domingo, 7 de outubro de 2012

Faceira

Dos Fálicos



O cetro
A pira 
O pau 
A cobra 
Troncos e galhos 
O ponteiro que regula o tempo 
Pontiagudos pensamentos 
O poste que ilumina a rua 
A lua quando mingua  
O Sol rompendo a madrugada 
Vela acesa 
O pé que segura a mesa 
O mastro 
Microfone que amplia 
A guitarra, o baixo  
E o violão 
Mínimas, semínimas e colcheias também 
O picolé lambido  
O pirulito 
Cenoura, berinjela, pepino 
A barraca armada 
A feira toda 
A seringa que injeta 
A mangueira de sucção 
Bisturi, chave de fenda
Parafuso 
A veia que bomba  
O braço, a perna 
Língua afiada 
Calor 
O vulcão 
Ponta de cana
Canavial, palmeiras 
A lança tupi 
A tecnologia de ponta 
Falo, falo, falo 
Meu dedo que aponta 
Você quando penetra 
Seu olhar quando me atravessa
Meu silêncio quando te irrompe






Um Grande Beijo!

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Acalanto

Para Ele

Talvez fosse mais rápido
Se você deixasse o vento entrar
E botar tudo no lugar
Mudar de música
Esquecer da mesma cantilena de sempre
Entender que nada está no lugar
Nem nunca vai estar
No fundo somos todos mutantes
Roqueiros, bossistas
E que pouco ou nada importa
Se ela sorriu ou lacrimejou
Talvez fosse mais divertido crescer
Deixar a Terra do Nunca
Largar a mão da criança
E adultecer
Olhar para o espelho e dar bom dia
Esquecer da pele e dar a cara a tapa
Deixar o sol bater com vontade
Absorver o impacto
Dourar o sentimento mais pálido
Talvez fosse mais fácil saltar
Se você deixasse suas asas nascerem
A medida da queda
É a mesma altura do vôo livre
Chega de poda
Chega de nada
Talvez fosse mais simples sonhar
Se você conseguisse dormir
Acorda
E vem ver a vida passar
Vivendo

Um Grande Beijo

terça-feira, 31 de julho de 2012

Ela Desatinou

Dos Inícios


Amor é construção. 
É entrar pé por pé no coração de alguém
É querer assistir a pré e a pós produção
Amar é um ato de enfrentamento, é desatar-se sem ajuda 
Movimento solo rumo ao duo
Amar é administrar as dualidades
É demarcar espaços, redigir contratos, assumir o risco
Coragem
É perder o medo de perder liberdades
Porque só o amor nos faz voar
E o vôo é livre




Um Grande Beijo!

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Barafunda

Ossobuco


Um Grande Beijo!





Sinhá

Das Frestas


Tem a saudade que dói no peito, a que estica as horas até que elas quase arrebentem. Tem também, aquela saudade que te deixa mais vivo, a que te faz aprender a contar segundos e a que não te abandona nem em sonho. Saudade: sentimento fiel, persistente e impiedoso. Mas há quem se acostume. Há quem não viva sem ela, seja por escolha ou pirraça do destino.




Um Grande Beijo!

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Cala a Boca, Bárbara

Desfeito

Havia um espaço além do reservado
Todos sentaram
Mas aquele café ninguém provou
Biscoitinhos se perderam entre palavras amargas
Sem açucar ou afeto
E o bolo não cresceu
Mas fermentou aqui dentro
Na boca?
Fel e só
Diante ao constrangimento
Disse adeus às palavras
Eloquência fora de área
Fora de eixo
Daquele momento em diante
O mundo girou
E parou em outro lugar
Onde a afeição está sempre fresquinha na bandeja
À mão
Para quem quiser provar



Um Grande Beijo!!!



quarta-feira, 11 de julho de 2012

A Cidade dos Artistas

Minha Casa


Andando pelas ruas
Deixando o som natural soar
O sonoro anúncio que me faz descer do metrô
As buzinas, o ronronar das folhas
Os ambulantes, o pedalar das bikes
E outras tantas conversas
Se misturam em mim
De casa em casa
Procuro a minha
A cada palma batida
Uma esperança revivida
E só aqui nessa história
O não é mais fácil que o sim
Mas a gente é "acreditadeiro"
E não desiste nunca
A cada cheiro, portão
Porteiro
De muro em muro
De chave em chave
Eu vou
Explorando novos mundos a cada porta que se abre
Certa de que fui me deixando pelo caminho
Aos pedacinhos
Nas decorações que inventei
No vaso de flores naquela mesa que nem comprei
No tapete estendido no meu estar ideal
É o concreto brincando de irreal
No final do dia
Já com a música que escolhi
Me recolho do externo
Volto para casa que não tenho
Mas com a sensação 
De que moro em mim e fim.


Um grande beijo!

domingo, 8 de julho de 2012

Gota D'água

De Assalto

"Se eu roubei
Se eu roubei teu coração
Tu roubaste
Tu roubaste o meu também..."

Agora quero o meu de volta!
Mesmo sem ter o que lhe dar em troca
Tive inveja da sua vantagem
Meu coração
Vibrante, te iluminando
Jóia rara de rubi
Nesse assalto mútuo 
Só me fodi
Caí no golpe mais batido
Seu coração só deu defeito
Pulsando por todo lado
Menos em mim
Meio Medéia
Meio Joana
Possessiva, ciumenta
Venenosa
Botei seu coração no prego
E quando descobri a pouca valia
Sangrei todo o sentimento
Até a última batida


Um grande beijo!



domingo, 1 de julho de 2012

Trocando em Miúdos

Sem Definição

Chegou em casa em silêncio. Tirou e guardou, cuidadosamente, cada pulseira e seu único brinco, um coração gigante. Despir a roupa, apenas completou aquela sensação de nudez que a acompanhou desde aquela grade. Sensação vergonhosa e palpitante, que atravessou bairros com ela, a seguiu durante a curta caminhada pelo meio da rua e subiu com ela o elevador.
No banheiro, tirou o batom vermelho com força. Encarou o espelho no olho, tentando entender o que se passava lá dentro. Lavou o rosto. Escovou os dentes. Fez xixi.
Isso tudo é bem íntimo.
E há que se ter cuidado com essa intimidade toda...
Voltou para o quarto totalmente nua, totalmente muda.
Mandou uma mensagem às amigas e voltou ao seu silêncio.
Defina silêncio.
Aos poucos ela foi entendendo que aquela grade deveria ser um muro sem frestas. Bem como seu coração.
Que aquele que estava ali, poderia ser qualquer outro. Que roupa não protege. Que não há escudo contra o que vem de dentro.
De repente, tudo virou imperfeito do indicativo
Ela esfacelava cada pedaço de razão, que feito uma comorbidade, cobria seus sentimentos.
Ele não imaginava da missa o terço.
Ela fazia movimentos inversos aos sentimentos, sem nem sentir. Até que foi auto-desmascarada por entre frestas.
Ele de um lado do mundo
Ela de outro.
Entre eles havia um 


A
B
I
S
M
O


E só.
Nada mais.
Mais nada.





domingo, 24 de junho de 2012

Licença: Ela, Manu Bela

Ela, Manu Bela

Do coração brotou uma estrelinha
Que vou guiar até o dia em que ela me guie sozinha
Do meu amor surgiu um solzinho
Que ilumina meus dias e noites
De onde estiver
Do meu desejo clareou o luar
Perfeito, claro, tranquilo
Minha constelação cresce com ela
Grama a grama
Dia a dia
Uma semana de cada vez
Meu amor cresceu tanto que venceu os limites do coração
E mudou-se para o ventre
Tua primeira morada
E mesmo quando saltares pra fora
Com gana de mundo
Tenha certeza que continuarás
Aqui dentro do meu peito
No meu centro
A cada batida
Desse agora tão nosso coração
É ela, pra ela
Manu, Manu
Manuela
Minha Manu
Manu bela



Para Baby, com amor.

Um Grande Beijo!

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Desalento


Cru

Chega de transpor
Rude é rude
Lúdico é lúdico
Hoje a Fada do Dente
Está banguela
Ai, tira esse arco íris daí!
Alou, produção!!
Abriu o corte
Sangrou a ferida
A farmácia fechou
Primata
Deixo o vento estancar
Enquanto Billie canta
Vou decepando
Esse óculos cor de rosa saiu de moda
Essa roupa já não serve mais
Primária
Deixo a magia sair
Sem ter hora pra voltar
Por hora
Vou desestruturando tudo o que dá
Até a hora dela voltar


Um Grande Beijo!


quinta-feira, 14 de junho de 2012

Você Não Ouviu

Vi Vendo

Sentindo a vida transbordar
Parti
Dividindo o coração
Passo a passo
À imensidão
Que me tem a conta gotas
Pingo de gente
Bem pequena
Nascendo a cada recomeço
Vivendo o dia a dia
Dos felizes para sempre
E tudo o que eu fui
Passou
E tudo o que eu sou
Nem sou
Só sou
Esse sonho
Essa manhã inacabada
E todo o resto que me resta
É sim esse som
Que ressoa baixinho
Que explode e inunda
Tudo
O todo em mim


Um grande beijo... Pra você que me lê e diz: "NADA ME AGRADA".


terça-feira, 12 de junho de 2012

O Meu Amor

Guardado

Eu tenho um amor guardado
Bem escondidinho
Para você
Que nem sonha ser tão amado
Por que maquiei meu desejo
Distribui meus beijos
Forjei naturalidade
Mas quando eu te vejo
Aquela bailarina guardada
Aqui dentro
Tem vontade de pular da caixinha
E sair dançando por aí
Por que quando eu te escuto
É como se o mundo resolvesse
Girar aqui dentro sem parar
E o coração?
Bateria em festa
Agremiação
Festival das campeãs
Só dá ele
Me batendo forte
É tanto que dói
Eu tenho um amor guardado
Com cheirinho de roupa limpa
Esperando você chegar
Com flores para o vaso
E um violão para enfeitar
A sala de estar
Tenho um amor
E um peito aberto
Esperando que você entre
E que dessa vez
Venha para ficar



Um grande beijo!







sexta-feira, 18 de maio de 2012

A Noiva da Cidade


Encomendado

Ele me pede um poema
Num abraço
Assim de passagem
E eu ali
Em ritmo concreto: pau é pau, pedra é pedra
Pede em casamento
De relance
Como quem lava a louça da janta
Danço, tropeço
Caio
Mudo o lado daquele disco
Que pula arranhado
À meia luz
Tudo pode
É tudo lindo
Mudo de nome
Mudo de roupa
Palavra cantada
Na fala que vira refrão
O mundo dorme e acorda
O telefone toca
Cadê meu café?
Pau é pau
Pedra é pedra
Mar é mar
Amar??
"Ainda é cedo amor..."

Um Grande Beijo!

Incidental: Cartola

sábado, 12 de maio de 2012

Mar e Lua

Extraviada

Lá vem moço conversar
Nem lembro de lá
Nem lembro de lá
Que corrente peguei?
Não sei
Sou água sim
Do mar?
Só o vai e vem
Vai, vem
Vai, vem
Aqui, rede não me pega
Só pra balanço
Onde  moro é manso, manso
E quando chega a noite
O mundo vem
O mundo vem pra beira
Ouvir minha voz de mel
Eles não resistem
Querem me levar
Mas o destino não pede
Manda
Nessa pedra pregada
Do sal  me deixou o cheiro
Do veneno
Nota a nota ainda certeiro
Afundando um a um
Que insiste em perguntar
Oh sereia de água doce
Diz pra mim
Quem cá te trouxe?


Um grande beijo



quarta-feira, 9 de maio de 2012

Tanta Saudade



Foi-se e eu nem liguei
Do mais novo ao mais antigo já provei
É só mais um brinquedo
Só mais um desvio
Só.
Dos corações, prefiro os apaixonados
Dos amigos, os que ficam
Dos idiotas, os que vão
Foi-se e eu chorei
Não era um idiota
Me fazia rir como um brinquedo
Não era um nem dois
Era único
Desviou-me
Foi-se e meu coração parou
Só.

Um grande beijo!

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Futuros Amantes

Re-inversão

Me reinventado
Reinventando o que parecia já ter se esgotado
Tendo um mundo para construir e um submundo para derrubar
Descobrindo uma nova forma de me dar
Rompendo limites e pontes
Renascendo em mim
A cada dia que vira noite
A cada manhã que ainda é noite
O que difere o velho do novo?
Pode ser um segundo
Um gesto, um jeito
Um piscar
Somos os mesmos olhos sob novos olhares
A mesma fala em outro tom
Jogo de espelhos
Projeção
Entropia de sinais
Coração
Sou hoje
Assim como você
O talvez
O sim e o não
É isso!
Não é bom?


Uma grande beijo!

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Embolada

Incidental

Rima rica em verso e prosa
Fluência em toda a parte
Ele vem que vem
Convidou pro samba a dois
E ela nada
Todo mundo sabe
Que feijão e arroz
Liga
Quem tem juízo
Vai no miudinho, miudinho (oh...)
Caça com caça dá no quê?
Sei não...
O que se sabe é que ele pega no colo, embala
E faz graça
Enquanto ela finge que nem vê
Pô, neguinho manda ver!
Faz rima até mais tarde
Depois reclama que tem sono de manhã (Eu faço samba e amor...)
"-São só duas quadras
Vem pra cá"
"- Te liga!
Tá quase na hora de acordar"
E assim a coisa vai
Ele e ela
Ela e ele
Só no charme
Nota com nota dá no quê?
Acorde ( Já é madrugada...)

*Incidentais: Ben Jor e Buarque

Um grande beijo!

Choro Bandido

Você

Você pode dizer o que for. Assistir a novela que quiser. Vestir o óbvio ou não. Você pode disfarçar ou escancarar. Abrir a boca ou racionar verbos. Você pode. Escrever melodramas ou contos de fadas. Viver devagar ou apressar o passo e o tempo. Apaixonar-se, desapaixonar-se ou usar e abusar do seu lado mais animal. Você pode bater. Você pode apanhar. Você pode. Pode partir ou ficar. Fugir ou encarar. Pode ter medo de altura ou voar sem asas. Proteger-se ou abrir-se em portas e janelas. Desabrochar. Ensolarar, enluarar, brilhar. Dar a cara a tapa ou a beijo. Dar sem receber ou cobrar juros. Vencer. Perder. Empatar. Encantar. Tocar ou não. Encostar ou não. Cantar com o corpo, olhos, nariz e boca. Respirar. Usar o diafragma em sua totalidade ou prender a respiração. Descobrir seus limites. Ultrapassar. Recuar. Pisar na linha. Espiar da borda. Deslumbrar. Vislumbrar. Acreditar. Eu acredito. E você pode. Você pode tudo. É só acreditar.


Um grande beijo!

quarta-feira, 28 de março de 2012

A Cidade Ideal

Salto Ligeiro

Mudou de roupa, dobrou a esquina
É outra cidade, a mesma menina
Que sotaque maneiro
De onde ela veio?
Veio de fora
Mas já tá por inteiro

É tudo novo de novo
É o novo de novo
Novo de novo
Novo de novo

Trocando ilusão por esperança
Vendendo de graça
Comprando dinheiro
Que cabelo bonito
Que salto ligeiro

A casa oferece
Talento pra hoje
Uma vocação danada
Língua afinada
Fiado amanhã
Medo de sobra
Dúvida?
Nunca tivemos

De novo
É tudo novo de novo...


Um grande beijo!

segunda-feira, 5 de março de 2012

Atrás da Porta

Dos Usos 


Por vezes
Escrevo poemas pra por fora
Para por pra fora e nada mais
Eles desafogam minhas mágoas
Discorrem temas chatíssimos e íntimos
Estampam minha raiva
Ilustram frustrações
Não são pra bonito e dizem tudo o que jamais poderia ser dito
E tudo escoa para um lixo seco
Nada pode ser mais reciclável que a palavra
Que elas nunca me faltem...






Um grande beijo!

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Olê, olá

Nem Tão Popular Assim


Havia uma multidão, muitos carros, alvoroço. As crianças vibravam e seus pais abanavam loucamente. O som da banda escapava por entre as frestas da minha janela. Todos pareciam felizes e eu só queria silêncio. Sim, silêncio. Porque aquilo não me pertencia, minha alma estava em outro momento. Na verdade, eu nem sabia o motivo daquela festa. Era uma grande festa. Estavam lá todos os meus vizinhos, conhecidos e desconhecidos de toda parte. Até o prefeito. O que eles comemoravam? Eu não sabia nem em que cidade estava...
Entorpecida. Nem curiosidade de avistar tamanha felicidade eu tinha. Mesmo que da janela.
O mundo parecia estar feliz, festejando, ornando fantasias e eu ali, nua. Não havia roupa que cobrisse aquela incerteza, aquela dúvida que partia da minha simples existência. Ainda não foi inventada uma maquiagem que disfarçasse um olhar opaco. Um remédio que curasse a dor da dúvida, o medo do novo.
A massa alucinada, bem ali, há alguns passos de mim e, mesmo assim, eu me sentia só. Solidão em estado puro. Despejada do meu próprio mundo, em busca de uma terra mais fértil.
Mas a festa parecia linda. Eu via da minha cama, o cume amarelado das árvores acariciadas por uma brisa, que me parecia tão gentil... O sol ouvira os gritos de clemência do povo e convidara algumas pequenas nuvens para dançar. A música era bonitinha. Mas não era pra mim. Ainda não.
Eu não queria ver nada, preferia imaginar. O homem com a filha nos ombros, a mãe enlouquecida, e ainda assim eufórica, com a bolsa, o carrinho, os brinquedos e a mamadeira do bebê. Pais e seus filhos prediletos. Não prediletos simulando uma alegria contagiante e aproveitado o calor uterino que a multidão proporciona. As crianças pulando, correndo, dançando, lambendo picolés. Irmãos, nem tão irmão assim. Os casais e seus lindos cachorrinhos, os casais de velhinhos...
Projeção.
Também imaginava como tocava a banda, pelo som, tentava desvendar quais instrumentos estavam presentes. Nisso eu sou boa! Será?
Às vezes, parece que fui engolida por um hiato. Parece que o limbo está aqui, bem dentro de mim. Esses momentos são necessários. Não participar da festa é necessário. Só por hoje.
Tem fases em que é difícil levantar da cama, mesmo que para ver a banda passar. Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu. Tem dias. Tem fases.
Chico sabe, Chico sabe...


Um grande beijo!

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Lai la

Foi desavisada
E mais um carnaval não deu em nada
Era tarde e já chovia
A fantasia era bonita
Combinava
Olhos, cores
Batom
Tudo brilhava
Todo aquele "Alá laô" feliz
Na boca do povo
Era carnaval
Todos cantando na palma a mão
E não bastava sambar
Tinha que se pisar forte no chão
Quadril na marcação
Ela estava no céu
A primeira mulher a sambar na lua
Porta bandeira Estelar
Sandália ensolarada
Mas esse carnaval não deu em nada
Lai la
Lai á
Lai lá
Lai á
Bonita
Chegou e voltou sozinha
Sem pierrot, astronauta
Ou arlequim
Seu par perfeito estava longe
Seus desejos também
Sua cabeça em ritmo de marchinha
(Marcha soldado)
Seus pés seguindo o fluxo da vida
A levando pra bem longe do bloco
Pra bem longe do bloco...
Lai la
Lai á



Um grande beijo!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Não Bate

Meu coração não bate
Toca a campainha da sua porta
E pede passagem
Entra mesmo
Tira tudo do lugar
Pra depois arrumar
É, coração que não bate
Acentua
Marca cada momento
Altera o andamento
E segue forte
Alegre por aí
Esse coração que não bate
Palpita
Quando você me surpreende num abraço
Ah, esses braços...
Coração que sonha
Que corre e voa
Coração que não bate
Derruba
O muro, a grade
A sua solidão
Que acaba com a noite fria
Coração que não bate
Soa
Como um sussurro em seu ouvido
Pedindo mais
Mais amor
Por favor.

Um grande beijo...