sábado, 10 de janeiro de 2009

Moto-contínuo

Embolada

Mesmo depois de um dia sufocante
40 graus
De cérebro à sombra
Ainda vejo além das pedras
Que sopram o mar de volta
Ainda escuto o som dos carros
Que roubam o silêncio do asfalto
E o coração
Que bate vermelho
Como aqueles olhos
Marejados de fumaça
Corro pra bem longe de mim

Está tudo certo
Com o incerto
Tudo certo

É difícil esperar
É como ouvir Camelo
Sem sonhar
Aí...
Me volto para tudo o que está longe das mãos
Mas não sai da cabeça
Perto e longe
Horizonte e céu
Pessoas separadas por falta de percepção
Qual o conceito para distração?
Não sou padrão
Grandes espaços
Muitos vãos
Meu coração não tem peso
Nem medidas
Só bate...

Está tudo certo
Com o incerto
Tudo certo

Mesmo quando tudo gira
Me mantenho em pé
Na roda
Quem roda não sou eu
É ela
Quero ver tudo lá de cima
Bailarina das nuvens
Dona do céu
Daquela boca
Que não sai de dentro
Dos meus olhos fechados
Canto à noite
Para que um dia
Amanheça o dia
Cheio de claves de sol
Meu canto é como um manto
Cobre tudo o que não me serve mais

Está tudo certo
Com o incerto
Tudo certo


Beijos e até!

Um comentário:

Unknown disse...

Esta é de se comentar pessoalmente...mas tua mão e, principalmente, tua cabeça neste momento, estão tranbordando de sentimentos e palavras... eu gosto disso!
Beijos e te cuida!