quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Futuros Amantes



Quem a mim ama como eu?
Quem de ti, senão meu?
Quem de nós
A não ser nós?
Desenredo em minha escola
Ano após ano repetindo
Decorei a sua cartilha
E ainda sim
Você me reprova e me repete
Repete e repete
Tom de ti
Som de mim
Automação
Nós
Desatado coração
Desajustado
Batendo
De fora a fora
Andamento
Juras de pés juntos
Que não me vais
E eu insisto em te ficar
Virou o noite
A cabeça
Nossa terra toda invadida
Eu não te larguei a mão
Você não me desvecilhou
E assim o dia dormiu
Você tão eu
E eu tão seu
Nós

sexta-feira, 26 de julho de 2013

O Meu Amor

Preciosidade

Quando eu cheguei você já estava ali
E pelo que me lembro
Eu sorri
Foi pura atração
Coisa de além do firmamento
Quem me mandou
Sabia o bem que estava fazendo
Eu nunca fugi
Você nunca cansou
Costuramos nossos passos
Como num só
E esse é o nosso caminho
Você comigo pra onde eu for
Eu em você pro que vier
Preciosidade
Diamante, brilhante, rubi
Juntas
Somos pedra que brilha
Mais vale o que vale pra nós
Âmbar de amor
Multiplicando-se a cada segundo que passa
Vim pra você como um presente que ganha um presente
Quem me trouxe fez bem e sabia
Que em teu colo
Toda a nossa felicidade caberia

Todos os dias são teus. Te amo, Vó Dy. 

sábado, 20 de julho de 2013

Alô Liberdade

Antiofídico

Depois de chorar toda a água do Rio
Saiu triste para o cotidiano
Precisava comprar leite, pão
Frutas, chocolate
Comer é preciso
Viver nem tanto...
Ainda chorava pela rua
Pela falta, pelo vão
E enquanto lembrava do veneno
De quem está se matando sem nem perceber
Sentia o vento sob seu vestido
Estava sem calcinha
Ainda que cabisbaixa
Trazia a liberdade consigo
E só a liberdade traz a luz
Se agora é noite baixa
Amanhã sol que racha



Um Grande Beijo!

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Bicharia

Manifesto

Hoje é efeito amoral
Tudo explodindo à bomba
Que sue, que soe
Sem marcha
Sem cadarços
Amarração
No sorriso, no cheiro
Na valsa que os corpos dançam sem saber
Vitrine quebrada
Aprofundando a exposição
Invasão
Tudo caiu em seus braços
Pernas
Fogo
Mãos
Embate
E quando bate...
Viagem
Revolução dos bichos
Liberdade demi-sec
E faz muito calor aqui
O mundo ficou pequeno
Mas coube na cama
Acordes ao acordar
Banho frio
E ainda havia um cantarolar
De um ativista feliz
Sem medo de emboscada
Com toda a batalha pela frente
E ainda faltava um tanto
E ainda havia um muito..


Um Grande Beijo!

terça-feira, 9 de julho de 2013

Bicharada

Re-Evolução

Despiu os sapatos e caminhou
Sentiu o chão e sorriu
Foi flerte com o vento
Foi água caindo
Foi a natureza se indo
Foi
Foi tudo o que não tem mais fim
Gata cega desvendada
Brinca de ver
Seus olhos também são dos peixes
Que fazem a água nadar
Das borbulhas de amor
E dos tontos e outros tantos
Tanto cães quanto gatos
Sua íris corteja
Suas cores brilham
E seu ver veio vindo
E foi a natureza surgindo
Foi
Foi vendo e vendo e...
Ouvindo
Foi sentindo o todo espalhando
Da cabeça para o corpo
Da máscara pro peito
E do peito pro centro
Num pulo
Tudo isso ressoa num carnaval lá dentro
Alegoria pro mundo
E esse mundo é grande
E é tanta fantasia
E é tanta avenida
E é tanto o querer
Que de tanto querer
O querer dela descobriu que queria
Era pular pra dentro de você
Pra você a querer assim
Tão bem e tão perto também



quinta-feira, 16 de maio de 2013

Barafunda

Des-dois

Se não caem bem os versos
Troco a folha
Mando em branco
Ou rabisco o que for
Não importa
A nota de rodapé é sempre a mesma
PS: I love... who?
E mesmo sendo a mais mera das mortais
Pra você nem sou
As linhas parecem retilíneas demais
Mesmo em frases férteis
Pra você mono
Monólogo
Monossílabo
Monalisa sem mistério
Concretando o abstrato de Monet
Sepultando Bukowski em cova estéril e rasa
E porque não nos acusar de doida distônica sintonia?
Aí, tenho por certo que até Freud  endossaria
Mas voltando à vaca fria
Como posso libertar-me com palavras
Escrevendo o que sinto
E dispensando a ditadura que me vem imposta
Há tanto tempo...
Como posso?
Sendo a antítese de Amado
Sem paisagem
Sem flor
Poeta cega de amar
Que só tem olhos para o amor
Num grande sertão das palavras
Nessas veredas já tão distantes daí






Meu Caro Barão


Invisível


A ponta do lápis não quer escrever
Eu aponto e ela quebra
Faltou tinta no tinteiro do mundo
Meu teclado
Rígido me rejeita
Parece que essa folha em branco me quer assim
Só pra ela



sexta-feira, 10 de maio de 2013

Sou Eu

Chão

Quando o céu tá cinza

Em dias não fáceis
Quando o mar tá revolto e o cabelo também
Quando como muito, quando nem
Quando o vizinho tá baile funk no talo
Quando lembro do sim que eu não dei
Danço, danço, danço só pra sentir o chão dançar
Quando o mundo pisca, quando a terra para, os olhos pingam, o corpo chora
No frio pra esquentar, no calor pra espantar, 
Bambolê, bola, quadradinho
A cada hiato nosso, em cada momento de de ferro fundido
Enquanto dama, enquanto drama
Careta, de cara, nua
Só o que sei é que
Danço, danço, danço só pra sentir o chão dançar
Por você, pra nós
Enfim a sós, 
Danço e danço e danço 


PS: Feito em 19 de abril de 2013

Sem Fantasia

Dos Quereres

Quero beber-te quente sem soprar

Sentir-te lava em mim
Cem graus à sombra
Quero sentir-te água corrente, deslizando por entre meus meios
Inundando minhas frestas
Quero comer-te sem mastigar
Chupar-te feito bala que derrete minhas papilas
Quero ouvir-te até ensurdecer
Colher-te sílaba à sílaba
Ler-te em silêncio
Quero-te sólido, quero-te mar 
Quero-te ar
Quero-te todo
Quero-te assim
Quero-te em mim



PS: Feito em 10 de março de 2013