terça-feira, 30 de setembro de 2008

Cotidiano

hipermetropia

Assim
De cair e levantar
De chorar até dormir
E acordar
Sou como vento
A favor ou contra
Empurro, movimento
Um mar sem onda
Que engana
Mas leva
Quem sabe
Seja parecida com sonhos
Que só se sonha acordado
Sou aquela que dança
No escuro das horas
Briga com o tempo
E brinca de vida
Que não desiste
E se existe
É só para fazer graça
Pisca e faz charme
Para o espelho
Amor e ódio
Sou assim
Aquela que canta
Uma por todas
Todas em mim


Beijos e até!

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Embolada

Não Sei Mais Nada

Me transformarei
Naquelas vozinhas
Que escrevem pharmácia
Decapitaram nossa língua
A deixaram quase muda
Língua sem língua
Para ti e pára já
Como parar de fato
Sem acento??
Elas têm
Ou tinham?
Ai, ai...


Beijos e até

Ela Faz Cinema

Na Batida

Coração mole
Manteiga
Derrete por qualquer chapa
Morna
Coração fraco
Pára à toa
Arritmia bandida
Doido
Descompassa
Perde a linha no mapa da vida
Sai do tom
Coração bom
Bomba quando quer
Explodindo energia
Multifacetado
Já depôs a cabeça
Há tempos
Assim eu vou
Pulsando pela vida

.
.
.

Beijos e até!

Corrente

Contra a Corrente

Elas têm estado junto a mim
As sereias
Entoando meus versos
Em prosa comigo
Ultimamente tenho me embalado
Por esse canto
Elas aparecem quando bem querem
Inundando minhas rimas
Elas têm estado junto a mim
As sereias
Querem me levar de volta
Desgarrada
Não quero mais o fundo
Quero hipnotizar o ar
Levar ao céu
Em terra firme
Quero todos vivos
Sorrindo
Em pé, aplaudindo


Beijos e até!

Biscate

Efeitos Sonoros

Aqui
Ainda um pouco fora
Daquela de sempre
Posso dizer que
Eu ria de sem-vergonha
Com todo o pudor que só o medo traz
Mas ria...
Enquanto fingia que te ouvia
Pensava no que aconteceria
Se eu ouvisse o canto da sereia
Me tornaria mais uma vala
Comum?
Eu ria...
Mesmo assim
Me arrepia
O som e o dom de irritar
E é lindo
Ver aquele "chato" sorrindo
Ele nem sempre sorri com os olhos
E eu digo
Ainda sou seu amigo


Beijos e até!


PS: Não resisti. Aqui, eu posso tudo...

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Brisa do Mar

Apreciação

Tão distante e tão perto
Eu te sentia quase ao alcance das mãos
Minha voz quase podia ser ouvida
O que nos separava?
Dez passos, lomba acima
Talvez
Todos os meus sonhos reunidos
Bem à minha frente
E eu ali, sentada
Sem poder fazer mais do que
Aplaudir e continuar desejando
Minhas asas crescendo e eu doida para voar alto
Pés fora do chão
Eu sucumbi ao encanto da sereia
Ouvi minha voz
Vinda do mar
Ouvi tua voz do alto
Eu te vi voando


Beijos e até!

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Angélica

Eu Não Sei Fazer Música II

Quantas vezes eu preciso me fazer soar
Para explicar que só sei cantar
E nada mais do que agrupar palavras
Escrever poemas
Brincar que senti o que jamais vi
Que vivi o que nunca ouvi
Me disfarço em sílabas
Tônicas são as idéias
Hoje sou diva
Amanhã rainha
Ontem, não lembro mais

Porque eu não sei fazer música
Nem enquanto sereia
Não sei fazer música

Não é tão difícil de entender
Estranho é não ter argumentos
É olhar no espelho e ver uma coisa só
Me travisto de outras palavras
De outros homens, de mil mulheres
Solfejo conceitos
Rima de letras
Letra é música para os meus olhos
Música vem de fora dos meus ouvidos

Porque eu não sei fazer música
Nem enquanto sereia
Não sei fazer música

Meu canto é o que digo
E da melodia me visto
A música é mais que isso


Beijos e até!

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Eu Não Sonho Mais

Sem rodeios

Não quero mais poemas
E nem músicas de encomenda
Quero alguém que me prenda
Pela pulsação
Sem palavras bonitas ou beijos na mão
Quero um homem que entenda
E traduza um "talvez"
Não quero um monstro
Travestido de herói
Não quero mais poemas
E nem músicas de encomenda
Quero ser devorada pela verdade
Quero um ato de amor
Sem nenhuma cerimônia
Nem nada que pareça educado
Quero um coração
Músculo ereto e pulsante
Um vôo rasante na alma


Beijos e até

Eu te Amo

Eu nunca amei Ninguém

Nunca fui tua
Fingi
Nunca fui
Nunca senti tudo aquilo
Só fantasiei
Por isso nunca bati à tua porta
No meio da noite
Nem te escrevi mil cartas de amor
Porque nunca te amei
Aquela importância toda
Eu que inventei
Como inventei o príncipe
O cavalo, o castelo
E depois o bandido
Nunca enlevaste minha alma
Nem elevaste minha cama
Você nunca sequer me tocou
E todas aquelas noites
Já viraram dia
E aqueles lençóis
Há muito secaram
E todas as vezes que eu disse que amava
Pirraça
E todas as vezes que ouvi
Trapaça
Teu nome é menos um na lista de telefone
Hoje o amor sou eu
Eu sou o amor
Eu sou o amor



Beijos e até!

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Gente Humilde

Conversa Afiada

Pra você que não tem coragem
De ver o que sobrou
Que mantém um porte de perdedor
E insiste em tratar os outros
Como a si mesmo
Espelhando lixo
Pra você

Mando um grito de euforia
Uma conversa afiada
Cheia de nenhuma rima
Mando também um breve recado
Só volta, o que já foi mandado

Não me encare com maldade
Nem me venha com esse papo, sou coitado
Não caio mais em vãos de pensamentos derrotados
Pra onde foi, aquela pessoa companheira?

Agora pense
Para onde foi a certeza de que valeu a pena?
O hoje é o ontem que passou
E se esse não bastou
Pense avante, sempre em frente
Tente e "retente"
Por você

Mando um grito de euforia
Uma conversa afiada
Cheia de nenhuma rima
Mando também um breve recado
Só volta, o que já foi mandado


Beijos e até!

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Futuros Amantes

Pluma

Espio
E não vejo quem bate
Abro
Nem penso
Escancaro portas
Cortinas e janelas
Não escondo mais
As frestas
Me jogo
Nos teus braços
Deslizo por entre teus dedos
E como pluma
O sentimento voa

Quando te encarei
Pensei em casar
E quando te abracei

Antes chão
Agora ar

Bem leve
A alma, o corpo
Desmedidos
Renasço a cada passo
Te pinto
Bandeira do amor
Hasteada em mim
Dançando passos de vento

Quando te encarei
Pensei em casar
E quando te abracei

Antes chão
Agora ar


Beijos e até!

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Boi Voador, Não Pode

Bingo da Amizade

Acabaram com o samba
Perderam a razão
Sairam do tom
Erraram na mão

Todo o domingo
Eu saia cedinho
Ensaiando o meu passo
Encontrava os amigos
Contava histórias
Dançava miúdo
No passo que o mestre ensinou
Mas parece que nem todo mundo
Entendeu o samba
Pisaram na cova
Se deram rasteira
E ainda por cima
Tiraram pra otário
O velho refrão
Que dizia...
(não deixe o samba morrer)

Acabaram com o samba
Perderam a razão
Sairam do tom
Erraram na mão


A luz se acendeu
E o surdo parou
Agora não tem mais nada
Não tem mais noitada
Domingo, agora
Só se canta pedrinha
Não tem mais cavaco
Nem briga de amor
Meu samba
Virou um bingo
Tranqüilo, sem graça
E sem som

Acabaram com o samba
Perderam a razão
Sairam do tom
Erraram na mão

PS: Para o meu Mano, com amor.

Beijos e até!

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

O Que Será?

Nós

Com um punhado de notas
Componho a valsa que te faz dançar
Um bocado de letras
E talvez a história que vai te levar
Por onde os sentimentos se escondem
E brincam de pegar um coração
Com um beijo te acordo
Te desperto para sonhar
O sonho de flutuar acordado
Meu cheiro, veneno
Então te sinto aqui dentro
Indo e vindo
Balanço de vento
Cabelos alados
Me viro e mexo
Rodopio
Mas teus olhos dos meus não fogem
Tua mão na boca
Na perna, na alma
Resgata
A minha não toca
Aperta
Segura, tatua
Tu, agora
Me veste
Eu
Apenas nua de mim
E nós?



Beijos e até!