terça-feira, 30 de novembro de 2010

Ça Sert À Quoi

Folie à Deux

Cansei dessa bagunça
Tudo sempre misturado
Não há Pas de Deux
Se dançamos separados
Cada um a seu ritmo
Em seu trottoir
Atenção Monsieur
C'est Fini
Nossa folie à Deux

Chegou o dia
E toda essa folia
Agora vai pro seu lugar
Cada um com sua loucura
Sai de cima de moi
Dá um tempo
Preciso respirar

Uh la la
A novidade
Está tomando forma e lugar
Très chic
É ser feliz
Já chega, mon amour
Se tua música acabou
A minha acabou de começar

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Follhetim II

É De Sonho e de Pó

Como se berrar
Tudo o que eu pressinto
Restringir possa
A tua ausência bem vinda
A cada noite bem dormida
Não
Nada daquilo era mentira
A verdade é que acordou ressentida
A banda toca
O carro embaça
E nem sempre
Passa

Assim
Tudo que é lantente
Saiu por aí aos latidos
De repente
Assustando o que vinha pela frente
Mordendo
Deixando aos pedaços
Cortando a carona
Pisando no freio

Urbano
Meu poema solto
Selvageria
Escorrendo
Por sobre os canos
Sem amor, sem flor
Rima em quase nada
Desencontro da palavra
Vulgar
Sem par
A esmo

Folia com data marcada
Pra alegrar
Uma morte anunciada


Um grande beijo!

domingo, 28 de novembro de 2010

Paratodos II

Homem Demente

Aberta
As pernas a passos
Em plena esquina
Vai e volta
Maldita
Passa como se não fosse voltar
Música para os olhos
O vestido a bambolear
No som das pestanas que vivem a se piscar
Ele não vê mais nada
Ele não vê ninguém
Nem ouve o carro que passa
Buzina, pirraça
Nem poça o pé lhe molha
Nem a chuva lhe faz entrar

Ele quer
Ele quer casar
Eu acho que ele quer
Ele quer casar

Mas ela nem vê
Nesse passa e repassa
Pela janela que não fecha
Esperando ela voltar
Essa mulher lhe tira o sono
As trancas e o pensar
Não há mais quem aguente
O estado demente
Desse homem
E todos vivem a comentar

Ele quer

Ele quer casar
Eu acho que ele quer
Ele quer casar


Um grande beijo!

PRÊMIO!

Pois então... "Nós gatos", ganhamos um prêmio!!!!!!!!!! \o/
Olhem que bacanérrimo:

A indicação veio do, excelente, blog da minha amigona Dadinha >> dadaegito.wordpress.com

O significado do prêmio é o seguinte (copiado do blog da Dada):
"O Prêmio Dardos é o reconhecimento dos ideais que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc… Que em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, e suas palavras. Estes selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar o carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web."

E quem receber este prêmio deve seguir os seguintes passos:
1 – Exibir a imagem do Prêmio no blog;
2 – Revelar o link do blog que atribuiu o Prêmio;
3 – Indicar outros blogs para premiar.

A minha indicação vai para: apesardoceu.wordpress.com
Dá-lhe Everton, meu poetinha!

Um grande beijo!!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Geni e o Zepelin (II)

Meu Corpo e o Mundo

No dia em que joguei meu corpo no mundo
Não teve banda, não teve tudo
Do que eu esperava da vida lá fora
Não tinha nada
Eu tinha tudo
No dia em que levei
Meu corpo pro mundo

Levei tanta esperança
Que deu de sobra
Encontrei
Quem já me procurava
Desejei
Quem tanto devorava
Dei a volta no dia
E rasteira em cobra
Esperei
Por quem nem esperava
No dia...

No dia em que joguei meu corpo no mundo
Eu vi uma estrela
Vi um poema
Eu vi uma flor
Na mão de meu amor

No dia em que joguei meu corpo (2x)

Eu vi uma estrada
Vi madrugada
Eu vi o céu de lua enluarada

No dia em que joguei meu corpo no mundo
No dia em que joguei meu corpo (2x)

Um grande beijo!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A Ostra e o Vento (III)

Gira Gira

Mais uma vez
O mundo rodando
Mais uma vez ela está ali
Girando
Vem falsa a calma
Não mansa
Desmancha tudo
Nada é concreto
Balançando o cabelo
Cachos soltos
Pés pregados
Ostra envolta de pérolas
Investindo num charme discreto
Invisível pra ele
Mais uma vez
O mundo rodando
A história é a mesma
Para vários finais
Pra dar certo
Como faz?


Um Grande Beijo!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

De Todas As Maneiras

No Reino Das Cores

Voa, voa borboleta
Encaracola asas
Ilumina
Colorindo meu jardim
O perfume das flores não tem cor
Mas colore
De tom em tom
Meu coração
Pulsando em branco e preto
Num degrade de emoções
Preto é preto
E eu sou negra!
Negra presença
Ébano de sons
No reino das cores
Sou princesa
Castelo e dragão
Tudo pode
Pode tudo
Na paleta da entoada
Quem não pode ver
Pode nada
Nada pode


Um Grande Beijo!

domingo, 19 de setembro de 2010

De Volta Ao Samba

Canção Sem Som

Essa página em branco me persegue
Pra onde foi minha inspiração?
Será que anda por mesas e bares tão diferentes
Que nem mais meu cheiro sente?
Tantas pernas, tanta gente
Por onde anda essa "sem razão"?

Chama ela, chama ela
Vê se faz ela voltar
Chama ela, chama ela
Bota tudo em seu lugar

Onde foi parar aquilo que
Dá voz à criação?
Estará dançando em ondas de outros mares
Muito, muito longe
Pra onde não posso remar?
Tão pertinho quando sonho
Tão distante ao acordar
Por onde andam os olhos
Desses ouvidos que não podem me enxergar?

(palmas)

O som da canção me deixou
Como faço pra dançar?
O som da canção deixou (Êooo)
Só palavras pra cantar

Chama ele, chama ele
Vê se faz ele voltar
Chama ele, chama ele
Bota tudo em seu lugar


Um grande beijo!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Gesubambino

Observatório



É muito barulho
Essa gente fala demais
Ao lado dos hibíscos de chão
Sento e me cubro de música
Minha voz é minha trilha
E ninguém pode me ouvir
Na boca ventania
Tranformando palavras
Em assobio de vento


Um grande beijo!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Saltimbancos Trapalhões

Resistência à Resistência


Enquanto imbecis brigam pela sua fatia de mundo
Observo de fora o lado de dentro
De que vale toda "pluralidade"
Todo aquele bacanismo com ar descompromissado
Se ainda assim o EU escraviza e chicoteia?
A alegria dispensa autorias
Liberdade às gavetas!
O interior da madeira precisa respirar
Nó de pinho
Na garganta
Independência ou corte
Entre sul e norte
O contrário
À espera que ele regresse
Voando em seus ventos
Para que a arte possa enfim respirar
Demente
De mente aberta
Dispenso a eloquencia
Só lembro do tempo em que para cantar
Bastava gostar



Um grande beijo!

domingo, 15 de agosto de 2010

Trocando em Miúdos (III)

Distorção

É bom te ver por aqui
Fazia tempo que não me via assim
Espelhado por essa moldura
Refletido nessa retina
Hoje ficou tudo tão diferente
Os tons
Os modos
As formas
O que havia, nem sequer existia
E o que sobra é todo o resto do mundo
E tudo é tão maior
Mesmo que as fronteiras se afastem
E que os espaços se alarguem
Sempre tem um canto
Que canto
Enquanto finjo nem lembrar



Um grande beijo!

PS: To Basd! Love.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Amor Barato

Pizzicato Coração

Toca
Puxa
Solta
E deixa soar
Bate em descompasso
Pensamento que nem pensa
Em acompanhar
O pulso oscila
E vem me apressar
Já é tarde
Hora de acordar


Um grande beijo!

sábado, 17 de abril de 2010

Ela Faz Cinema

Em Construção...

Sou tímida. Quando fico triste, meus olhos caem. Minha positividade é uma marca. Não suporto auto-piedade. Quando pequena, brincava com os amigos imaginários de meu irmão. Tenho muitos amigos. Adoro tomar banho. O mar me hipnotiza. Gosto de ir fundo. Fones em meus ouvidos tem o poder de fazer trilha para tudo. Sou cantora. Sempre fui, mesmo quando não sabia. Sou feita de música. Desastrada. Esbarro, derrubo e quebro coisas frequentemente. Palhaça. Minha porção irônica é bem mais forte que todo o resto. Morro por uma polenta frita. Memória de elefante. Lembro da minha avó chegando com o prato de pirê e bife picadinho, enquanto eu esperava na cadeirinha de bebê. Platônica. Amores são meu ponto fraco, e todo mundo tem um ponto fraco. Minhas músicas são como filhas. Não tenho vergonha de chorar. Choro por qualquer coisa, mesmo. Sou forte. Não envergo facilmente. Tenho pés grandes e bonitos. Sou grande. Não faço dieta. Cantar me emagrece. Minha vó é minha estrela guia. Meu vô sempre será meu sol. Meus primos são irmãos. Meu irmão é o máximo. Minhas tias são como mães. Minha mãe é tudo pra mim. Meu pai me ama intensamente. Sou intensa. Preguiçosa e distraída. Tenho unhas bonitas. Meu nariz é perfeito. Não gosto dos meus braços. Tenho muito empenho em tornar meus sonhos realidade. O passado me assombra. O futuro me enfeitiça. Sou amável e ácida. Não tenho paciência para o trivial, normalmente tenho tolerância para coisas que mais ninguém tem. Não sou normal. Meu ombro é amigo de todos. Minha voz é tudo o que tenho de meu. Gosto de escrever. Não consigo ler livros, queria muito. Minha família é feita de leitoras compulsivas. Ovelha negra. Tenho mania de começar e não acabar coisas. Odeio isso. Não troco minhas horas de terapia pela antiga e confortável ignorância. Tenho chulé. Amo sapatos coloridos. Tenho muitos sapatos vermelhos. Não saio de casa sem maquiagem. Meu apelido é Diva. Amo um palco. Tenho seios firmes. Nem sempre sou firme em meus propósitos. Tenho celulites. Sou manipuladora e articulada. Sou má. Dizer não é um saco. Sou cheirosa. Hálito de melancia. Tenho movimentos de bailarina. Minhas mãos são delicadas. Meu toque é sutil. Amo que mexam no meu cabelo. Sou fogo. Em grande parte das vezes, oito ou 80. Há quem diga que não sei me proteger. Meu salto é sempre sem rede. Sonho em voar alto.

Um Grande Beijo!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Alô, Liberdade (II)

Microtons


Tudo escuro
No show sem luz
Ouvido surdo de tanto escutar
Amor em microtom
De gomo em gomo
Sem gosto
Desgosto estampado no rosto
A música se ouvia
Mas a voz não saía
Nada é diatônico
Polifônico, decassílabo
Caótico
Ascendente decadência constante
Num ponto equidistante
Entre Tons, Chicos
E manés
Sem grana nenhuma
Acabou Fortuna
Acabou chorare
Nem de longe conseguia
Não lembrava nem do nome
Que tem a fome
O nexo perdido
Por onde andaria?
Toda aquela empatia
Se perdia na cara sem graça
Nos olhos pesados de mar
Na fala que não fala
Nada do que quer falar


Um grande beijo!

domingo, 4 de abril de 2010

Trocando em Miúdos (II)

Desgostando

Tudo começa à primeira vista. Mesmo que de olhos vendados. Me atiro pela janela, justamente por desejar que mais e mais janelas se abram até que suplantem as míticas portas. Houve uma vez um castelo, um vestido e um quase amor. Morri pela porta. Ela me atravessou, rompendo cada músculo, cessando cada pulso, roubando todo o ar. Desde então, passei a por flores em minhas janelas.
A cada vitória
Um rastro de derrotas pelo caminho
Que burro seria eu
Se julgasse o mundo
Por ninho
O mundo hoje
Quer mais, pulsa mais
Expulsa mais
É findada a filiação
Mas nada justifica esse vazio
Nem a velocidade contemporânea da desinformação
Nem essas idéias que insistem em se perder em minha cabeça
São muitas, confusas
Embaralhadas
Não consigo pensar com esse engarrafamento todo
Como evitar o amor?
Peito nu, seio aberto
Repelindo a atração dos corpos
Freiando com tração nas quatro

segunda-feira, 8 de março de 2010

Me Deixe Mudo

Todos Estão... Mudos??

De porta em porta
Tem faltado mão pra bater
Que mundo é esse que gira ao meu redor?
Tantos carros
É tanta chuva
O barulho me cega
Onde estão os seus ouvidos que não me ouvem?
Sonhos repetidos, imagens
Quando os pensamentos dormem?
Esse passo a passo
Não diz nada
Não sei jogar
Alguém viu o manual??
Tá tudo embaralhado
Rock and Soul
E eu tão blue
Onde estão meus sais??
Já não me importa
Quero mais açucar!


Um grande beijo!

domingo, 24 de janeiro de 2010

Pausa para a História

Prólogo do Prólogo

Batia à porta como se fosse a última coisa a se fazer no mundo. Batidas compassadas, de métrica perfeita. A mão tocava a madeira com sofreguidão. O sol não parecia demonstrar pena, firmando seu foco sobre aqueles cabelos curtos e ruivos, deflagrando alguns fios loiros perdidos naquele fogo todo. A pele alva com pequenas sardas, já em tons de vermelho, pedia: "por favor, já chega! Ela não vem...". Mas Luca parecia decidido e ritmado em suas batidas.
Lá de dentro, nenhum ruído. Mas ela estava lá. Sim, estava e parecia não se importar. Os fones quase perfuravam seus tímpanos, o volume no talo. Ela quase podia sentir a língua de Mick Jagger, bailando em seus ouvidos ao som de Jumping Jack Flash. Não, ela não se importava. Acabara de fumar seu penúltimo baseado e dançava como se fosse a última coisa a se fazer no mundo. Seu quarto ficava no sótão, de lá ela via Luca sofrendo, sentado, encostado de lado na porta, batendo... A imagem fazia Clara rir baixinho.
Clara sempre foi calma e quente.

Continua...

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Dura Na Queda (III)

Declarante

Segui aqueles passos
Preenchendo cada marca
Cuidei de tudo
Deixei a casa limpa
A roupa em ordem
Mesmo que fora de tom
Tudo bem
Já que ensaiei o ano inteiro
Mas não era pra janeiro
E pra quem nunca falta
Ela até surpreende bem
O vazio da falta do ataúde
Mesmo que não se faça de costume
Ecoa por ali
Coragem
Pra seguir
Força
Pra não desistir
Tudo luz pelo caminho
Tudo luz pra quem seguir


Um grande beijo!