me deu
Pra ver se tudo muda
Mandinga pouca
É bobagem
Vem logo
Te espero no portão
Vem logo
Segura e não larga mais
Do meu coração

Beijos e até!

PS: "Ai Jéfi, você me dá cada idéia..."

terça-feira, 8 de julho de 2008

Almanaque

Samba das Palavras

Policromia
Multifunção
Polivalência
Falência, rouquidão
Com quantas palavras se conquista
A multidão?
De quantas notas é feita essa canção?
Democracia, anarquia
Repressão
Incompetente, descrente
Eu digo não
Com quantas palavras se destrói uma nação?
Com quantas notas eu componho o teu perdão?
Simpatia, sintonia
Sensação
Arritmia, batida
Pulsação
Com quantas palavras se conquista um coração?
Com quantas notas se denota uma paixão?
Palavras representam tudo
Sou mudo
Não falo
Através das palavras
Me calo

Beijos e até!

PS: Essa é doidera pura!

Canção dos Olhos

Jogo de Espelhos

Há algum tempo te observo
Com o canto dos olhos
Sem nenhuma palavra que me declare
Escuto
Indentifico os sons
A tonalidade das cores
Reparo
Há tempos não acredito muito
Em quase nada
Mas escuto
Vejo gestos minimamente articulados
Junto a uma fala precisa
Sinto
Ao longe
Uma vontade de provar
O que parece ser rijo e forte
Mas ainda não sei se acredito
Não sei se entrego
O doce
Pela boca
Há algum tempo me observo
E vejo que estou me transformando
Voltando à flor
Curando o que não foi
Só por isso
Te vejo, ao longe
Como um espelho
Que me reflete

Beijos e até!

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Você vai me Seguir

Avante

Minha imaginação
Dá asas a quem não sabe voar
Vamos ver tudo de cima
Do céu da sua boca ou da minha?
Essa mente vaga
Que não oferece chão
Só um teto
Que não quer mais pão
Só afeto
Cansou dos sete palmos
Agora quer o ar, quer o mar
Quer tudo o que o nada
Não tinha para dar
Que gosto tem o meu nexo?
Aposto em agridoce
Mas quem dera
Antes fosse
Tão fácil de decifrar
Minha imaginação quer
E põe à prova
Todos aqueles que não sabem
Que sabem voar

Beijos e até!

segunda-feira, 23 de junho de 2008

A Volta do Malandro

Terno Azul

Chegou, sentou
Deitou a cabeça em meu colo
Havia terra por todo o seu corpo
Sujando seu terno azul
Enquanto assistíamos aquele filme
Pela segunda vez
A cena se repetia
Aquele amor parece imortal
Não macula, não machuca
Não existe
Foi só um sonho
Enquanto mulheres casavam
Com rosas vermelhas nas mãos
Outras falavam
Será que será para sempre?
Outras esperavam bebês
Com a urgência de ontem
E eu aqui, com essa cabeça em meu colo
Adorando essa sensação de falso amor
Vivendo como se estivesse em um vídeo
Estática, com medo de acordar

Beijos e até!

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Cara a Cara

Nua e nada mais

Mais uma vez nua
Sem nada que me tape ou esconda
Em toda tela que vejo
Há uma pintura
Uma tinta que cobre
O que antes era cru
Em mim, não
Não tenho nada de cores
Mais uma vez aqui
Sentada sobre o meu medo
Esperando pelo que
Não sei
Se você me encontrar
Não me olhe com aquele espanto
De quem vê a carne
Baixe a cabeça
Ou suma do meu mundo
Mais uma vez inerte
Sentindo aquele peso
Do enorme vazio que carrego
Sentindo aquela vergonha dos que
Não tem
Mesmo que eu te varra
Você continua aqui
E mesmo que eu te exploda
Você insiste em existir
Mais uma vez nunca
Nunca mais te quero aqui


Beijos e até!

sexta-feira, 13 de junho de 2008

A Moça do Sonho

Jogo de espelhos

Não sei em que canto escondi
Todos esses sentimentos tão entocados
Não sei por onde começar
Por dentro ou por fora?
Quando a cabeça se torna oca
O corpo assume a dívida
Como se fossem um só
E não deveriam ser?
Como é difícil procurar
Sem saber o que encontrar

Cala a boca menina!
Eu não quero mais te ouvir
Cala a boca Menina!
Finja que eu não estou aqui!

E tem jeito dela obedecer?
Tem uma que grita e outra que cala
Não sei por qual começo
O coração ora na boca, ora parado
E ela, como morta
Nem pisca
Uma melodia alegre escondedo aquela profunda
E insistente tristeza
Como acabar com ela?
Se não sei em qual delas se esconde


Cala a boca menina!
Eu não quero mais te ouvir
Cala a boca!
Finja que eu não estou aqui!


Somos tantas
Sempre tivemos pouco
Sempre tivemos menos
Eu sempre soube, que poderia mais
Se virássemos aquela que sempre sonhamos
Separadas
Mas em cumplicidade
Hoje me vejo
Em pedaços
Em várias
Sou tantas e nenhuma
Por enquanto
Enquanto a única dorme
Mas seu sono está cada vez mais leve
E ela
Alguma hora virá
E virá cantando

Canta menina!
Canta que eu quero te ouvir
Canta menina!
Finja que de ti, eu nunca saí


Beijos e até!

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Lábia

Sai!

Por que você não vai embora de vez
Ninguém precisa dessa sensação
De vigilia velada
Some da minha cabeça
E dos seus arredores
Eu não preciso mais dessa merda de sentimento
Quem me vê
Não lhe vê mais
A nossa imagem não existe
Hoje
Nem nunca foi verdadeira
Não nasci para ficar
No balcão
Esperando que alguém me compre
Some!
Minha vida agora é outra
Sai dos meus sonhos
Não lhe quero mais em mim
Agora só quero voar
Para longe de quaisquer garras
Das tuas, dos teus
E das minhas
Bem-te-vi, rouxinol, sabiá
Quero cantar, quero cantar
Para bem longe desse teu ninho de cobras
Quero voar

domingo, 1 de junho de 2008

Pedaço de Mim

Em Pedaços

Nas lembranças mais profundas
Ela sempre aparece
Naquela casinha, de madeira
À beira mar
Em um lugar onde
O tempo
Era sempre ensolarado
E quando chovia
Era só alegria
Bolinhos, risadas
E jogos
Preenchiam aquele dia choroso
Não lembro quando foi a última vez
Que vi esmeraldas
Mas lembro delas me observando
Atentamente
Adorava aqueles cabelos cor de prata
Que pareciam nuvens
E a felicidade eminente a sua presença
Onde não havia tempo ruim
Tudo estava de acordo
Hoje o tempo mudou
E minha história mais uma vez se fragmenta
Perdi mais um pouco da minha infância
Quando o tempo se resumia às estações
Agora ele apresenta sua outra face
A mais feia
Aquela que dá
E depois retira
Hoje, morri mais um pouco
Enterrando mais um pedaço adorado
Do meu tão presente passado

Beijos e até!

PS: Para a minha Mima, com amor.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Voltei a Cantar

Regalo

Eu gosto de Rock
Eu gosto de Blues
Gosto de Jazz e Samba
Eu gosto de reggae
E de tudo mais aquilo que me pegue
Me atinja no centro
No meio de tudo aquilo que não tem alvo
Cada um envolve
Cada uma daquelas que me habitam
São tantas que
Por vezes me perco no final das contas
Das notas, das bocas
É por isso que eu gosto
Só assim me permito
Libertar as tantas que sinto
Eu canto porque gosto
Porque quando eu canto
A todos encanto
Com tantos rostos estampados em um só corpo
Quando eu canto
A todas elas garanto
Um espaço nesse mundo
Que tanto me olha com espanto


Beijos e até!

Você vai me Seguir

Saída

Fico curiosa
Em saber
Como funcionará aquela casa
Que não tem porta
Escuto barulhos
Que não identifico
Que barulho é esse?
Se a casa não tem portas
Porque não vejo o se passa por lá?
Não coleciono nada
Só memórias
Coisas comuns me atraem
Mesmo eu sendo um tipo diferente
Seria bom se eu pudesse
Me livrar daquele ranço
De passado
Daquela velha forma de reagir ao que me toca
Seria bom
Seria Phoenix
Ainda me trasformo
Quando não quero
No que mais detesto
E aquela casa segue sem as portas
Como pode?
Me sinto uma hospedaria cheia delas
Ainda não sei o que escondo por trás
E não me canso de tentar me libertar
De quando em quando
De porta em porta


Beijos e até!

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Acalanto

Enquanto isso...

Por aqui, o meu mundo segue a girar
Não sei bem para onde
Sinto os meus pés fora do chão
Firmo minhas mãos, ao meu velho sonho
De sempre
E nunca
Ainda me vejo lá em cima
De um palco, que dá para o além
De mim
Sinto falta daquela
Que aqui não mais está
Daquela que mesmo
Sem nunca ter se afastado
Das minhas mais remotas lembranças
Deixa um buraco
Deixa um legado
De risos, de cômicos dramas
De explosões
E o mundo gira
E segue
E nós seguimos as mesmas
As diferentes de sempre
Sempre as de sempre


PS: Para a grande-pequena Kemily!

Beijos e até!

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Amanhã, Ninguém Sabe

Mão

Está tudo escrito em meus traços
Nas palmas
Cada contorno, cada ponto cego
Tem olhos que enxergam
E lêem, claramente
O emaranhado
Quantos traços são necessários para a construção de um caminho?
Não quero retornar para contar
O marca-passo
Agora, está ligado
As linhas cruzadas
Estão dando interferência
Não quero voltar
Não quero ficar aqui sozinha
Vou cortar essa linha!
Cadê a minha cabeça?
Fugiu do meu corpo e
Levou aquela consigo
Quem disse que eu quero ficar com essa?
A mão sempre aberta
O coração trancado
Ninguém entra
Ninguém sai
Mas tenta fugir
Eu sigo vivendo, aqui
A vida que eu mesma escrevi


Beijos e até!

domingo, 11 de maio de 2008

Abandono

O Nada Normal

Mais um dia assim
Triste
Pelos cantos
Sem som
Mais um dia sem canto
Mais um desencanto
Na casa não teve nada
A casa é só
A casa
Mais uma vez
Atirada à sorte
Não teve ninguém que demovesse
Não teve o que a convencesse
A voltar para casa
Nada de presente
Ninguém presente
Só nós
Só os que sobraram
Aqui
Não teve abraço
Aqui
Não teve beijo
Aqui
Não teve


Beijos e até!

Bye, Bye Brasil

Valsinha para a Gêmea

Te sinto tão perto
Que não há oceano que aparte
Onda de sintonia
Que pega nos mais distantes pontos
Do raiar do dia
Ao escurecer da noite
Pega no fundo da alma
Encontrei algo muito semelhante
Ao meu reflexo no espelho
Assim, gostei de me ver
Fico pensando no
Não estar físico
Que me entristece
E logo finjo que esqueço
Quero te ver entrando pela porta
Com aquela manta que esvoaça
Adoro fazer parte de todos aqueles planos
Quero criar a duas mãos
Uma vida de imaginação
Quero dar todo aquele pano para manga
Que sempre dou, só para implicar
Quero ver sair daqueles panos
Toda aquela arte
Que pára olhares
Que transborda o belo
Volta logo
Estou te esperando aqui
Com um café quentinho
Um abraço, um colo, um canto
Para ninar aquela que eu amo tanto!

Beijos e até!

sábado, 3 de maio de 2008

Iracema Vôou

Paralelos

Enquanto finjo que esqueço
O mundo vai girando
Para longe de mim
Enquanto me distraio
Aquelas dores no peito
Vão diminuindo
Mas não somem
Enquanto me refaço
Finjo que nada
Aconteceu
Mas não esqueço
Então
Faço de conta
Que não te vejo
Minando os meus sonhos
E por vezes
Povoando pensamentos
Imagens de mentira
Enquanto me disfarço
Não sinto as diferenças
Nem dimensiono os vazios
Esqueço os vãos
Não vejo mais espaço
Para aquele velho sentimento
Não me vejo mais naquela
Nem nessa
Simplesmente não me vejo mais
Para onde foram os espelhos?
Enquanto finjo que não sei dos refletores
Me escondo
De todas as que me povoam
Digo que não sei de nada
E me livro de algumas
Digo que não vi a que horas cheguei
Assim
Parece que jamais saí
Atendo
E quem me fala é o engano
Desligo
E o engano continua falando
Então sigo mouca
E finjo que nada sinto

Beijos e até

terça-feira, 29 de abril de 2008

A Foto da Capa

Para Fora de Mim

Unir forças
Ranger de dentes
Qual o preço da aceitação?
Rejeição
Não obrigada
Abstinência
Não me canso de querer
Perder esse pesar
Muito peso, por nada
Qual o preço da capacidade?
Exercício
Batimentos
Eterno exercitar
De cérebro
Quando terá início?
E fim?
Como faço para sair de mim?
Qual o preço da vaidade?
Se não der
Se eles não forem embora
Agora
Eu não quis?
Não pude?
Qual o preço da virtude?


Beijos e até!

segunda-feira, 21 de abril de 2008

A Cidade Ideal

Lembrar de Esquecer

Tenho que lembrar de ser
Aquela que sempre sabe tudo
Que exorcisa os fantasmas
Para algum lugar bem longe daqui
Lembrar de ser a mais forte e tesa
De não levar desaforos a lugar algum
E de, também, nunca dizê-los
A saída por cima
Nunca deve ser esquecida
Tenho que lembrar de ser mais eu
Mais todos
Em uma só
De ser boa
E gostosa
Lembrar de ser mulher
Linda
Ter o corpo rijo
Esquecer de chorar
Esquecer dessa solidão que quase mata
Lembrar de parecer sempre
Com aquela diva
Com aquela luz
Esquecer do escuro que abrigo
Lembrar de lembrar
Quem sou eu


Beijos e até!

Bancarrota Blues

Barulho

Silêncio
Uma pausa dramática
Muito barulho
Em nada
Com os ouvidos atentos
Escuto o que ninguém fala
Esse medo
Que se tem
Do nada a dizer
É
Por não se ter mais o que ouvir
Ou pela ausência de conteúdo?
Barulho, barulho, barulho
Esse embrulho de sons
De onde vem?
Não entendo o seu som
Nem comento se é bom
Apenas escuto
O silêncio acabou
Meu Deus
Tava tão bom!


Beijos e até!

sexta-feira, 11 de abril de 2008

A Permuta dos Santos

Às vezes uma coisa leva a outra
Um comentário
Vira o centro
De tantos sentidos
Enquanto isso
Monto o meu cenário
Cada vez mais perfumado e colorido!

Obrigada pelo texto! Lindo demais!


O Fora de Mim Físico

Jeferson Haas

E agora, pequeno novamente
Sem chance para a maior prova de amor
Corrompendo meu discurso, demagogo, assim
Sem chance para dar a mão ou receber a troca

Tempo de mudança
Gira-gira, não mais criança
Tempo de insensatez
Tentando ser feliz...

Ontem, as paranóias do passado
Hoje, a soma das negações
No meu rosto empalhadas

Tempo de mudança
Rodar pião, não mais criança
Tempo de insensatez
Esquecendo de ser feliz...

Sem chance para a resposta positiva
Sem chão para encontrar uma saída

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Geni E O Zepelin

Corpo Estranho

Tudo nela parece desajeitado
Fora do lugar
O nariz
O cabelo
Emaranhado
Tem um caminhar engraçado
Um olho esbugalhado
Que olha não sei pra quem
Com que andará a dividir
Seus sonhos?

Que males são os que vem
Para o bem?
Eu não sei

Que olhares permeam
Seu corpo
Com que gosto?
O português é errado
O pensamento prejudicado
O levar da vida desengonçado

Que males são os que vem
Para o bem?
Eu não sei

Castigo foi o seu parto
Desapaixonada de nascença
Não há doença, nem crença
Que a demova
A idéia é sempre a mesma
Persiste
Essa infinita solidão
é assim
Tão feia, burra
e triste

Que males são os que vem
Para o bem?
Eu não sei


Beijos e até!

domingo, 6 de abril de 2008

A Mão da Limpeza

O Retorno de Saturno

Estava ali sentado
De longe
Não parecia nada
Um olho se abria
Enquanto o resto dormia
Sei que ainda consigo lembrar
O que todos pareciam
Ter esquecido
Nas placas
Setas
Nos desenhos
Alerta
Por onde vou
Onde quero chegar?
Perto e longe
É logo ali
Meus passos
Transformarão o caminho
Nos cantos
Em mim
Procuro sons
Que nunca ouvi
Quem sabe?
De hora em hora
Aquele momento, é pra agora?
Menos ilusão
Menos amarras
Nas buscas, nas ruas
Nas notas que faço
Deixei para trás
O cansaço de quem nunca tentou
Tomei posse de um destino
Até ontem andarilho
Por terras sem fim
Agora sei onde encontrar meus sonhos
Agora sei onde buscar o melhor em mim


Beijos e até!

domingo, 30 de março de 2008

La Nuit Des Masques

La Môme

Com uma rosa eu vou
Mostrar ao meu amor
Toda beleza e luz
Que tenho em meu coração
Quem já me viu chorar
Não vai acreditar
Que hoje
É a mesma
Aquela dama a cantar

Não tem explicação
Não há desilusão
Que vá fazer meu peito
Parar de vez

Então me dê o tom
Maestro, por favor
Vamos mostrar ao mundo
Para que viemos, então
Não quero mais morrer
Não quero nem saber
De quem ainda
Não aprendeu a viver

Não tem explicação
Não há desilusão
Que vá fazer meu peito
Parar de vez

Agora vou partir
Mas estarei aqui
Sempre a cantar e sorrir
Para essa vida que
Nem sempre me fez feliz
E para a música, que um dia
Me fez existir
Lá, rá, lá, rá, lá rá
Lá, rá, lá, rá, rá...


"Allez, venez, Milord!/ Vous avez l'air d'un môme!/ Laissez-vous faire, Milord/ Venez dans mon royaume:/ Je soigne les remords/ Je chante la romance/ Je chante les milords/ Qui n'ont pas eu de chance!/ Regardez-moi, Milord/ Vous n'm'avez jamais vue.../ ...Mais... vous pleurez, Milord?/ Ça... j'l'aurais jamais cru!" - Milord -


Ps: Uma singela homenagem à Piaf.

Beijos e até!

quinta-feira, 27 de março de 2008

Essa Passou

Fora

Um barulho constante
Sinais que se fecham
Alertas por pouco
Coisas que me tiram o sono
Gritos sem motivo
Sem aviso
Julgamentos
Pouca leveza
Me tira do ar
Má vontade
Negatividade
Bipolaridade
Me faz irracionalizar
Sem cabeça
A voz sobe
As palavras descem
Não me toque!
Respiro, escrevo
E me culpo
Será que nunca perderei os escrúpulos?

Beijos e até!

Gesubambino

Aos 33

Pretendo viver
Ser aquele alguém
Que povoa o meu imaginário
Quero não mais mentir
Não mais enganar
A mim
Aos 33 do segundo tempo
Quero marcar
Aquele gol
Marcar aquela alma que tanto amo
Pra sempre
Com as 33 chances que recebi
Não sei bem o que fiz
Mas com as próximas 33
Saberei bem
Com 33 amadas
Aprenderei a amar?
Com 33 magoadas
Conseguirei descansar?
Tenho 33 qualidades
E mil defeitos
Tenho 33 talentos
E alguma falta de jeito
Também tenho muita vondade
De que mesmo?
Com mais de 33 anos
Serei um velho conhecido da vida
Esse poema, com 33 frases
Se tornaria perfeito
Mas quem sou eu
Para me achar tão correta
Com 33 linhas eu poderia dizer
Tão pouco do tanto que penso


PS: Para alguém especial...


Beijos e até!

terça-feira, 25 de março de 2008

Cordão

Poeminha Envergonhado

Ele disse
Falou tudo pra mim
Tudo de mim
O que bem quis
E eu, ali
Boca
Não mais Chiusa
E coração aos pulos
Nem sempre se recebe
Carinho, assim
Por transferência
Que essas palavras
Se tornem a nossa realidade
Que transformem a vida, hoje
Tão sem graça
Em um conto
Um canto
Pra sempre...

PS: Para Diogo Gomes, o meu amor em forma de poema...

Até o fim

Muito prazer

Diogo Gomes

Prazer de conhecer
Prazer em ler
Prazer de poder compreender

A história dessa gata
Que quase que diariamente se renova

A história da gata ansiosa
Um dia brava
No outro prosa
Que quer saber ontem
O que será do amanhã

Relaxa, goza, curte
O que é teu está guardado
Ninguém vai tirar de ti

Tudo tem seu tempo
Seu talento
Brilho, e hora para acontecer

Você não é diferente...

Relato de um amigo...
Jovem, porém maduro
Que sempre q pensa em futuro
Enxerga a o seu sucesso

PS: Ele escreveu, mandou muito bem e escolheu até o nome do post! Obrigada Dioguito!

segunda-feira, 24 de março de 2008

O que será? (à Flor da Pele)

Novo Amado

Vontade de sentir
Aquele desejo genuíno
Que treme paredes
Que desarma toda e qualquer reserva
O ventre desabrochando
Contraindo
E dilatando
O coração
Cheio de sins e afins
Vontade de sentir o momento de entrega
O movimento
De novo e de novo
Saudade daquele fogo
Do amor
Que devasta todo e qualquer sentido
Que arde nos olhos e aguça os ouvidos
Sentir a pressão
Aquela respiração
Completamente alterada
Por mim, só pra mim
De ser o centro de uma alma
De povoar o imaginário
De quem me conhece tão bem
Vontade de ter um novo
E completo amado
Que perdure
Que se mantenha sempre
Não só dentro de mim
Que me envolva em seus braços
E aceite o meu sim

Beijos e até!

quarta-feira, 19 de março de 2008

Trocando em Miúdos

Abandono do bem

Ai moça
Não pense que a luz vai apagar
Por tão pouco
Não transfira o que há de melhor
Para um mal temporário
De que adianta
Tanto lamento?
Quem não sofre
Não vive
E só vive
Quem se dá a viver

Um chorinho aqui
Um sorriso acolá
Fiz esse sambinha, amor
Só para te animar

Não fique pensando
Que existe um remédio
Não busque aqui fora
O que só tem aí dentro
A cura para o peito que aperta
É o tempo quem dá
E esse antídoto
Ninguém se nega a provar

Um chorinho aqui
Um sorriso acolá
Fiz esse sambinha, amor
Só para te animar

Um dia você acorda
E pergunta
Cadê?
Da fresta
À porta aberta
Sol, flores e cheirinho de bolo
Vão enfeitar o seu
Antigo outono
A tristeza se foi
Sem deixar nem bilhete
Enfim um abandono do bem
Que traz a paz
Não importa a quem

Um chorinho aqui
Um sorriso acolá
Fiz esse sambinha, amor
Só para te animar


Beijos e até!

PS: Sambinha pra Dani!

segunda-feira, 17 de março de 2008

A Noiva da Cidade

Para Quem já Se Foi

Aceitei meus defeitos
Mas não a troca
Perdi meu brilho
Tempos depois
O reencontrei
Debruçado em uma janela
Para fora de mim
Até quando durará o seu natal fora de época?
Por quanto tempo
Carros e ferramentas funcionarão?

O que foi trocado
Não mais aceitará devolução
Via de mão única
Única mão
Querendo ou não

Quando o inverno chegar
Que casacos vestirá?
Quem dividirá a cruz com você
Quando essa mentira acabar?
Em minhas memórias
Nem todas as dívidas foram pagas
Mas não aceito devolução
As lágrimas estão perdidas
As noites nunca mais serão dormidas
Por quanto tempo
Esse refúgio lhe protegerá?

O que foi trocado
Não mais aceitará devolução
Via de mão única
Única mão
Querendo ou não


Um coração parado
Que muito me bateu
Agora volta a pular
Cantar e dançar
Quem amou e esqueceu
Essa não fui eu
Minhas trocas
Me valeram
Minhas lembranças
Te esqueceram
Adeus!

O que foi trocado
Não mais aceitará devolução
Via de mão única
Única mão
Querendo ou não


Beijos e até!

domingo, 16 de março de 2008

Amigo é pra essas Coisas

Nós, Elas e Eu

Armas de fogo
Bélica amada
Que brincadeira foi aquela
Teria tradução para aquele sorriso?
Não soubemos decifrar
Quando uma se aparta
Das que sempre estiveram por lá
Cria um vento gelado
Sempre a soprar
Todas fomos uma
E ainda
Uma mais diferente que a outra
Todas tão iguais
Uma que cria
Uma que guarda
Uma que quer procriar
Uma que canta
Uma que costura
Uma que quer costurar
Lá vai aquela
A mais bela não sei destacar
Ainda Somos todas em uma
Ainda Somos as que sempre vão estar


Beijos e até!

Ela Desatinou

Caça-Palavras

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I
D
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O
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POR ONDE ANDARÁ MINHA
I
N
S
P
I
R
A
Ç
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O
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Beijos e até!

sexta-feira, 14 de março de 2008

É Tão Simples

Braile

Leia
Preste atenção!
Leia meus sinais
Leia meus lábios
Beije
Olhos bem abertos
Eu olho
Pra você
Além
Além mar
Quem me olha
Nem sempre vê
O que meus olhos escondem
Você não vê?
Então
Agora descanse os olhos
Olhe essa sensação
De não ver nada
E de sentir tudo
O cheiro
Do momento
O paladar dos meus
Olhares
Que gosto tem?
Sinta com as mãos
Leia meu corpo
Desvende a minha obra
Tire os véus
Veja
Não sou eu
Aquela fortaleza


Beijos e até

quarta-feira, 12 de março de 2008

Baticum

Palmas


Estalar de dedos
Ranger de ossos
Bater palmas
Sinto na palma da minha mão
Um ar de aprovação
Utilizo da planta
Da mão
O tom de sim e não
Atenção!
Bato palmas de alegria
Para a minha vizinha
Que lá de longe vem
Bato palmas de ironia
Em meio àquela briga
Tão triste e vazia
Bato
Porque não me calo
Frente ao que é belo
Bato porque me canso
Dos palmos que medem nossa distância
Bato
Bato palmas
À minha intolerância
Bato ao instante perfeito
À surpresa que eterniza esse momento
Uma salva de palmas
Palmas
A todos esses sons
Que saem, quase sem querer
Das palmas das minhas mãos


Beijos e até!

Cálice

Bocca Chiusa

E eu digo basta
Àqueles que não possuem verbos, substantivos
Muito menos adjetivos
Por favor
Ó Deus das palavras
Perdoe aos que não as fazem brilhar
O óbvio me cansa
Revolta
Não só sei cantar palavras
Não só sei dos tons
Sei mais do menos
Que cor tem a coragem?
Vermelha, azul ou branca?
Digo, profiro, repito a todos
Salve às palavras
Baixinho ou em grito
Digo, profiro, repito a todos
Escutem o silêncio
Dos sons do medo

Beijos e até!

segunda-feira, 10 de março de 2008

Valsinha

Brinde a Quem Vier

Quero que meus sonhos prossigam e tomem forma
Acredito em tempos mais suaves e gentis
Por onde passei
Semeei o amor
E por isso
Espero o tempo de colheita
Aprendi nesses anos vividos
Que muitos outros virão
Melhores ou piores
Não importa
Pois as mudanças
Já brotaram em mim

Beijos e até!


PS: Para Pati

domingo, 9 de março de 2008

Mulheres de Atenas

Domina

Ela pode te deixar em fúria
Te provocar à erupção
Pode lhe tatuar a alma
Com seu poder de interrupção
Quem escapa do seu legado
Nunca mais encontra um chão

Ela tem o poder
O poder é todo dela

Mãe da terra
Governa o sol
e se transforma em lua
Quando bem quer
Esse brilho te cega
E não te deixa dormir
Do chão brota seu ventre
Do mesmo chão que nascem as flores
Do mesmo perfume

Ela tem o poder
O poder é todo dela

Não há homem
Que resista a essa energia
Não há homem que não queira
Essa magia
Em seu braços
Jaz a alegria dos fracos
E a tristeza dos bons
Que a ela se curvam
Que a ela se entregam

Ela tem o poder
O poder é todo dela

Essa mulher que cara tem?
Às mais belas
Já deu à luz
Às mais feras
Já deu mansidão
Não tem do que reclamar
Pois dela os Deuses parecem gostar

Ela tem o poder
O poder é todo dela


Beijos e até!


PS: Mãe! A "Maníaca do Roma", atacará novamente! Hihihi!

Moto-contínuo


Eros e Psique

Fernando Pessoa


Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.

Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.

A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.

Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.

Mas cada um cumpre o Destino
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.

E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,

E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.

E Se...

Príncipe de Hera

Quem é esse homem
Que anda por ruas onde jamais passei
Porque se envolve em roupas que jamais usarei
Como reconhecer a face que nunca mirei?
Acerto em pedir que volte
Mesmo sem nunca ter partido
Acerto em pensar que ele se esconde
Mas como?
Se ele mora em meus pensamentos
Sinto o seu cheiro
Imagino seus beijos
Durmo pensando
E acordo sonhando
Que príncipe é esse
Que esconde seus louros?
E esse gosto na boca
Que acaba comigo
Amora, cereja, morango
Me perco em pensar
Que esses braços
Que nunca senti
Vão para sempre
Me embalar

Beijos e até

PS: Eros e Psique...

sexta-feira, 7 de março de 2008

Ela Desatinou

Napoleana

Com um imaginário
Onde habita
Um leão, que por vezes se transforma em macaco
As flores tem sabor, não mais cheiro
Onde as árvores dançam
Ao som do instrumento que invento tocar
As roupas tem vida própria
E me vestem
Quando bem querem
A quem distraio?
E você
Se distrai de quem?
Navego por mares que bem entendo
Nas horas onde sou Rei
Rainha e boba
De uma corte
Que só faz à corte a mim
Meus cabelos
Servem para medir o vento
E como venta por aqui
Nessa cabeça
Ora oca, ora louca
Ele insiste em desarrumar o que não tem mais jeito
Desse jeito
Brinco com o que quase parece normal
Vivo e morro
Nesse mundo
Quase sempre real


Beijos e até!

quinta-feira, 6 de março de 2008

Cotidiano

Quanto pesa?

Que cansaço me dá essa busca
É o sucesso, é o prazer, é o ouro
Tenho que me relacionar
Ser a mais bela
Abrilhantar ambientes
Estudar
Tenho que arranjar mil maneiras de caminhar
Na corda, na linha, adiante
Tenho que me realizar
De qualquer jeito
A que preço?
Não posso engordar
Não devo xingar, brigar
E nem gritar
Meu pai já disse
Para eu me manter sempre de pé
Sem me curvar
E quando a cruz pesa?
É o carro, é o teto, é o pão
Às vezes o chão sai andando
Até quando acordarei cantando?


Beijos e até!

segunda-feira, 3 de março de 2008

Porque Era Ela, Porque Era Eu


Canção para Ela

Sinto que há alguém
Que por onde vou
Marca meus passos
Cuida de mim
Para onde estou indo agora?
Olho para o céu e sinto uma estrela
Que me guia
E brilha, e brilha...
Pelo caminho vou plantando flores
De afeto e alegria
E isso marca os meus passos
Eu rezo e peço
Pelo andar de todos
Para que estejam sempre comigo
Aqueles que trazem o bem como escudo
No meu caminho nasceram as flores
Eu sinto o perfume
Amor-perfeito
É perfeito
Esse amor que marca os meus passos

Beijos e até!

sábado, 1 de março de 2008

Copo Vazio

Espaço

Há vazio em um lago, em um rio
Há vazio nos clarins da banda
Nas notas, no Tom
Nas letras, no Chico
Desarticulação
Em um mar, um bar, um lar
No espaço há vazio
Um vazio gentil e lunático
Não quero esperar em vão
Nesse vazio de horas
Há vazio nos poemas que faço
Nas músicas que ainda não fiz
Esvazio a alma com palavras que não digo
Minto que não existe esse vazio
Ainda acredito que há algo em mim


Beijos e até!

Acorda Amor


Perdoa, errei

Por todos os santos
Onde andava a minha cabeça!
Que confusão foi essa?
Que situação difícil, sem volta
Momentos de angústia e pressão
Sensação das mais malvadas
Sem amor, sem amor
Onde andavam meus critérios!
Haverá perdão
Para minhas fantasias distorcidas?
Toda essa infantilidade
Ainda vai me fazer
Retornar à barriga
Todo esse nojo
Não mais me serve
Onde andava o meu paladar?
Que gosto é esse?
O amargo da culpa
É o mesmo vazio do coração
Sem amor, sem amor

"Deixa eu brincar de ser feliz/ Deixa eu pintar o meu nariz..." - Todo Carnaval tem seu Fim (Marcelo Camelo - Los Hemanos)

Beijos e até!

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Bancarrota Blues

Desconexão

No assentamento das idéias
Nada tem criado raíz
Flashes esparsos
Cegam, confundem, distraem
Quanto custa uma cabeça nova
Com novas maneiras de entendimento?
Quero o depois
Chega de tantos antes e durantes
Esse canto não tem nexo
Tente imaginar
A desconexão de um pensamento
Esse canto não tem nexo
Tente imaginar a desconexão de um lamento


Beijos e até!

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Aquela Mulher

?

Eu quero fugir desse curso
Tracei os meus planos
Sob que condições?
Quais eram os passos para o próximo passo?
Acho que me perdi
Mãe me ajuda
Oh Mãe, cadê?
Para onde foi a minha antiga ignorância?
Será que devo velá-la?
Sentir com propriedade
Dói tanto
Mãe me embala
Oh Mãe, porque?
A cada evolução
Por melhor que ela seja
Conflitos se abrem
Para nunca fechar
E os pensamentos se perdem
Mãe me acalma
Oh Mãe, você?
Agora me volto
Me acho, me assalto
Em braços
Que nem sempre me vêem
Quero dormir
E acordar noutro mundo
Transpor esse muro
Que sempre me cala
E nem sempre em mim crê
Mãe me fala
Oh Mãe, me lê

"... Hey mãe! Já não esquento a cabeça/ Durante muito tempo isso foi só o que eu podia fazer/ Mas, hey hey mãe!/ Por mais que a gente cresça/ Há sempre coisas que a gente não pode entender..." - Terra de Gigantes (Humberto Gessinger) -

Beijos e até!

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

A Bela e a Fera

Eu?

Sou tudo que se lê, que se sente, que pulsa
Tudo que te cega, que te salta, que te irrita e revolta
Sou tudo o que ignora, que revela e clareia
Sou tudo de mulher, de homem, de bicho
Sou a praga que mata, um sono sem sonho, uma longa demora
Um amor que flutua, uma ação que redime, um sopro de vida
Aquele bote bem dado, um calor desalmado, merecido descanso
Tudo que te arremata, que te mata por dentro, que te brilha por fora
Sou aquela que te frita, te gela, que se parece com fera
Sou tudo que serve, tudo que minto
Sou tudo aquilo que visto
Sou tudo de bom, de ruim, sou todas dentro em mim

Beijos e até!

Construção

Algumas pessoas têm me perguntado se esses textos e poemas são meus. A resposta é: sim! Também me perguntam no que eu estava pensando no exato momento da criação. A resposta é: não sei!
Essas palavras e frases, simplesmente saem, transbordam e eu estou adorando! Sempre sonhei com as minhas próprias composições e elas estão finalmente nascendo, sem grandes dores de parto...
Muito obrigada aos que lêem, aos que gostam, aos que não gostam, aos que deixam recadinhos, aos que não lêem e mal sabem que são fonte de inspiração também. Enfim, Obrigada!


Beijos

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Alumbramento

Diva

Com cara de Deusa
Rainha do seu povo
Em seus sonhos
Constrói castelos, inventa reinados
E o seu povo a ama
Como a uma Santa
Seu sangue é quente
E em suas veias corre feito fogo
O veludo da fala
O teatro das mãos
No balançar sinuoso dos quadris
Ela hipnotiza seu público
Super-mulher, super o que quiser
No coração a multidão
Nas roupas, nos dedos, nos cabelos
Um tanto de brilho
Um tanto de cor
Um tanto de tudo
Na voz um cantar perigoso
Ele atrai
Ele a trai
Ele mora nela
Ecoa por entre seus lábios
E através dele, todos sabem
Que vem a diva
Todos vêem
Que ela é diva
Ela é diva

Beijos e até!

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Até Pensei

Primeiro

Por traz de todo aquele preto
Havia um lago colorido
Cheio de vida
Eu duvidei, pensei que jamais voltaria ao que era
Todo aquele medo
De repente passou
E todas aquelas vontades nasceram
Havia mesmo vida no lago
Um linguado linguajar de corpos
Que se rompem
Eu duvidei
Que sentiria tudo de novo
Mais e mais uma vez
E mais uma vez
Se repete
Todo o gelo secou
O que era amargo
Adoçou
E ela ainda canta
E canta, e canta
E ela ainda encanta,
Encanta
E canta


Beijos e até!!

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Com Açucar, Com Afeto

Docinho

Pra você eu fiz um bolo
Só pra você
Com muito recheio
Bem fofo e docinho
Dividi em pedacinhos
Quadrados, redondos
De estrela
Quem sabe no céu de sua boca
Ele brilhe
Pra você eu fiz um bolo
Só para você
Espero que goste
Do gosto e do cheiro
Que tem o meu tempero
Chocolate, banana, baunilha
Para enfeitar a sua vida
Pra você eu fiz um bolo
Pra você
Pra você
Só você

Beijinhos e até!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

A Ostra e o Vento

Espaços(de tempo)

O tempo
Tem vezes me cega
Me leva para o fundo
Do poço das horas
Não espere tanto por mim
Meu tempo é outro
Meu tempo é meu
Vivo em um mundo indivisível
Repleto de cercas e muros
Enxergo por entre frestas
Por onde só os raios me alcançam
Cantando eu te chamo
Te trago ao meu mundo
E jogo o feitiço
De nunca escapares das grades
Das horas que passas comigo

Beijos e até!

Apesar de Você

Alienada por opção, alijada politicamente, totalmente por fora dessa podridão! Essa sou eu, prefiro mergulhar em outras águas... mas por mais que a minha opção seja a de abstrair toda essa nojeira, não tenho como não me sentir tocada por esse texto. Por isso, abro as portas do meu Blog para que a a minha grande amiga Márcia Carneiro possa extravasar o seu talento para a escrita e toda a sua indignação.

"Quando chegar o momento/ Esse meu sofrimento, vou cobrar com juros/ Juro!" - Chico Buarque

Beijos e até! Boa reflexão...

BRASIL - ORGULHO E ÓDIO

Márcia Carneiro Luiz

O meu sentimento de orgulho por viver em um país tropical, com belezas naturais muito requisitadas, com pessoas lindas e criativas que fazem nosso padrão estético e nossa arte serem reconhecidos mundialmente, berço de idéias inteligentes que contribuem para o desenvolvimento mundial, enfim, um país abençoado e bonito por natureza, está totalmente soterrado por um sentimento feio, pobre e nojento.

Ao mesmo tempo em que amo, odeio este país. Odeio a gente brasileira. E não me excluo. Odeio-me também!

Desculpem frisar tanto a palavra ódio. Minha mãe sempre falou que não atrai boas energias e sei disso. Mas, no momento, estou odiando nosso país..

Talvez o ato de escrever este texto tenha surgido da necessidade de vomitar por meio das palavras tais sentimentos, colocar para fora e assim não sentir tanto ódio de mim mesma.

Minha maior revolta já deixou de ser por causa de políticos corruptos, assaltantes e assassinos inescrupulosos impunes, pessoas irresponsáveis no trânsito, empresários corrompedores, presidentes e sua prole política, entre tantos outros responsáveis por este caos que vivemos.

Minha revolta, a que resulta em sentimentos ruins, é com todos nós. É com o povo deste país que chora ao ouvir nosso hino, que bate no peito para dizer que é brasileiro. Estes que se emocionam ao ver nossas seleções jogarem, que acham a Floresta Amazônica nosso bem mais lindo e precioso, que dizem que vivemos em um país fantástico.

Realmente, vivemos no fantástico país das tragédias, comédias e folhetins banais e somos dignos deste adjetivo oco.

Oco como as atitudes vazias deste povo que "ama" o seu país, mas vive nele como se estivesse assistindo uma novela ou o Big Brother. Só que não se dá a o trabalho nem de ligar para votar nos “paredões”.

Somos meros espectadores desta novela mexicana, ops, brasileira, que, a cada capítulo, pode até surpreender, mas o final é sempre banal e previsível. Talvez por isso cada vez nos damos menos Ibope.

É bem verdade que estes capítulos vendem alguns jornais, revistas e telejornais e fazem sobreviver os veículos de comunicação que ainda vendem informação. Embora estes a cada dia sejam mais "comprados" e manipulados para divulgar notícias mornas e superficiais. Veículos de comunicação e jornalistas sérios estão em extinção. Faz tempo que a temporada de caça a eles está aberta. Pobres coitados! Destes não tenho ódio. Tenho orgulho, vontade de ser igual quando crescer.

Escrevo para tentar despertar o verdadeiro sentimento patriota, inclusive o meu.

Vamos acordar, eu quero acordar! Não basta pensar só no meu umbigo. Enquanto for assim, tudo vai continuar podre.

Infelizmente, me sinto sozinha, tentando unir forças com pessoas que não sei quem são e não sei se sentem o mesmo.

Não agüento mais ler o jornal e ficar indignada. O que fazer? Penso em me filiar a um partido político, tentar fazer alguma coisa para ajudar. Mas que partido? Não confio em partidos. Não confio na política!

Sou uma descrente – meu Deus, o que me tornei?!

Minha vontade agora é deletar tudo o que escrevi......

......Pensei muito nisso. Acho que vou incomodar as pessoas com este texto.

Mas querem saber? Resolvi apertar no enviar e botar para fora meus sentimentos. Acho que vou me sentir melhor depois disso.

E digo mais: quero fazer alguma coisa pelo nosso país. Minha parte como empresária e cidadã ética e correta procuro fazer. Se alguém souber o que mais posso fazer para acabar com a papagaiada que lemos nos jornais diariamente, por favor, dê -me uma luz.

Quero que nosso dinheiro seja bem empregado. Precisamos de educação, sim. Saúde, sim. Segurança, sim. Entre muitas outras coisas. Até porque, pagamos (muito caro) para não recebermos isso. Nossa carga tributária está entre as maiores do mundo, todo mundo está careca de saber. Sem contar os outros impostos implícitos na nossa vida. Trabalhamos para sobreviver, não para viver.

Não quero que meus filhos tenham uma mãe carrancuda e descrente com o país no qual eles vão nascer. Ainda posso ajudar a mudar isso e vou tentar. E vocês?

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Baioque

Sabe aquela história do "um dia a coisa vai"? Acho que a minha está indo... Estou, aos poucos, enfrentando os meus fantasmas. Eu já falei em posts passados, da "digestão" da minha voz, de como estou lidando com perdas, dos escravizantes pensamentos a respeito do meu eu, provenientes da terapia. Agora a bola da vez é o canal que está se abrindo dentro de mim, para o meu dom. Estou descobrindo, aos poucos, complementos à minha voz. E estou amando!
Essa polivalência está sendo, além de gratificante, muito interessante...
Pequenos e pouco óbvios posts para grandes lances!

"Existe aqui uma mulher/ Uma bruxa, uma princesa, uma diva de beleza/ Escolha o que quiser..." - Ana Cañas

Beijos e até!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Basta um Dia

Peito Alucinado

Esse peito que fora roubado
Chora assim descompassado
Por um alguém que nem sempre vem
Espia cada movimento, cada esboço de sentimento
Pede e ignora
Rejeita e implora
Como quem nada tem
O seu castigo agora eu digo
É esperar como um coitado
Por um peito alucinado
Que sempre será de outro alguém...

Devaneios terapêuticos..


Beijos e até!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Cobras e Lagartos

Nota: Esse blog não tem o mínimo intuito de instruir ninguém! Como eu bem disse no post de apresentação, ele tem o papel de libertar a minha mão e a minha mente dos briefings, leads e pautas, só! Aqui, quero poder falar desde a bunda da Sabrina Sato, como falei no último post, até grandes perdas, vontades, escritores...
Aqui a coisa irá de Fernando Collor a Fernando Pessoa, em um pulo, sem compromissos. Certo?

"Tudo é permitido/ Se o sentimento for verdadeiro..." - Kid Abelha

Beijos e até mais!

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

A Televisão

Eu também concordo que os padrões de beleza atuais são impossíveis, quase inatingíveis, burros, uniformizantes e etc... Mas como é difícil não sofrer por eles. Não há intelecto que resista!!! O que é a bunda (na praia, contra o sol!!) da Sabrina Sato??? O corpo das Big Sisters? E tantos outros que estão sendo esfregados na nossa cara.
É claro que eu também tenho olhos para outras coisas, tipo o intelecto da Gabi, o "quase" ouvido absoluto do Ed Motta, a genialidade do Chico (isso já deu pra notar...) mas é complicado, ver a Flávia Alessandra dançando no queijinho...
Sou uma mulher inteligente e interessante, mas esse mundo está me fazendo cansar desses atributos. Tenho sonhado em, pelo menos por um dia, ser uma gostosa com o "cérebro" de uma planta. Esquecer tudo o que eu li, vivi e aprendi. Ficar por um bom tempo, apenas bronzeando a minha bunda! Sem protetor é claro, pois o meu conhecimento não chegaria até ao câncer de pele...
Não que eu pense que toda gostosa é burra, conheço várias inteligentes, mas acho que seria interessante e divertido ser gostosa, ingênua e burrinha! E viva a Disney!!

Beijos e até!

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Bolsa de Amores

Às vezes uma bela cabeçada, ajuda a colocar os miolos no lugar. Como diria o meu Vô Copatti: Toma, assim tu aprende! Acho que aprendi...
Estou um pouco cansada dessa história dos quereres. É muito complicado! É namoro ou amizade? Sexo ou amor? Tá solteira? Tá namorando, tá namorando! Com quem será, com quem será, com quem será que a Fulana vai casar, vai depender, vai depender, vai depender se o Fulano vai querer!! Ah, tchaaaaaaaauuuuuuu!!!!!! Me esqueçam! Forte abraço! Eu só quero sossego e um óculos cor de rosa...

Beijos e até...

domingo, 10 de fevereiro de 2008

A Voz do Dono e o Dono da Voz



A relação de amor e ódio que eu tinha com a minha voz, por fim, chegou ao fim. Antes, tudo era muito sofrido: o antes, o durante e o depois, principalmente o depois. Ninguém entendia porque eu não cantava, todos queriam me ouvir. E isso era uma tortura! Parafraseando Chico: "O que era bom para a voz, não era bom para o dono."
Quando eu tinha uns 15 anos, lembro da Mariazinha (fiz 7 anos de canto lírico com essa diva!) me dizendo: "Fernandinha, aos 28 anos tu estarás pronta para o palco!" E isso nunca me saiu da cabeça.
Enquanto nas minhas apresentações de canto lírico, eu era uma verdadeira "Prima Donna", nas com banda eu era uma desgraça. Até que, depois de uma apresentação desastrosa, no meu aniversário de 26 anos, eu desisti de cantar! Hoje, eu vejo que a banda teve 90% de culpa, mas na época, na minha cabeça, a incompetente era eu. Como eu chorei nesse dia. Dormi e acordei chorando...
Essa decisão nunca foi definitiva, mas tornou-se permanente por alguns longos anos. O mundo deu voltas, e no meu aniversário de 29 anos eu resolvi voltar. Cantei, e cantei muito! Pela primeira vez, eu me senti plena no palco. Foram poucos ensaios e o resultado foi maravilhoso! A Mariazinha tinha razão...
Fiz as pazes com a minha voz e com o meu dom. Hoje cantar é um prazer, não mais uma obrigação. Consegui, finalmente, me tornar a dona da minha voz. E sinto que estou a poucos passos de me tornar dona do meu destino também. Vamos cruzar os dedos e bater palmas!
E para acabar, mais uma vez ele, Chico:

"E disse: Minha voz, se vós não sereis minha/ Vós não sereis de mais ninguém"

PS: Essa foto é do carnaval. Dei canja com o queridíssimo Sérgio Bueno (Fera!) lá no Waitang. Foi massa!

Beijos e até...

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Sem Fantasia







Me dá um limão, que eu faço uma limonada!! Isso resume o meu carnaval. Eu estava em um momento de reflexão, e ainda estou, só que profunda. O problema é que o pensamento foi ficando denso demais... E antes que o meu crânio resolvesse sair fantasiado em uma camisa de força, a bailar pelos salões ao som de marchinhas carnavalescas, resolvi dar um voto de confiança a minha velha e, nem tão boa praia. Olha, te digo que valeu a pena! Encontrei os meus grandes amigos de sempre, reencontrei outros que não via há muito tempo, dancei, cantei (esse é outro papo...), joguei carta, tomei sol, mergulhei, fofoquei e até bebi caipirinha!!!!!!
Adorei!!Agora, com a cuca fresca, será mais fácil pensar...

"Olha a minha galera aí gente!!!"

Beijos e até mais!

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Roda Viva



São muitas coisas para dizer, mas as palavras estão escondidas em mim. E na minha cabeça, Chico não pára de cantar a Roda...


"Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu

A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino prá lá

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração

A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a roseira prá lá

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração

A roda da saia mulata
Não quer mais rodar não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou

A gente toma a iniciativa
Viola na rua a cantar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a viola prá lá

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração

O samba, a viola, a roseira
Que um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou

No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a saudade prá lá

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas rodas do meu coração"



Beijos e até mais!

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Fantasia

Não quero contar piadas, quero rir do meu próprio fim
Quem sabe assim, ela me esqueça
Dorme consciência
Nem leve, nem pesada
A dor da gente, realmente
Sai no carnaval
De onça, arlequim ou colombina
Me reinvento
Me deleito em cores e sons
Opostos aos que reflito
Quero esses momentos para sempre
Acorda consciência
Nem leve, nem pesada
Acorda para o mundo
Quero rir do meu próprio início...

"É carnaval, é a doce ilusão/ É a promessa de vida no meu coração..."

Beijos e até mais!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Vai Levando



Ontem a minha boa e velha turma de colégio se reuniu para comer uma pizza (com as mãos). Senti, pela primeira vez, que nós crescemos. Todos temos nossas carreiras, bem sucedidas ou a caminho disso, alguns já casados outros com filhos e isso é maravilhoso! Nos conhecemos há, no mínimo, 18 anos, saímos do colégio há 13 e nunca nos separamos. Acompanhamos a história uns dos outros, amadurecemos juntos.
Mas por mais que tenhamos crescido, não adianta, quando nos encontramos a nossa porção adolescente vem à tona e é só alegria!!! Nós quase morremos de rir relembrando histórias, nos atropelamos para falar, berramos... nos nossos encontros vale tudo, porque a gente se respeita e se ama. E preparem os seus corações, porque a nossa festa dos 30 anos está chegando!! E para resumir os meus sentimentos com relação aos meus amiguinhos, como sempre ele, Chico:
"Mesmo com toda a fama, com toda a brahma/ Com toda a cama, com toda a lama/ A gente vai levando, a gente vai levando, a gente vai levando/ A gente vai levando essa chama..."

E "vamo que vamo", que o amor não pode parar!

Beijos e até mais!

domingo, 27 de janeiro de 2008

Sempre em Frente

Perder pessoas sempre é muito ruim. Temos um sentimento de posse com relação a matéria alheia, muito forte. Adoraria crer e me sentir completa, apenas através de energias, encontro de almas ou sonhos, mas é complicado. Minha parca evolução ainda não permite.
Essa semana perdi um ex-colega de colégio. Não tínhamos mais contato havia algum tempo mas, mesmo assim, fiquei bem triste. É muito estranho e assustador quando alguém que tem a nossa idade morre, não é normal, afinal somos muito jovens e temos muitos sonhos a serem sonhados e realizados.
Minha turma também se abalou e, como sempre se uniu, pois não podemos deixar a peteca cair. Em 13 anos nunca deixamos, não seria agora. Hoje estive na missa de sétimo dia (um ritual que eu abomino, mas...) e pensei em parar de perder tempo com bobagens, pensei em deixar os velhos fantasmas para trás. Dar um tchau mesmo. Acho que o Marcelão era um pouco assim, vivia sem medos, sem travas. Em algum momento, lá na igreja, um "anjinho de olhos verdes" soprou ao meu ouvido:"larga a mão de ser boba, minha filha! Vai viver!". E que assim seja.
Seguir em frente nem sempre é fácil, às vezes eu me deparo com muros intransponíveis, e o pior: tenho consciência de que terei que dar um jeito de pulá-los! É mole? Não. Mas não tem como evoluir, sem passar de fase no jogo...

Beijos e até mais!

sábado, 26 de janeiro de 2008

História de uma Gata

Já faz algum tempo que a vontade de escrever não tem me deixado em paz, assim como tantas outras vontades não me deixam... até que li a iniciação do meu amigo Xami (dedico esse primeiro post a ele) nesse mundo da escrita moderna, e amei! Na realidade, eu já fiz isso por muito tempo, adorava escrever no meu diário. Nele, eu falava desde o meu primeiro xixi do dia até o último escovar de dentes. Com certeza ele cumpria a sua função, seja ela qual fosse: terapêutica, registradora e tudo mais. Não sei bem porque eu parei de registrar os meus dias, só sei que sinto muita falta de escrever. Nem a minha faculdade de Jornalismo supre essa carência, pois sinto falta de criar textos, à mão livre mesmo. Sendo bem literal: o tema que der na minha telha. Agora, acho que encontrei a saída, ou a entrada...

O nome

O blog tinha que ter um nome e ele veio fácil. Nada melhor do que uma música do Chico Buarque, afinal, as legendas da minha vida quase sempre são assinadas por ele. Para mim, ninguém mais escreve desse jeito, poucos me tocam tanto à alma. A História de uma Gata permea a minha vida nas mais diversas fases, desde as tardes da infância ouvindo o disco dos Saltimbancos, até hoje, não só por ser a minha música preferida mas por eu cantá-la tão bem. A frase: "Pela rua, virando lata/ Eu sou mais eu, mais gata/ Numa louca serenata..." traz à tona a minha vontade de viver a vida e de engolir o mundo. Me redime e inspira. Definitivamente, é um belo nome.

Agora que as apresentações já foram feitas e os motivos explicados, vamos à história...

Beijos e até mais!