domingo, 4 de abril de 2010

Trocando em Miúdos (II)

Desgostando

Tudo começa à primeira vista. Mesmo que de olhos vendados. Me atiro pela janela, justamente por desejar que mais e mais janelas se abram até que suplantem as míticas portas. Houve uma vez um castelo, um vestido e um quase amor. Morri pela porta. Ela me atravessou, rompendo cada músculo, cessando cada pulso, roubando todo o ar. Desde então, passei a por flores em minhas janelas.
A cada vitória
Um rastro de derrotas pelo caminho
Que burro seria eu
Se julgasse o mundo
Por ninho
O mundo hoje
Quer mais, pulsa mais
Expulsa mais
É findada a filiação
Mas nada justifica esse vazio
Nem a velocidade contemporânea da desinformação
Nem essas idéias que insistem em se perder em minha cabeça
São muitas, confusas
Embaralhadas
Não consigo pensar com esse engarrafamento todo
Como evitar o amor?
Peito nu, seio aberto
Repelindo a atração dos corpos
Freiando com tração nas quatro

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