Mil Perdões II

Tudo de Fora

Fora da bandeja
Em modo automático
Desligada para maiores ligações
Exposta à massa
Sem restrição
Nas ruas, pelas praças
Em algum outdoor
A mensagem é geral
Provoque mas não toque
E é assim que a banda toca
Aos beijos e tropeços
De tombo em tom


Um grande beijo!

Foi Assim

Digo que Fico

Um dia volto
À noite
Para dizer o não dito
Um dia
Eu volto a noite
Aquela em que disse o não dito
Apenas para desdizer o que havia dito
E repito
Em dizer que o dito
Embora desdito
Faça todo o sentido
É, um dia eu volto
À noite
Para dizer...
Apenas que fico

Trocando em Miúdos

Nublado

À mercê
Da imagem que reflete
No gelado espelho
Distorcendo a realidade
Modificando os contornos
Alteração de tons
A outra
A que não tem...
Peito para destruir
O reflexo ou o refletor
Palavras escritas
São o que são
Carne crua
Mesmo em pedaços
Ele ainda a reproduz
There's no escape
Há que se recontruir
Célula à célula
Paleta de cores a postos
Mudanças no céu...


Um grande beijo!

História De Lily Brown

Talvez... (Bem De Leve)

Gosto
De entrar por seus olhos
Dançando, piscando pra mim
Vestida em fantasias
Povoando pensamentos
Te faço
Braços em minha cintura
Te aperto
Te trago pra mim
Todo esse jogo à distância
É a desordem pra mim
Tem alguém aí?
Brinco a portas fechadas
Soprando desejos à sua janela



Um grande beijo!

Samba e Amor

Concreto Virtual

Sim
Ela gosta
Gosta quando recebe palavras doces
E percebe alguém
Lá dentro
Mesmo que longe
Sente a energia supensa
Cabeça de lua com pés no chão
Em pleno firmamento
Ah, o cheiro do óleo...
Os pés gelados
Carentes de outros
Que não estão ali
De fato
Só em desejo
O ar refinado
O toque de mãos macias
Tudo tão concreto
Sólido que desmancha no ar
Ela quem escolhe e canta
A música que faz a trilha
Ela
Tudo com ela
Sinuosa
Que me esconde e revela
É tudo vontade
E culpa dela
Tudo
É só pra ela


Um Grande Beijo!

A Ostra e o Vento II

Batom Vermelho


De todo o escudo
Ele sabe
Nem disfarça
E desarma o desejo
Do som que emana
A cor da boca
Que cala
E da pele que marca
Dá coragem
Não deixa avermelhar a face
E forte
Se joga em frente ao espelho
Que me borra o reflexo
Ainda que estranho
Completa
Ainda que quente
Refresca
Abre as fendas
Que tenho por dentro
Desvela braços e pernas
Dá vazão às melhores notas
Mascara a maior das pérolas


Um grande beijo!

Pedaço de Mim II

Por Perto


Invisível
Como se não existisse
Sem nem entender direito o porque
As formas somem
E todos os elementos se neutralizam
É como um não ser
Mesmo que queira se declarar
Não pode
Algo indivisível impede
Dois em um
Metade além
Metade ninguém

Um grande beijo!

Mambembe

De volta


Voltei
Para quem pensou que se livraria
Enganou-se em suspirar num alívio
Voltaram os refrões, os sambinhas
E todo aquele choro velado
Depois de mais um ciclo encerrado
Nova, vem a gata
Com cheiro de rua
E a retina carregada de imagens
Marcas na pele
E com fio de faca
Na língua
Voltei
Agora não tem mais volta...


Um grande beijo!

A Rosa

Pequenina


Calma pra falar comigo
Tato para me tocar
Canto pra me dar carinho
Danço pra sentir o chão dançar


Beijos e até!

Essa Moça Tá Diferente

Vira Mundo

Se eu lhe contar
Por que vim até aqui
Talvez o encanto acabe
Sem início e fim
E no final o que vale
É o que fiz
Pra onde olhei
Os lugares por que passei
E beijei sem reservas
À vontade chegou
O desejo
Ascendeu, arrepiou
Vira mundo
Ao avesso
Joga tudo de dentro
Peito, boca
Ventre afora
E nessa levada
Se desmancha
Por aí
Assim, só por sentir
Você bem fundo
Fundo, no fundo
De mim



Um grande beijo!

Meia-Noite

Do Chão

Daqui
Dos meus pés de chão
Cada casa no morro
É como uma estrela no céu
Que brilha
O meu pé de morro
Não tem cor
Só pegada
De um qualquer
Malandro e abusado
Daquela que passa
Com pernas alegres
De fora
Das luzes prateadas
Ao colorido das madeiras
Que a primeira vista
Parecem se desencontrar
Sinto nas veias, vielas
O som das mazelas
Em modo samba
Em rodas, botecos
Em cada janela
Por lá
Quem passa não sou eu
De lá
Não conheço ninguém
Daqui do meu chão
Só sinto a graça
Do som do seu samba
Que ecoa bem
Como ninguém


Um grande beijo!

Bom Conselho (II)

Reza Braba


Acendi minhas velas
E pensei em nós
Vesti a santa
E dancei ao som dos atabaques
Rodopiando pelo salão
Pra ver se tudo voltava ao normal

Mandei benzer
Aquele São Jorge que você me deu
Pra ver se tudo muda
Pra ver se você volta

Um gole pra mim
Outro para o santo
Quem sabe ajuda
Preto velho disse
Pra eu esperar
Meu amor ainda
Vai voltar

Mandei benzer
Aquele São Jorge que você me deu
Pra ver se tudo muda
Pra ver se você volta

Jogo
Brinco
Fantasio
Espero
Com a verdade não se brinca
Contra o amor
Não há mandinga
Por isso...


Mandei benzer
Aquele São Jorge que você me deu
Pra ver se tudo muda
Pra ver se você volta



Um grande beijo!

Alô Liberdade

A Bailarina da Perna Mole


Emoldurada pelas telas
De um certo pintor
E observada atentamente
Por olhos não menos claros
Que um mar de esmeraldas
Ela mergulha
Mas deixa um pezinho pra fora
Com medo de afogar
O Baile toca
Conforme o ritmo das palavras
Ela
Sempre atenta
Inebria e instiga
Ele fala com força
E toca com a delicadeza
De quem abraça o mundo
Isso faz com que
A bailarina flutue
E esqueça as sapatilhas
Eles se perdem em meio aos sons
E a conversa não tem mais fim
Textura
Aderente e macia
Suave e penetrante...
Dizem que foi tudo culpa do beijo
Ela
Que outrora dançava tão linda
E só
Agora
Está sentada
Com as pernas moles
Dançando
A Dois
Em pensamento...


Um grande beijo!

Carioca

Carne Crua

Asas
Batendo em pleno solo
Levantando a poeira da estrada
Confundindo olhos confusos
Mais de mil metros
Muito mais
Escondem o caminho
Para meus segredos
Cheiro de mar
Carne crua
E um músculo pulsante
Me ocupam a mente
Sob quantos signos
Se esconde um coração sem fundo?
Corpo em desenho
Nem sempre abstrato
Que colore o meu desejo
Sotaque de vento
Rouquidão de trovão
Voz que a música embala
Vontade nova
De conhecer o antigo
Sabor do novo
De novo

Um grande beijo!

A Cidade dos Artistas (II)

A Teia


É sinal de tempo
De nó em nós
A cada passo
Um espiral
Contra a luz
Contra o vento
Se não grudar
Até dá para levar
Lambendo frestas
Desapontando arestas
Enrolados até os ossos
Trocando letras
Tecendo versos
Anoitecendo o dia
Em nossa teia

Um grande beijo!

PS: Conheça A Teia... http://ateianoar.wordpress.com/

Paratodos

Doors

Estimulos visuais
Que inundam a retina
E colorem o imaginário
Respirações em descompasso
Água que jorra do corpo
Ouvidos de sentir
Bocas de arranhar
Olhos com cheiro de mel
Quietos
Não menos indóceis
Doce é o gosto que fica
Do que ainda não foi


Um grande beijo!

A Bela e a Fera

Explosão em Movimento

Ai
Eu te ouvi
Achei lindo!
Quantas são mesmo?
Nossa
Como tu tá diferente
Que linda!
Quantos menos?
Olha
Eu te acho mágica
Mas em alguns momentos
Tu sais e não voltas mais
Por que, hein??
Eu não te entendo?
Por que tu não consegue 100%?
É esquecimento? Distração?
Assim
O que eu vou te dizer é construtivo
Eu acho que tu tens que ser mais tu... (what???)
Mais eu??
Eu mesma?
Então tá:
VTNMDC
É isso!
Eu sou assim
Explosão em movimento
Se não me ajuda, não me atrapalha
Tá ruim?
Então vai lá, faz melhor
E ME ERRA!

Um GRANDE beijo!

Cala a Boca Bárbara (II)

Canção sem Perdão

Hoje foi o dia
De me sentir tristonha
E me perder do brilho
Hoje foi
Um dia de lamento
Foi
De medir pequena
Em meio a tantos
Que não me dizem mais nada
Hoje
Foi o dia de ver as costas
De não contar com mais ninguém
Hoje me vi sozinha como nunca
Minha
E de mais ninguém
Foi hoje
Que senti o peso de outros egos
E a mão pesada da falta de amor
Hoje foi
Nada mais que decepção
O dia de chorar
Por quem um dia veio
E agora foi


Um grande beijo!

Caçada

Fora

Cansei de bater à porta
E forçar as janelas
Cansei
De ser a fora da casinha
Há quem não negue abrigo
Há quem deseje
Toda essa minha improbabilidade
Ao trivial


Um grande beijo!

Canção dos Olhos

Arrebatada

Desde o sopro
Que me arrepia
Às duras afirmações
Ditas em tom de veludo
Até a batida doce
Que entoa a levada
Tudo me arrebata
A maciez das teclas
As sutilezas explícitas
A voz no ouvido
Tudo me faz
Arrebatada

Ouçam em: www.myspace.com/leojaime

Um grande beijo!

Interlúdio
Leo Jaime


Um dia de sol
É só mais um dia
A casa é um mar
De praias vazias
O amor
Não me visita mais

De tanto bater
E nunca entrar
De tanto eu sair
E nunca voltar
O amor
Não me visita mais

Me falha a memória
E o tempo que passa
É o tempo que eu achei
Que perdi
Nos carros que passam
De um lado pro outro
O amor me esqueceu
Me deixou em paz
Desapareceu, desapareceu

O amor
Não me visita mais
É...
O amor, ah o amor
Não me visita mais

Deixe a Menina (III)

Pavimentos


Aqui do alto
Desses ombros que me carregam
Do alto dos meus sete anos
Vejo um mundo tão pequeno
Perto de mim
A super-garota
Eu e minha boneca ruiva
De lá
Assistíamos tudo
Todos o gritos
Todos os destinos escoando
Rumo a um rumo só
A festa que acabara de começar
Alguma comemoração esfuziante qualquer
Que para mim era única
Me parecia mais um carnaval
Também pudera
Eram tantas cores, brilhos e sabores
Que só me faltava a fantasia de fadinha
Por onde anda aquela fantasia?
Dela, nem as mágicas da varinha
Me restaram
O tempo passou
A festa acabou
E eu continuo com o mesmo olhar de outrora
O olhar dos sete anos
Buscando viver em uma
Sete vidas
Gata de festa de rua
Fazendo de minha vida
Um itinerante picadeiro
Olhos melados
Metade menina
Metade divina
Hoje
Alguns me chamam de diva
Talvez seja pelos meus encantos
De, ainda, menina
Ou quem sabe
Por eu nunca ter perdido
Os olhos de quem vê tudo
Pequeno
Por sobre os ombros
De quem vê
Um instante de felicidade
A cada esquina


Um Grande Beijo!

A Moça do Sonho (II)

Sonhar...


Deitar
Sonhando em não acordar
Eternizando
O luar que refletia
Em nós
Dançar
Sem pés
Sem chão
Num corpo
De braile
Voar com asas
De quem?
De quem nem sonha
Em acordar
De um momento eternizado

Um Grande Beijo!

Mar Y Luna

Brisa do Mar

Senti
Você chegando assim
De um jeito tão seu
Eu vi
Seus olhos bailando por mim
Em tom de discrição
Me descompassando
Pés fora do chão
Cabeça de nuvem
Leve
Doce mistério


Um Grande Beijo!

Ana De Amsterdam

Ácida

Palavras entaladas
Em uma garganta cega
Que não engole mais
Sentidos à ponta da língua
Que expele seus bemóis
E lambe devagar
Caí do céu
E com esse cheiro de asfalto impregnado
Em meus cabelos
Mal posso raciocinar
Cachos negros de anjo
Angelical
Branca presença
De vermelho intenso
Coração
Estocadas de som
Violino e sua ponta de faca
Cortes espessos
Rasos momentos de desatino
Psicótica a retina
Que alucina um jeito teu
Num movimento compassado
Que me corta o ar
E me tira a visão
Em meio às neblinas
Que escondo em mim

Um grande beijo!

O Meu Amor (II)

Dos Prazeres

Doces
Muitos sabores
Em minhas multi papilas
O gosto pelo todo
A privacidade ilibada
Friozinho na barriga até a primeira nota
Depois é só voar
Conversar, conversar, conversar
Que nunca me faltem palavras
Nem ouvidos
Quero tudo pra mim
Mas divido
Quero o mundo em mim
Aos pouquinhos
Prazeres genuínos
Nada demais e nem de menos
Tudo justo
Assim, me serve

Um grande beijos!

Uma Palavra

Encantamento

Feitiço
Que me pegou pelos ouvidos
Notas de encantamento
Talvez
Pelo reflexo no espelho
Do moço
Já que
Eu também
Não sei medir
Nem tempo
Nem medo...

Um grande beijo!

O Velho e o Moço
Rodrigo Amarante


Deixo tudo assim
Não me importo em ver a idade em mim
Ouço o que convém
Eu gosto é do gasto

Sei do incômodo e ela tem razão
Quando vem dizer, que eu preciso sim
De todo o cuidado

E se eu fosse o primeiro a voltar
Pra mudar o que eu fiz
Quem então agora eu seria?

Ahh, tanto faz
E o que não foi não é
Eu sei que ainda vou voltar
Mas eu quem será?

Deixo tudo assim, não me acanho em ver
vaidade em mim
Eu digo o que condiz.
Eu gosto é do estrago.

Sei do escândalo e eles têm razão
Quando vem dizer que eu não sei medir
nem tempo e nem medo

E se eu for o primeiro?
A prever e poder desistir
do que for dar errado

Ahhh
olha, se não sou eu
quem mais vai decidir
o que é bom pra mim?
Dispenso a previsão

Ahhh, se o que eu sou
É também o que eu escolhi ser
aceito a condição

Vou levando assim
Que o acaso é amigo do meu coração
Quando fala comigo, quando eu sei ouvir.

Olhos Nos Olhos

Olhos de Olhar

Maquiei toda a volta
Firmei o foco
Olhos de olhar
Boca de sentir
Dedos de calar
Shhh...
Ouvidos de imaginar
De onde veio
Isso tem nome?
Serelepe e falante
Língua de recato
Por enquanto
Te olho com o canto dos olhos
Te desconfio
Te descomponho
E me decomponho
Fragmentos de mim
Expostos em ti


Um grande Beijo!

Choro Bandido

"DivaGar"

Desde quando estás aqui?
Tramei todos os desencontros
Bem que poderias ter te perdido, ou desistido da fera
lhama, tigresa, carnívora, sedenta
Dada, fadada ao medo, à espera de sonhos. À espera da ruptura com o passado, da redenção...

Um grande beijo!

Como Se Fosse Primavera

Micro Exposição Interna


Reflexo
Recocheteamento
Revide
Retorno
Reparo
Transtorno
Transtornada
Revirada
Revista e ampliada
Busquei tanto
Por tudo
Pela mudança
Pelo presente momento
E agora?
Posso escolher
Ou está imposto?
Eu gosto do tom da voz
Dos olhos
Da boca e do que sai dela
Gosto das palavras de bom barão
Gosto
Mas quero o olhar
Quero saber como a boca mexe enquanto fala
Se a perna balança
E como as mãos se comportam
Diante ao nervosismo
Quero alguma coisa de ti
Mas ainda não sei o que
Quero espaço para conhecer
Me acostumar
Com essa bagunça
Na minha ostra
Com essa
Até então
Bem vinda invasão


Um grande beijo!

A Ostra e o Vento (II)

Pó de Estrela

Perdi a chave da dispensa
Por ela
Guardava minhas reservas
E agora?
Ainda por cima
Me sopraram
Um pó de estrela cadente
E meus olhos de mel
Brilharam
Os cabelos negros clarearam
E essa luz respingou
Em meu sorriso
Que não para de me enfeitar o rosto
Usei os ouvidos para escutar
E os lábios para morder
Me servi dos teus encantos
Sem ser vista
Apenas notada


Um grande beijo!

Quando o Carnaval Chegar

Eu, Borboleta

Deixa a barra da saia arrastar
Não tem problema se sujar
Eu só quero dançar, solta
Não tenta mais segurar
Roda, roda
Pela vida
Como uma elipse colorida
Não desisto jamais de amar, de amor
Me ensina?
Momentos de impulsos cor da pele
Sensação de perfeição
E se tudo que eu disse
Foi demais?
Não tem mal
Se bateu o sino
Já nem lembro
Será que levantei o pézinho?
Aquilo foi real?
Não importa
Me deixa!
Me deixa cantar errado
Desafinar de rir
Eu quero é alegria
Muitas plantas em meu jardim
Voa voa borboleta
Que já já
Vou já

Um grande beijo!!

Festa Imodesta

Autos do Moinhos

Oi
Segura que eu tô chegando
Vai afinando o João
E fazendo todas as ligações costumeiras
Aproveita
E te aligera
Vacina o gato preto
Que eu tô chegando
Já vai botando o refri no gelo
E acendendo aquele incenso que eu te dei
Convida a Mirtes e o Serginho
E avisa o Antoninho
Que eu só vou pegar o bócha
E já tô indo
Eu tô chegando
Para sentar a lenha
Pra tirar tudo do lugar
Pra esculhambar
Eu tô chegando
Pra te incomodar
Pra gargalhar
Eu tô chegando
Pra cantar
Pra falar
Um grande beijo
Eu tô chegando
Pra juntar todo mundo
Eu tô chegando

Um grande beijo!

Ela e Sua Janela (II)

Ventania

Ele pergunta:
O que houve por aqui?? Tá tudo quebrado!
Ela, atônita, responde:
A janela ficou aberta...
E ele volta com toda a força:
Mas que janela, mulher???
Como quem não mais se importa
Ela diz:
A da alma
Em desespero, ele tenta:
E agora, tá fechada?
Ela sentencia:
Não
Alma, uma vez aberta
Nunca mais se fecha


Um grande beijo!

Com Açucar, Com Afeto

Doce e Bárbara

De onde vem
Toda essa força
Jogada a cada nota
Quem poderia controlar
Tamanha intensidade?
Ainda não nasceu
Um cérebro capaz
Em cada gesto
No carmim que cobre o rosto
A cada fio de cabelo
Tem paixão
Gota a gota
E nunca seca
A beleza única
Em movimentos compassados
Pelo ritmo das palavras
Não mais cantadas
Agora ditas
A dama flutua
Pelo palco
Entre novo e o velho
Esse canto vem
Esse canto vem
Lá da Bahia
Esse canto vem
Esse canto vem
Lá de mainha


Um grande beijo!

Dura Na Queda (II)

Tudonovodenovo

Mudei
Pra logo ali
Mas mudei
De ares, de pares
Mudei
Troquei o velho
Pelo que nem nasceu
Arrastei os imóveis
Troquei tudo de lugar
Inverti a ordem
Mudei
Sem nem sair do lugar
Viajei e ninguém viu
Mas ela filmou
A menina que virou mulher
De "perdida na avenida"
(Salve Chico!)
Àquela que sabe
Onde, quando
E como quer
Ela quer
Eu quero
E nós vamos!


Um Grande Beijo!

Um pedacinho do que vem por aí...
Por Laila Garroni.

Abandono

Meu Quinhão

Aprendi a esperar
Sem sofrer
Descobri
Onde reside a razão
E tudo foi passando
Voltando ao seu lugar
Quando me perguntam
O que houve
Que não houve
Digo que
Por mais que eu fale
Você não ouve
E que eu não me importo mais
O tempo leva e traz
Aprendi com meu silêncio
E com minhas idiotices
Sem sentido
O sucesso
Depende diretamente da realização
E eu não tenho pressa
Agora entendi o preço
De tudo que me custa
Então aguardo hoje
Pelo você
De amanhã...


Beijos e até!

Deixe a Menina (II)

De Cordão

Tenho samba no pé
E um coração
Boca afora
Batendo na palma da mão
Tenho um pé no teu samba
Um desejo que bamba
Entre a loucura e a razão
Sim
Eu tenho um samba
Aos meus pés
De cordão
Desamarrados ao chão
Sim
Eu tenho um samba
Em minhas mãos
Que batem sem pena
Na cadência
No compasso
Eu tenho um samba
Sim
E digo mais
Eu sou um samba
Canção
Enredo de gente
Eu sou
Pra frente
De mansinho
Miudinho
Sim
Eu sou um samba
E fim

Beijos e até!

A Ostra e o Vento

Das Regras


O que até então
Parecia sólido
Tão constante quanto a minha
Falta de jeito
Começou a me desmanchar
Pelos pés
Assim
Sem regras
Ali
A boca também serviu para falar
E meus olhos
Para a eterna fuga
Tímida
Irriquieta
Exibida
A dicotomia em forma de...
Mulher?
O que me difere
Está nas entrelinhas
No sim
Que eu não digo
No som
Que ecoa pelo meu silêncio


Beijos e até!

Carolina (II)

Tamanho Único


É bom voar
A liberdade
De Beauvoir
Sonhar a vida
Ser princesa, bruxa e fada madrinha
Ser todas na mesma
Se tudo o que eu não sou
Faz parte de mim
Então como me reinventar?
Cantar
É isso
O todo
Que de mim
Parte
Pulsante
Coração ambulante
Erra por toda a parte
Me bate
Bate sempre no mesmo lugar
Peito aberto
Que não deixa
Ninguém passar


Beijos e até!

Pois é

Ilha de Edição

Se tudo o que não sou
Também faz parte de mim
Como faço para me reinventar?


Beijos e até!

Eu Te Amo (II)

Delay

Sim
Eu quero
Dar
Não parece?
O céu
Aquele mesmo
Da outra canção
Da boca
O mar
Sem caravelas
Sem saqueadores
Nada de guerras
Sim
Quero dar
O peito
O seio farto
Duro de paixão
Grandes noites
Musicadas
Com os sons que vem
Nem sei de onde
Batidas ritmadas por
Risos descompassados
Repetidos silêncios
Felicidade
Sim
Eu quero dar
Flor
O ventre
Que dança
Por reflexo
Liberdade
Realidade e fantasia
E à medida que
Você for aceitando
Mais e mais
Vou me doando
Sim
Eu quero
Muito


Beijos e até!

Ela e Sua Janela

Cover

Verdades que me cabem
Mesmo que em sonhos
Coisas que por mim não foram escritas
Nem cantadas
Mas que me invadem
Me tomam conta
E assim
Matenho a recíproca...

Conheci essa música, pelo timbre metal, sonoro e arrebatador da Carolina Ojo. A música é da Helena Elis. Eu não a conheço, se alguém souber algo sobre essa artista, por favor, me mande! Lá vai...

Lugares Proibidos
Helena Elis

Eu gosto do claro quando é claro que você me ama
Eu gosto do escuro no escuro com você na cama
Eu gosto do não se você diz não viver sem mim
Eu gosto de tudo, tudo o que traz você aqui
Eu gosto do nada, nada que te leve para longe
Eu amo a demora sempre que o nosso beijo é longo
Adoro a pressa quando sinto
Sua pressa em vir me amar
Venero a saudade quando ela está pra terminar
Baby, com você já, já

Mande um buquê de rosas, rosa ou salmão
Versos e beijos e o seu nome no cartão
Me leve café na cama amanhã
Eu finjo que eu não esperava
Gosto de fazer amor fora de hora
Lugares proibidos com você na estrada
Adoro surpresas sem datas
Chega mais cedo amor
Eu finjo que eu não esperava

Eu gosto da falta quando falta mais juízo em nós
E de telefone, se do outro lado é a sua voz
Adoro a pressa quando sinto
Sua pressa em vir me amar
Venero a saudade quando ela está pra terminar
Baby com você chegando já


Beijos e até!

Mil Perdões

Sem Sol

Hoje
Foi tudo diferente
Funcionou
Mas com um tantinho a menos de cor
Trabalho feito
Só pela mente
O coração ficou de fora
Emburrado, num canto
Mal batia
Hoje
A estrela chegou solitária
Seu sol ficou dormindo
Foi bom
E ruim
Descobir
O espaço que o nada ocupa
Hoje
As notas foram máximas
Em perfeita hamonia
Mas em algum momento
Soaram vazias
Era isso que eu sentia


Beijos e até!

Feijoada Completa

Coletivo Incidental

Japoneses
Completamente ocidentais
Sentados à sua espera
Afrodescendentes
E suas mechas loiras
Lisas a muita força
Cansadas de tanto esperar
E eu
Imóvel e inclassificável
Ou não
Tudo pelo coletivo
Da janela
Passam casas e árvores
Todas desconhecidas
Pessoas à mesa
Bicicletas e crianças
Acesas pelo sol
Molhadas de calor
A música
Faz a trilha em meu ouvido
Só eu escuto
O nada coletivo
Tudo passa
Gira, gira
E não é de graça
Chegou o meu ponto
Fim de linha
Desço e levo comigo
Tudo o que vi
Mera impressão incidental
Singular inspiração
Coletiva
Só para mim


Beijos e até!

Ela Desatinou

Um, Dois, Três

Três dedos
Para cada, um desejo
Não sei qual escolho
Escondo a mão
E invento um joguinho qualquer
Para que o prêmio não pareça
Tendencioso
Três chances
Para cada lance
Não sei bem do jogo
Levo a mão ao rosto
Me escondo
E invento um motivo qualquer
Para não parecer boba
Três dias
É a medida da nossa distância
Para o calendário
Não sei mais como dizer sim
Por isso escolho o não
Escondo o sentimento
E invento um motivo qualquer
Para não parecer tão sua

Beijos e até!

O Meu Amor

Indo...

Buscar um ideal
Não é fácil
Mas difícil mesmo
É não sonhar
É deixar de lado
A maior das inspirações
A passos largos
Vou indo
Vivendo
E saboreando a jornada
Até que chegue a chegada
O amargo, também entra aí
Mas cá pra nós
Isso aqui não é nenhum "mumu"
Então sigo
Me divirto
Choro
Sinto demais
E isso é o de menos
Me canso
Sento
Levanto
Corro
Respiro
Olho
Sempre
Para as flores que me
Cercam pelo caminho
Em mim o silêncio
É música
Hiato de colisão
Alma e canto



Beijos e até!

Iracema Voou (II)

Samba Por Inteiro

Tenho tudo
O que falta é coragem
Para cantar aquele samba
Hoje ele quase saiu
Mas o receio
Que me invade
Só tranborda
Outra vez
Perdi a fala
Que meu canto
Contraiu

Foi hoje...

Foi hoje
Que o meu samba foi composto
Em silêncio
Só lhe ouvindo
Sem você nem perceber
Era amor
Ressoando em meu peito
Então
É mais que direito
Te cantá-lo

Agora sim...


É samba
É samba sim
Quem disse
Que você, moreno
Não foi feito pra mim?


Beijos e até!

Vai Trabalhar Vagabundo

Chave Grã-Mestra

Da cobra
Não restou nem o chocalho
Nem rastro
Aquele que invade
É o mesmo que saca da bondade
Em troca de amplitude
E que todos ouçam
O breve som
Da impunidade
Que essas palavras amplifiquem-se
Por entre as mentes
Nem tão quietas assim
E saiba:
A culpa não canta
Ela fala o tempo todo
Sem parar
Não te quero mal
Apenas não te quero
Então
Rasga aquele convite roubado
A exemplo
Para que nunca mais
Ninguém
Entre pela minha porta
Sem ser convidado


Beijos e até!

Cambaio

Sobre os Usos

Quando deixei de praticar a normalidade?
Não tenho resposta
Não consigo lembrar
Nem da cor do dia
Do cheiro
Muito menos
Do momento em si
Ou das causas
Só sei que me sinto
Diferente
Flanando sobre o que é
Tão normal
E bom
E cotidiano
E...


Beijos e até!

Cálice

Despacho

Vê se me esquece e some
Vai jogar todo esse
Quase nada
Em outro alguém
Pra mim
Perdeu a graça
Tá ficando triste
Troca o meu nome
Por um que nem existe
Não posso mais
A solidão é o melhor presente
Para quem não sabe gostar
Então vai
Aproveita
E vê se não volta
Segura a saudade
E some
Leva tudo contigo
Cada nota
Cada peça de tecido
Não quero nada
Só quero
De volta
Meus sentidos
Isso aqui
Em nada parece comigo
Então vai
E vê se não volta
Já que te sobra
Receio
Some
Pega toda essa razão
E rompe junto comigo
Isso sim
Faz sentido

Deixe a Menina

Fefe

Distraída
Ligada em tudo o que
Nem sempre interessa
Ao mundo
Maluquinha
Espevitada
Criancinha
Correndo pela casa
Esquecendo da missa
A metade
Perdida pelas notas
Instintiva
Sonhando acordada
Sempre
De bem
De boa
Bobinha
Cantando pela casa
Pulando de euforia
Ouvindo borboletas
Em vôos coloridos
Apaixonada
A menininha das flores
De idéias aladas
Magia
Confusão
Doce canção

Beijos e até!

Todo Sentimento

Canção Sem Nós

A gente não se fala
Faz mais que o tempo da canção
Não esqueci
Das tardes em sol
Das noites de lua
Cheia de ais
O canto estava sempre
Pelos cantos da casa
Nos armários
Hoje nem roupas
De frio
Ou calor
A gente não se fala
E nem precisa
Te ouço pelo ar
Pelos olhos quentes
A melodia diz mais
De nós
Do que ainda não fomos
Somos o que o tempo
Ainda tem pra nos dar
Sem pressa
À busca da perfeição
Carinhos velados
Sem rostos colados
Ainda
Sem falar
Sem falar
A gente nem se fala
E nem precisa
Ainda


Beijos e até!

Dois Irmãos

Vide Vidigal

Subindo a ladeira
Quebrando cadeiras
Nas quebradas
Imagina um amasso
Em alguma viela
Cadela
Cachorra
Gatinha

De sainha
Subindo
Vide Vidigal

Da rafa, do povo
De bando
Do panela
Piscina azul
Celeste
Vai pro baile
E se joga do céu
Ao chão

De sainha
Subindo
Vide Vidigal

Ela não é dali
Mas parece
Local
A tal
Vai chegando
Vai levando
Avião que voa baixo
Subindo morro acima

De sainha
Subindo
Vide Vidigal


Beijos e até!


Ps: Para a Musa inspiradora, com amor!

O Brejo da Cruz

Engolir

É difícil porque é insuportável ou é insuportável porque é difícil??
.
.
.

Corrente

Paixão: Sorte ou Revés?

De raiva, rasgou o vestido
Era verde
Já não tinha mais esperanças
Desmanchou o cabelo
Aos prantos
Borrando a maquiagem
Que lhe contornava os olhos
Tristes
Não sentia frio
O nu parecia confortável
Não sentia mais nada
Apenas solidão

Impetuosa, rasgou o vestido
Era vermelho
Já não tinha mais serventia
Desmanchou os cabelos
Como louca
Suando
Sem se importar com a maquiagem
Que lhe entalhava os olhos
De gata
Não sentia frio
O nu parecia necessário
Não sentia mais nada
Apenas paixão


Beijos e até!

Retalhos


De você sei quase nada
Hoje vou matar essa charada
Agora resolvi falar
Não importa o mundo o que disser
Não vou mais ficar
Do lado
Meio encabulado
Eu preciso dizer que te amo
Não sou mais um sonhador
É hoje
Espinha ereta e coração tranquilo
Já nascemos livres
Eu sei
É esse
O retrato do artista
Mas amor nunca é demais
Não sei, não
Bem-me-quer
Molhada de suor
Linda, nua e um pouco nervosa
Mau-me-quer
Se você pensa
Que não vou ficar
Faça o favor de não me irritar
Quero ouvir
Diga que não vive sem mim
Hoje é
Ganhar ou perder
Sem engano


Beijos e até!

PS: retalhos de mim, por: Zeca Baleiro, Cazuza, Tim Maia, Manuela Dipp, Frejat, Nei Lisboa, Chico Buarque, Walter Franco, Bebel Gilberto, Jorge Ben Jor, Rita Lee, Ana Cañas, Roberto Carlos.

Desencontro

Febril

Desacreditada
Aqui
Largada
Jogada à própria sorte
Acompanhada do vão habitual
O que pensar
Quando
Afinidades, bem-querer
Parceria, diversão
Torcida
Atração e sucesso
Não bastam???
O que tá faltando?
Olhos para a besta
Ou coragem para o bobo?
Não há o que perder
Entende?
Melhor não pensar
Quem dera
Nem sentir...

Uhmmmmmmmmmm GRANDE e ENORME beijo!!!!

Angélica

Não, Minha Santa Não

Minha santa não descansa
Todo dia
É santo
Para cada passo um alerta
Minha santa não se cansa
Sagrada companhia
Sem flerte com o perigo
Luz em meu caminho
Minha santa não é triste
Ela sempre me sorri
Com seus olhos
Olhares atentos
Àquela que não presta muita atenção
Na trilha
Minha santa não desiste
Me segura
Ensina, afina
Minha santa não é surda
Ouve o meu canto
Ouve meu mais baixo chorinho
Me enleva
Minha santa não esquece
Presença constante
Benção por inteira
Que me ilumina
Clareia
Minha santa não bobeia


Beijos e até!

Atrás da Porta

Chegando de Saída

Conspirando com o destino
Fugindo
De fino
Driblando a colisão
Com os olhos abertos
Vejo o que não quero
Então sonhando...
Espero.

Beijos e até!

Amanhã, Ninguém Sabe

Canino

Foi como abandonar
O que já estava tão rígido
Aquele sair correndo
Representou mais do que um ligeiro deslocamento
Soou como uma nota
Na cabeça
Me pareceu um grito de liberdade
Tão preso em mim
E quanto tive o azul
Sorrindo em seu céu mais profundo
Só pude abraçar a causa
Com muito amor
Talvez um amor (que mesmo já tendo direção)
De tão guardado
E medroso
Já esteja mais que maduro...
A fragilidade e a meiguice
Me levaram a outros olhos
Os que parecem
Pequenas bolitas de mel
Então senti o meu colo
Ainda mais carinhoso
E me doei, assim
Sem pensar


Beijos e até!

A Pousada do Bom Barão

CaraCool


De movimentos precisos
Pouco ligeiros
Ele passeia
Com o seu mundo nas costas
Com todo o peso
Da vida
À tiracolo
A quem o caracol pede guarida?
Disfarçado de calma
Envolto em mistério
Quem leva seu passo a sério?
O que tem lá dentro
É tudo o que lhe interessa
E o que lhe consome
E eu pergunto
Posso entrar em seu casulo
E trazer uma leveza
Ao seu
Tão solitário rumo?
...


Beijos e até!

A Foto da Capa

Reflexo

Poema diretamente extraído do blog da Juliana Brina. Confiram, ela é maravilhosa! www.julianabrina.wordpress.com


Tua voz

Tua voz quando ela canta
Me lembra um pássaro
Mas não um pássaro cantando
Lembra um pássaro voando



Beijos e até!

Hollywood

Refletor

Enfim
Começou meu carnaval
Despi do velho armário de sonhos
Todas as minhas fantasias
E agora
Nua em frente ao espelho
Decido a que melhor me enfeitará
Já não me bastam adereços
Quero o cenário
Pompa e circunstância
Me quero atriz
Afinal
Represento a imagem
Que parte de um reflexo
Do olhar alheio
Do palco
O espelho sou eu
Produção multifacetada de imagens
Soando em um tempo só


Beijos e até!

Pedaço de Mim

Das Dores Inevitáveis

Doeu
Só doeu
Sentidos amortecidos
Bem ali do lado
Só doeu
A luz que vinha do fundo
Só iluminava os olhos
Fundos
Quase rasos de mar
Doeu
Bateu forte
Na cara à tapa
Em cheio
Doeu
O disfarce
O sorriso
O falso improviso
Tudo fora de tom
Doeu
E só.

Meu Caro Barão

Novas Regras

Cadê, que não encontro?
O ponto que me faltava
Entre o nada
E o que procuro
Interrogações invadem
A pura alma
Que sorridente espera
O momento de exclamação máxima
Do encontro de Gêmeas
Almas
Ainda perdidas entre si


Beijos e até!

Januária

À Mulher Maior que a Razão...

Vestida dos pés à cabeça
De idéias para matar
Cansada dos chatos
Cansada dos óbvios
Armada da palavra
Até os dentes
Saliva quente
Ardendo em tua pele
Com as mãos sobre o peito
Ela olha para o espelho
E o esmalte vermelho
Reluz
Ofuscando quem já não via
Aqui
A palavra é cega
Cega de vontade
Censurada
A poesia cai
De quatro sob os olhos
Do desejo
Que teima em manter acesa
A razão
Que a incendeia

Beijos e até!

Samba do Grande Amor

Tolices

Eu não sei mentir direito
Diz a música
E eu escuto
Como quem diz
Pois é
Eu também não
Burra!
Tudo o que eu quero é que aconteça
E que o meu nariz não cresça!

Beijos e até!

Chão de Esmeraldas

Afinada

Espio pela janela
E por ali vejo ela
Sentada como quem descansa
Por encantamento, observo
O canto do pássaro
Pronto para alçar vôo


Beijos e até!

Imagina

So Far

O meu mundo é o da lua
Minha casa é feita de céu
Minha luz é o sol
Minha poeira é de estrela
Me jogo de nuvem em nuvem
E não caio
Me firmo de
Raio em raio
Sou uma estrelinha
Que brilha
Brilha
Sou um cometa
Que alegra e irradia

Beijos e até!

Mar e Lua

Pra Voar

Trago às cores
Respostas da retina
Nada cega
Mais para mim
Minha lamparina
Se rendeu ao teu ar
De sol e céu

Minha flor
A desabrochar ninguém te ensina
Nem tampouco
A enfeitar o cabelo da menina
Isso é seu
E essa é sua sina

Sou assim
Como um traço de abandono
Te apavoro e depois mudo de dono
Beija flora
Flor em flor
é o meu lugar


Beijos e até!

Cala a Boca Bárbara

Sem Samba Pra Ela

Hoje a menina chorou
Desaprendeu o seu velho samba
Não quis mais
Ser a mais bela
Hoje a porta que estava entre-aberta
Bateu
E como doeu
Hoje a menina cansou
Desprezou o seu velho samba
E não quis mais cantar
Calou a voz
Não quis mais ser nós
Ficou só
E de medo
Hoje a menina chorou
Se desentendeu com o seu velho samba
Não quis mais ser porta-bandeira do amor
Cansou
Desencantou
Hoje a menina chorou
Só por hoje
E pela última vez...

Beijos e até!

Cálice

Nunca mais

Nunca mais invisível
Sem mais sorrisos por fora
E maré revolta por dentro
Agora
A mim
Só cabe o meu tamanho
Não quero mais
Fingir ser mais
Ou menos

Nunca mais me sentirei assim
Não quero mais
O nada
Nem nada parecido com isso
De novo para mim
A sensação de ser micro
Perante ao outro, nem tão macro assim...
Acabo de aposentar
Minhas lentes de aumento

Nunca mais
Pequena
Nunca mais


Beijos e até

Ela Faz Cinema

A Fabulosa história, ou não, de um grande caso futuro de amor

Tá guardando as minhas pedras
Para fazer um castelo?
Sai dessa
Abre as portas e me deixa passar a noite
Não quero morar
Talvez um dia
Mas hoje
Só quero o calor
De uma cama quente

Tá fingindo que não me vê
Por quê?
Sem essa
Não quero a alma
Por enquanto
Mãos, língua
Tronco e pernas
Bastam
Até o coração
O caminho é longo
E divertido

Tá com medo de quê?
De quem?
Eu não sou tão grande assim
Vamos brincar
Um com o outro
E ver no que esse jogo
Vai dar
Não importa o placar
Mas o que de bom
Cada um vai ganhar

Beijos e até!

Cantiga de Acordar

Pra te Alegrar

Hoje é o dia da raça
Daqueles que estão nessa vida
Por pura paixão
Não importa que dia faça
Se chove ou se é verão
Me vejo em cada praça
Boteco
Teatro ou balcão
Fazendo aquilo que gosto
Pra espantar a solidão
É hoje...

É hoje o dia
Daqueles que esperam
O grande dia chegar
Afina o cavaco,
Ajusta o pandeiro
E manda a cuíca entrar
Quero muito batuque
No meu samba enredo
Por que hoje é o dia
Que eu escolhi pra avisar
Que eu cheguei nesse mundo
Só pra te alegrar
Amor
Que eu cheguei nesse mundo
Só pra te alegrar

Já digo que é hoje
É hoje...
O dia do meu povo sambar
É hoje...
O dia do meu povo dançar
É hoje...

Beijos e até!

Folhetim

Feita de Nada

A última
Àquela a quem nada se revela
Nela nada é sal
Nem açucar
Aquela que nada
Em ninguém revela
A boba
A que não importa
A sensação de nada
Inunda
Choro
Água lavada
Que rola dela
Ela
Aquela que não rola
Que não serve
A louca
Dela tudo se espera
E nada se leva
Nela tudo explode
Por dentro
O que a ninguém revela
Ela
Aquela que não era
Que não tem nome
Nem música ou letra
Nada
Nunca é pra ela
Por tudo isso
É ela
Aquela que eu não quero
Esquecer
É nela que eu sinto
O que me falta
Mesmo sem saber


Beijos e até!

João e Maria II

Se Der Ela

Na minha história de hoje
Tudo tem
Tem reino distante, Bruxa
Princesa, passarinhos
Grandes jardins, cachoeiras
Menos príncipe
É, na minha história
Não tem príncipe
Não quero!
Não tenho vontade de esperar
Impávida
Quase morta
Por um beijo
Estou sem vocação
Para cavalgar
Ladeada numa garupa
De um cavalo branco qualquer
Nunca quis tecer minhas próprias tranças
E deixá-las longas
A ponto de servirem de escadas
Nunca!
Ponho no meu quarto quem eu quero
E pela porta da frente
Não, eu não suporto príncipes
Aquelas roupas, aquela pompa
Se eles ainda cantassem bem...
Mas nem isso
Todos parecem ter engolido
Um manual do Nicola Vaccai
De como ser um bom tenor
Às favas com as fábulas!
Na minha história de hoje
Tem uma bela
Que parece fera
Mas não é
Uma princesa que canta de verdade
Uma mulher maior que o seu reinado
Tem um imenso mundo real
Pela frente
E a quem essa história não agradar?
Que procure outra
Por que essa é minha
E já está quase pronta!

Beijos e até!

Fora de Hora

Feriado

Cansada de escrever minhas próprias falas
Busco nos tradutores
Um reflexo para as minhas emoções
E dou um sentido aos meus sentimentos
O que antes era certeza
Hoje
Não passa de solidão
Cansada de descrever minhas próprias
Aspirações
Trago as deles
Para mim
E assim respiro
Descanso
E me inspiro
De novo e de novo
Sempre

.
.
.



Bagatelas
Adriana Calcanhotto
Composição: Roberto Frejat/Antonio Cicero

Eu dizia "Apareça"
Quando apareceu
Não esperava
Um dia me beijou e disse:
"Não me esqueça"
Foi embora
E só esqueci, metade...

Que bom
Que eu não tinha um revólver
Quem ama mata mais
Com bala que com flecha
Ela deixa um furo
E a porta que abriu
Jamais se fecha...

Nada disso tem moral
Nem tem lição
Curto as coisas
Que acendem e apagam
E se acendem novamente em vão...

Será que a gente
É louca ou lúcida?
Quando quer
Que tudo vire música?
De qualquer forma
Não me queixo
O inesperado quer chegar
Eu deixo...

E a gente faz
E acontece nessa vida
Nessas telas
Nessas bagatelas...

Que bom que eu
Não tinha um revólver
Será que a gente
É louca ou lúcida?
Quando quer
Que tudo vire música?...


Noite
Adriana Calcanhotto
Composição: Antonio Cícero / Orlando Morais

Vêm lá do canal
Reverberações
Do ladrar de um cão.
Uma dessas noites
Tudo vai embora:
Leve-nos,
Ladrão.
Abre-se o sinal
Sem ninguém passar.
É melhor ser vão
Tudo o que pontua
Nossa escuridão.

Geni e o Zepelin

Distorção

Ai
Não quero dizer
Não queroooo
Não quero me convencer
Que me enganei
Descaradamente
Não quero admitir
Que perdi
Perdi porque não sou como todas
Por que sou
Politicamente correta
Pro inferno com esse conceito de merda
Chega
Não quero mais
Nem nunca quis
Ser modelo de nada
Não quero mais esse pesooooooo
Eu não sou legal
Não
Eu não sou especial
Não
Eu não sou nada demais
Nem de menos
Ai
Não quero mais pensar
Será que dá?
Ter a vida fácil
Dá pra ser????
Quero tanto ser feliz
Posso?????????????????????????


Uhmmmm GRANDE e ENORME beijo!!!!! Me liga!

PS: Tchaaaaaaaaaaauuuuuuuuuuuuuuu!!!

A Mulher de Cada Porto

Rainha de Copas

Chorou de novo
Ela
A cidade
Mais uma vez
Mais uma se foi
Sob que pés
Andarão as ruas
Da Nossa Senhora?
Quem guiará o sol
Na direção do mar?
Do Arpoador
De Ipanema
Do posto seis
De uma rainha de copas
Louca de tanta vontade
Determinada à vida
De partida
E pronta para voltar
Para o colo quente
Das areias
Para o embalo
Da brisa
Que vem doce do mar
Partida
Ao meio
Volto
Mas deixo o meu coração por lá
Até que ele resolva voltar


Beijos e até!

Cuidado Com A Outra

Le nine ar

Linda
Grandes olhos
De quem olha por dentro
Nela
Tudo cabe
Cabe a ela usar
Grande
Nos gestos, no mundo
Exibe braços e pernas
No espelho
Dança
Pra quem não pode ver
Cego
Aquele que por ela
Passa reto
Chama de amor
Quem não pode ouvir
Surdo
Ama quem não quer amar
Ressoa pelos cantos
Ela
Aquela que não vai passar
Desfila
Por que acabou de chegar
E fica
Latente nos lábios
No peito
Aberto para quem não quer entrar
Resiste
Àquele que não sabe se dar
E doa
Tudo
Pra quem nem sabe como usar
Fogo
Pra quem sabe atear
Água
Para quem sabe como molhar
E olha
Pra aquele que sabe inspirar
E olha, e olha
E canta, e canta
E sonha, e sonha
E Ama, e ama

Beijos e até!


PS: Lenine, pura inspiração. Pura piração...

Bom Conselho

De Fazer Amigos

Sozinha
Em meio a tantos
Sentei
E elas deixaram
Tranferi amor
E recebi de volta
Uma mão, um abraço
Uma água
Mas a sede não passa
A vontade de viver me move
Por terras tão distantes
Agora um pouco minhas também
O beijo foi de graça
O beijo foi de boas vindas
Então valeu
Mesmo roubado
Me reforçou o desejo
De tentar, de não sentar
Jamais
À beira do meu caminho
Sigo as setas da intuição
E vou em frente
Tremendo por dentro
E sorrindo por fora
Na certeza de que acertarei
O que hoje é tão incerto


Beijos e até!

Ps: Para as minhas novas amigas cariocas, com carinho...

A Ilha

Medo Menina


Já é bem tarde
E todos dormem
Ou não
Ainda é cedo para o medo menina
A história de final feliz
Mal começou
Ela me diz que tem medo do que virá
Ainda sem rosto
Mesmo sentindo que o clarão
Será como fogos no céu
Ela me diz que tem vontade
Que canta por pura necessidade e encantamento
E eu acredito


Beijos e até!

Esconde-Esconde

De Longe

O que me fez sorrir
Hoje
Não foi o som do mar
Nem a água gelada
Que sempre me faz graça
E me arrepia o seio
Não foram as crianças brincando
Desajeitadas pela areia
O que me fez brilhar
Hoje
Não foi o sol a pino
Refletido na imensidão das pedras
Não foi o vento fresco
Que tanto me chama à rua
Nem tampouco a lua
Já cheia dos meus suspiros
Hoje
Escutei todos os sons
Que já me apertavam o peito
Há muito...
Hoje
Escutei as risadas
A respiração
Senti o reflexo da saudade no outro
Vivi dias perdidos
Em poucos minutos
Senti que ainda sinto
E muito


Beijos e até!

Carolina

...?...!

Distraio o coração
Com interinos desejos
Fabrico a diversão
E finjo sentir uma alegria autêntica
Me dou
Mas guardo meu melhor pedaço
Meu Coração também me engana
Disfarçando não perceber o intento
Enquanto ainda bate
Mesmo faltando um pedaço

Se Tudo Pode Acontecer
(Arnaldo Antunes)

Se tudo pode acontecer
Se pode acontecer
Qualquer coisa
Um deserto florescer
Uma nuvem cheia não chover
Pode alguém aparecer
E acontecer de ser você
Um cometa vir ao chão
Um relâmpago na escuridão
E a gente caminhando
De mãos dadas
De qualquer maneira
Eu quero que esse momento
Dure a vida inteira
E além da vida
Ainda de manhã
No outro dia
Se for eu e você
Se assim acontecer


Beijos e até!

Moto-contínuo

Embolada

Mesmo depois de um dia sufocante
40 graus
De cérebro à sombra
Ainda vejo além das pedras
Que sopram o mar de volta
Ainda escuto o som dos carros
Que roubam o silêncio do asfalto
E o coração
Que bate vermelho
Como aqueles olhos
Marejados de fumaça
Corro pra bem longe de mim

Está tudo certo
Com o incerto
Tudo certo

É difícil esperar
É como ouvir Camelo
Sem sonhar
Aí...
Me volto para tudo o que está longe das mãos
Mas não sai da cabeça
Perto e longe
Horizonte e céu
Pessoas separadas por falta de percepção
Qual o conceito para distração?
Não sou padrão
Grandes espaços
Muitos vãos
Meu coração não tem peso
Nem medidas
Só bate...

Está tudo certo
Com o incerto
Tudo certo

Mesmo quando tudo gira
Me mantenho em pé
Na roda
Quem roda não sou eu
É ela
Quero ver tudo lá de cima
Bailarina das nuvens
Dona do céu
Daquela boca
Que não sai de dentro
Dos meus olhos fechados
Canto à noite
Para que um dia
Amanheça o dia
Cheio de claves de sol
Meu canto é como um manto
Cobre tudo o que não me serve mais

Está tudo certo
Com o incerto
Tudo certo


Beijos e até!

Que Que Será? À Flor da Pele

Mouco

Então é isso?
Um pra cada lado
Olhando para o nada comum
É só?
Para onde eu for
Eu vejo o mar
Qualquer lugar
Vira onda para a sereia
Que não cansa de nadar
Então tá
Quem sabe esses seus ouvidos
Sejam surdos mesmo
Ou estejam cheios
Da água de outros mares
Como pode ser assim?
Com tantos à cauda
A sereia escolher
Logo o que se acha tão pequenino
Ele nem sonha
Que pra ela
Ele é o mar, o ar
Talvez o único que ela não consiga
Fazer parar de respirar
Será?
Para onde eu for
Eu vejo o mar
Qualquer lugar
Vira onda para a sereia
Que não cansa de hipnotizar


Beijos e até!

Fado Tropical

Transe

Já é tarde
Mas a cidade ainda pulsa
Numa hora dessas
Quando eu já tiver ido embora
Quem sabe
Ela volte a dormir
Por enquanto
Passo as minhas horas
Fiando o meu futuro
Fingindo uma normalidade
Que nunca existiu
Me perco
Para depois ganhar
Um alento, um sim
Um quem sabe?
Já é tarde
Mas a cidade ainda espera
Como quem diz
Fica?
Quem sabe quando eu já estiver aqui
Ela volte a andar sob meus pés


Beijos e até

Divina Dama

Dani Ela

Hoje ela
A tão maravilhosa
Acordou brilhando menos
Levantou-se triste
Espantou um guarda-sol otimista
E chorou sobre um prevenido guarda-chuva
Hoje a minha sereia
Medrosa de mar
Foi-se embora
Para o desespero de quem a vê correr na Lagoa
De quem a vê correndo, por vezes, de si mesma
Dane-se
Ela é a Dani
A minha
Ela é a Dani
A nossa
Ela é
A melhor risada e o melhor sorriso
A melhor piada e o melhor improviso
Dani ela
Ela é
Dani
Ela é
Do cabelo, dos olhos oblíquos
Da infância, do amanhã e do hoje
Ela é
Dani
Dani
Ela
A minha porta está aberta
Esperando ela voltar
Dane-se
A distância não faz nem cócegas
Para quem carrega o seu amor no coração
Dani se
Eu ficar
Você vem também?

Ps: Para a minha maninha...

Beijos e até!