quarta-feira, 22 de junho de 2011

Dura Na Queda (III)

3x4 e meio

Quem é você?
Eu??
Eu sou bem isso que você está vendo
Uma forma elegante de charme discreto
Onde a modéstia não fez grande parada
Pelo corpo
Amêndoa, maçã
Melancia, mangas, pêra e jaboticaba
Na cabeça
Palavras em plena entropia
Prontas para pularem entre meus dedos
E tornarem-se um belo
Ou não
Poema...
Ou...
Uma letra!
Sim
Por que as palavras
Me exigem à exaustão
Me enlouquecem
Escravizam meu canto
Ah, mas quando eu canto...
Não há quem segure
Imprimo força a cada acento
E no lugar da razão
Quem manda é o coração
A cada acorde
Todas elas em comunhão
Dão vida ao meu cantar
Mas sou mais que isso, moço
Bem mais
Sou do bem
De bem
Amo mesmo sem saber amar
Me entrego
Recolho
Arrependo
Choro
Sim, eu choro!
E me jogo às ondas de novo
E sempre
Mesmo que nada se compare à primeira vez...
Mergulho
Ahhhh, seu pescador
Se me pegar
Só não me deixe cantar...
Rede que pesca sereia
Acaba no fundo do mar

Um Grande Beijo!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

A Volta Do Malandro

Você Não Tem Nome

Por repetição
Em série
Sem ser humano
Nem bicho
Nem nada
Boneco de ventríloquo
Não sente
Finge a fala
Que nem fala
Vazio imenso no peito
Que não deixa dormir
Amanhecer
Sem novo dia
Dia a dia
Que se repete e repete
Que dó...
Pílula da felicidade
Remedo de fantasia
Sem prazer
Só orgia
Que pena...
Nada tem valia
Peças sem rosto
Rendadas, bordadas
E só
Teia que enrola
Vida que sevicia
Quadros sem cor
Sob fortes molduras
Sentimentos de plástico que jamais reciclam
Os mesmos lugares
Os mesmos olhares
À procura de ninguém
Cheque e mate
Fim de jogo
Você acha que ganhou
Mas de novo se perdeu
Na brincadeira do 'só eu'

Um Grande Beijo!