sexta-feira, 30 de maio de 2008

Voltei a Cantar

Regalo

Eu gosto de Rock
Eu gosto de Blues
Gosto de Jazz e Samba
Eu gosto de reggae
E de tudo mais aquilo que me pegue
Me atinja no centro
No meio de tudo aquilo que não tem alvo
Cada um envolve
Cada uma daquelas que me habitam
São tantas que
Por vezes me perco no final das contas
Das notas, das bocas
É por isso que eu gosto
Só assim me permito
Libertar as tantas que sinto
Eu canto porque gosto
Porque quando eu canto
A todos encanto
Com tantos rostos estampados em um só corpo
Quando eu canto
A todas elas garanto
Um espaço nesse mundo
Que tanto me olha com espanto


Beijos e até!

Você vai me Seguir

Saída

Fico curiosa
Em saber
Como funcionará aquela casa
Que não tem porta
Escuto barulhos
Que não identifico
Que barulho é esse?
Se a casa não tem portas
Porque não vejo o se passa por lá?
Não coleciono nada
Só memórias
Coisas comuns me atraem
Mesmo eu sendo um tipo diferente
Seria bom se eu pudesse
Me livrar daquele ranço
De passado
Daquela velha forma de reagir ao que me toca
Seria bom
Seria Phoenix
Ainda me trasformo
Quando não quero
No que mais detesto
E aquela casa segue sem as portas
Como pode?
Me sinto uma hospedaria cheia delas
Ainda não sei o que escondo por trás
E não me canso de tentar me libertar
De quando em quando
De porta em porta


Beijos e até!

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Acalanto

Enquanto isso...

Por aqui, o meu mundo segue a girar
Não sei bem para onde
Sinto os meus pés fora do chão
Firmo minhas mãos, ao meu velho sonho
De sempre
E nunca
Ainda me vejo lá em cima
De um palco, que dá para o além
De mim
Sinto falta daquela
Que aqui não mais está
Daquela que mesmo
Sem nunca ter se afastado
Das minhas mais remotas lembranças
Deixa um buraco
Deixa um legado
De risos, de cômicos dramas
De explosões
E o mundo gira
E segue
E nós seguimos as mesmas
As diferentes de sempre
Sempre as de sempre


PS: Para a grande-pequena Kemily!

Beijos e até!

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Amanhã, Ninguém Sabe

Mão

Está tudo escrito em meus traços
Nas palmas
Cada contorno, cada ponto cego
Tem olhos que enxergam
E lêem, claramente
O emaranhado
Quantos traços são necessários para a construção de um caminho?
Não quero retornar para contar
O marca-passo
Agora, está ligado
As linhas cruzadas
Estão dando interferência
Não quero voltar
Não quero ficar aqui sozinha
Vou cortar essa linha!
Cadê a minha cabeça?
Fugiu do meu corpo e
Levou aquela consigo
Quem disse que eu quero ficar com essa?
A mão sempre aberta
O coração trancado
Ninguém entra
Ninguém sai
Mas tenta fugir
Eu sigo vivendo, aqui
A vida que eu mesma escrevi


Beijos e até!

domingo, 11 de maio de 2008

Abandono

O Nada Normal

Mais um dia assim
Triste
Pelos cantos
Sem som
Mais um dia sem canto
Mais um desencanto
Na casa não teve nada
A casa é só
A casa
Mais uma vez
Atirada à sorte
Não teve ninguém que demovesse
Não teve o que a convencesse
A voltar para casa
Nada de presente
Ninguém presente
Só nós
Só os que sobraram
Aqui
Não teve abraço
Aqui
Não teve beijo
Aqui
Não teve


Beijos e até!

Bye, Bye Brasil

Valsinha para a Gêmea

Te sinto tão perto
Que não há oceano que aparte
Onda de sintonia
Que pega nos mais distantes pontos
Do raiar do dia
Ao escurecer da noite
Pega no fundo da alma
Encontrei algo muito semelhante
Ao meu reflexo no espelho
Assim, gostei de me ver
Fico pensando no
Não estar físico
Que me entristece
E logo finjo que esqueço
Quero te ver entrando pela porta
Com aquela manta que esvoaça
Adoro fazer parte de todos aqueles planos
Quero criar a duas mãos
Uma vida de imaginação
Quero dar todo aquele pano para manga
Que sempre dou, só para implicar
Quero ver sair daqueles panos
Toda aquela arte
Que pára olhares
Que transborda o belo
Volta logo
Estou te esperando aqui
Com um café quentinho
Um abraço, um colo, um canto
Para ninar aquela que eu amo tanto!

Beijos e até!

sábado, 3 de maio de 2008

Iracema Vôou

Paralelos

Enquanto finjo que esqueço
O mundo vai girando
Para longe de mim
Enquanto me distraio
Aquelas dores no peito
Vão diminuindo
Mas não somem
Enquanto me refaço
Finjo que nada
Aconteceu
Mas não esqueço
Então
Faço de conta
Que não te vejo
Minando os meus sonhos
E por vezes
Povoando pensamentos
Imagens de mentira
Enquanto me disfarço
Não sinto as diferenças
Nem dimensiono os vazios
Esqueço os vãos
Não vejo mais espaço
Para aquele velho sentimento
Não me vejo mais naquela
Nem nessa
Simplesmente não me vejo mais
Para onde foram os espelhos?
Enquanto finjo que não sei dos refletores
Me escondo
De todas as que me povoam
Digo que não sei de nada
E me livro de algumas
Digo que não vi a que horas cheguei
Assim
Parece que jamais saí
Atendo
E quem me fala é o engano
Desligo
E o engano continua falando
Então sigo mouca
E finjo que nada sinto

Beijos e até