sábado, 17 de abril de 2010

Ela Faz Cinema

Em Construção...

Sou tímida. Quando fico triste, meus olhos caem. Minha positividade é uma marca. Não suporto auto-piedade. Quando pequena, brincava com os amigos imaginários de meu irmão. Tenho muitos amigos. Adoro tomar banho. O mar me hipnotiza. Gosto de ir fundo. Fones em meus ouvidos tem o poder de fazer trilha para tudo. Sou cantora. Sempre fui, mesmo quando não sabia. Sou feita de música. Desastrada. Esbarro, derrubo e quebro coisas frequentemente. Palhaça. Minha porção irônica é bem mais forte que todo o resto. Morro por uma polenta frita. Memória de elefante. Lembro da minha avó chegando com o prato de pirê e bife picadinho, enquanto eu esperava na cadeirinha de bebê. Platônica. Amores são meu ponto fraco, e todo mundo tem um ponto fraco. Minhas músicas são como filhas. Não tenho vergonha de chorar. Choro por qualquer coisa, mesmo. Sou forte. Não envergo facilmente. Tenho pés grandes e bonitos. Sou grande. Não faço dieta. Cantar me emagrece. Minha vó é minha estrela guia. Meu vô sempre será meu sol. Meus primos são irmãos. Meu irmão é o máximo. Minhas tias são como mães. Minha mãe é tudo pra mim. Meu pai me ama intensamente. Sou intensa. Preguiçosa e distraída. Tenho unhas bonitas. Meu nariz é perfeito. Não gosto dos meus braços. Tenho muito empenho em tornar meus sonhos realidade. O passado me assombra. O futuro me enfeitiça. Sou amável e ácida. Não tenho paciência para o trivial, normalmente tenho tolerância para coisas que mais ninguém tem. Não sou normal. Meu ombro é amigo de todos. Minha voz é tudo o que tenho de meu. Gosto de escrever. Não consigo ler livros, queria muito. Minha família é feita de leitoras compulsivas. Ovelha negra. Tenho mania de começar e não acabar coisas. Odeio isso. Não troco minhas horas de terapia pela antiga e confortável ignorância. Tenho chulé. Amo sapatos coloridos. Tenho muitos sapatos vermelhos. Não saio de casa sem maquiagem. Meu apelido é Diva. Amo um palco. Tenho seios firmes. Nem sempre sou firme em meus propósitos. Tenho celulites. Sou manipuladora e articulada. Sou má. Dizer não é um saco. Sou cheirosa. Hálito de melancia. Tenho movimentos de bailarina. Minhas mãos são delicadas. Meu toque é sutil. Amo que mexam no meu cabelo. Sou fogo. Em grande parte das vezes, oito ou 80. Há quem diga que não sei me proteger. Meu salto é sempre sem rede. Sonho em voar alto.

Um Grande Beijo!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Alô, Liberdade (II)

Microtons


Tudo escuro
No show sem luz
Ouvido surdo de tanto escutar
Amor em microtom
De gomo em gomo
Sem gosto
Desgosto estampado no rosto
A música se ouvia
Mas a voz não saía
Nada é diatônico
Polifônico, decassílabo
Caótico
Ascendente decadência constante
Num ponto equidistante
Entre Tons, Chicos
E manés
Sem grana nenhuma
Acabou Fortuna
Acabou chorare
Nem de longe conseguia
Não lembrava nem do nome
Que tem a fome
O nexo perdido
Por onde andaria?
Toda aquela empatia
Se perdia na cara sem graça
Nos olhos pesados de mar
Na fala que não fala
Nada do que quer falar


Um grande beijo!

domingo, 4 de abril de 2010

Trocando em Miúdos (II)

Desgostando

Tudo começa à primeira vista. Mesmo que de olhos vendados. Me atiro pela janela, justamente por desejar que mais e mais janelas se abram até que suplantem as míticas portas. Houve uma vez um castelo, um vestido e um quase amor. Morri pela porta. Ela me atravessou, rompendo cada músculo, cessando cada pulso, roubando todo o ar. Desde então, passei a por flores em minhas janelas.
A cada vitória
Um rastro de derrotas pelo caminho
Que burro seria eu
Se julgasse o mundo
Por ninho
O mundo hoje
Quer mais, pulsa mais
Expulsa mais
É findada a filiação
Mas nada justifica esse vazio
Nem a velocidade contemporânea da desinformação
Nem essas idéias que insistem em se perder em minha cabeça
São muitas, confusas
Embaralhadas
Não consigo pensar com esse engarrafamento todo
Como evitar o amor?
Peito nu, seio aberto
Repelindo a atração dos corpos
Freiando com tração nas quatro