segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Fora de Hora

Feriado

Cansada de escrever minhas próprias falas
Busco nos tradutores
Um reflexo para as minhas emoções
E dou um sentido aos meus sentimentos
O que antes era certeza
Hoje
Não passa de solidão
Cansada de descrever minhas próprias
Aspirações
Trago as deles
Para mim
E assim respiro
Descanso
E me inspiro
De novo e de novo
Sempre

.
.
.



Bagatelas
Adriana Calcanhotto
Composição: Roberto Frejat/Antonio Cicero

Eu dizia "Apareça"
Quando apareceu
Não esperava
Um dia me beijou e disse:
"Não me esqueça"
Foi embora
E só esqueci, metade...

Que bom
Que eu não tinha um revólver
Quem ama mata mais
Com bala que com flecha
Ela deixa um furo
E a porta que abriu
Jamais se fecha...

Nada disso tem moral
Nem tem lição
Curto as coisas
Que acendem e apagam
E se acendem novamente em vão...

Será que a gente
É louca ou lúcida?
Quando quer
Que tudo vire música?
De qualquer forma
Não me queixo
O inesperado quer chegar
Eu deixo...

E a gente faz
E acontece nessa vida
Nessas telas
Nessas bagatelas...

Que bom que eu
Não tinha um revólver
Será que a gente
É louca ou lúcida?
Quando quer
Que tudo vire música?...


Noite
Adriana Calcanhotto
Composição: Antonio Cícero / Orlando Morais

Vêm lá do canal
Reverberações
Do ladrar de um cão.
Uma dessas noites
Tudo vai embora:
Leve-nos,
Ladrão.
Abre-se o sinal
Sem ninguém passar.
É melhor ser vão
Tudo o que pontua
Nossa escuridão.

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