domingo, 10 de fevereiro de 2008

A Voz do Dono e o Dono da Voz



A relação de amor e ódio que eu tinha com a minha voz, por fim, chegou ao fim. Antes, tudo era muito sofrido: o antes, o durante e o depois, principalmente o depois. Ninguém entendia porque eu não cantava, todos queriam me ouvir. E isso era uma tortura! Parafraseando Chico: "O que era bom para a voz, não era bom para o dono."
Quando eu tinha uns 15 anos, lembro da Mariazinha (fiz 7 anos de canto lírico com essa diva!) me dizendo: "Fernandinha, aos 28 anos tu estarás pronta para o palco!" E isso nunca me saiu da cabeça.
Enquanto nas minhas apresentações de canto lírico, eu era uma verdadeira "Prima Donna", nas com banda eu era uma desgraça. Até que, depois de uma apresentação desastrosa, no meu aniversário de 26 anos, eu desisti de cantar! Hoje, eu vejo que a banda teve 90% de culpa, mas na época, na minha cabeça, a incompetente era eu. Como eu chorei nesse dia. Dormi e acordei chorando...
Essa decisão nunca foi definitiva, mas tornou-se permanente por alguns longos anos. O mundo deu voltas, e no meu aniversário de 29 anos eu resolvi voltar. Cantei, e cantei muito! Pela primeira vez, eu me senti plena no palco. Foram poucos ensaios e o resultado foi maravilhoso! A Mariazinha tinha razão...
Fiz as pazes com a minha voz e com o meu dom. Hoje cantar é um prazer, não mais uma obrigação. Consegui, finalmente, me tornar a dona da minha voz. E sinto que estou a poucos passos de me tornar dona do meu destino também. Vamos cruzar os dedos e bater palmas!
E para acabar, mais uma vez ele, Chico:

"E disse: Minha voz, se vós não sereis minha/ Vós não sereis de mais ninguém"

PS: Essa foto é do carnaval. Dei canja com o queridíssimo Sérgio Bueno (Fera!) lá no Waitang. Foi massa!

Beijos e até...

2 comentários:

Haas, Jeferson disse...

"Aos poucos vou reconstruindo
Aos poucos tudo volta pro lugar
Escutando a alma dizer que sim..."

Boa sorte!
Beijos.

Bey. disse...

Já te falei isso, mas vou repetir aqui. Foi muito bom ler isso, pois só assim não vou mais me sentir um ET, nesse turbilhão de perguntas e inseguranças que eu vivo. Parabéns pela coragem.

Beijos.