Canção dos Olhos

Arrebatada

Desde o sopro
Que me arrepia
Às duras afirmações
Ditas em tom de veludo
Até a batida doce
Que entoa a levada
Tudo me arrebata
A maciez das teclas
As sutilezas explícitas
A voz no ouvido
Tudo me faz
Arrebatada

Ouçam em: www.myspace.com/leojaime

Um grande beijo!

Interlúdio
Leo Jaime


Um dia de sol
É só mais um dia
A casa é um mar
De praias vazias
O amor
Não me visita mais

De tanto bater
E nunca entrar
De tanto eu sair
E nunca voltar
O amor
Não me visita mais

Me falha a memória
E o tempo que passa
É o tempo que eu achei
Que perdi
Nos carros que passam
De um lado pro outro
O amor me esqueceu
Me deixou em paz
Desapareceu, desapareceu

O amor
Não me visita mais
É...
O amor, ah o amor
Não me visita mais

Deixe a Menina (III)

Pavimentos


Aqui do alto
Desses ombros que me carregam
Do alto dos meus sete anos
Vejo um mundo tão pequeno
Perto de mim
A super-garota
Eu e minha boneca ruiva
De lá
Assistíamos tudo
Todos o gritos
Todos os destinos escoando
Rumo a um rumo só
A festa que acabara de começar
Alguma comemoração esfuziante qualquer
Que para mim era única
Me parecia mais um carnaval
Também pudera
Eram tantas cores, brilhos e sabores
Que só me faltava a fantasia de fadinha
Por onde anda aquela fantasia?
Dela, nem as mágicas da varinha
Me restaram
O tempo passou
A festa acabou
E eu continuo com o mesmo olhar de outrora
O olhar dos sete anos
Buscando viver em uma
Sete vidas
Gata de festa de rua
Fazendo de minha vida
Um itinerante picadeiro
Olhos melados
Metade menina
Metade divina
Hoje
Alguns me chamam de diva
Talvez seja pelos meus encantos
De, ainda, menina
Ou quem sabe
Por eu nunca ter perdido
Os olhos de quem vê tudo
Pequeno
Por sobre os ombros
De quem vê
Um instante de felicidade
A cada esquina


Um Grande Beijo!

A Moça do Sonho (II)

Sonhar...


Deitar
Sonhando em não acordar
Eternizando
O luar que refletia
Em nós
Dançar
Sem pés
Sem chão
Num corpo
De braile
Voar com asas
De quem?
De quem nem sonha
Em acordar
De um momento eternizado

Um Grande Beijo!

Mar Y Luna

Brisa do Mar

Senti
Você chegando assim
De um jeito tão seu
Eu vi
Seus olhos bailando por mim
Em tom de discrição
Me descompassando
Pés fora do chão
Cabeça de nuvem
Leve
Doce mistério


Um Grande Beijo!

Ana De Amsterdam

Ácida

Palavras entaladas
Em uma garganta cega
Que não engole mais
Sentidos à ponta da língua
Que expele seus bemóis
E lambe devagar
Caí do céu
E com esse cheiro de asfalto impregnado
Em meus cabelos
Mal posso raciocinar
Cachos negros de anjo
Angelical
Branca presença
De vermelho intenso
Coração
Estocadas de som
Violino e sua ponta de faca
Cortes espessos
Rasos momentos de desatino
Psicótica a retina
Que alucina um jeito teu
Num movimento compassado
Que me corta o ar
E me tira a visão
Em meio às neblinas
Que escondo em mim

Um grande beijo!

O Meu Amor (II)

Dos Prazeres

Doces
Muitos sabores
Em minhas multi papilas
O gosto pelo todo
A privacidade ilibada
Friozinho na barriga até a primeira nota
Depois é só voar
Conversar, conversar, conversar
Que nunca me faltem palavras
Nem ouvidos
Quero tudo pra mim
Mas divido
Quero o mundo em mim
Aos pouquinhos
Prazeres genuínos
Nada demais e nem de menos
Tudo justo
Assim, me serve

Um grande beijos!

Uma Palavra

Encantamento

Feitiço
Que me pegou pelos ouvidos
Notas de encantamento
Talvez
Pelo reflexo no espelho
Do moço
Já que
Eu também
Não sei medir
Nem tempo
Nem medo...

Um grande beijo!

O Velho e o Moço
Rodrigo Amarante


Deixo tudo assim
Não me importo em ver a idade em mim
Ouço o que convém
Eu gosto é do gasto

Sei do incômodo e ela tem razão
Quando vem dizer, que eu preciso sim
De todo o cuidado

E se eu fosse o primeiro a voltar
Pra mudar o que eu fiz
Quem então agora eu seria?

Ahh, tanto faz
E o que não foi não é
Eu sei que ainda vou voltar
Mas eu quem será?

Deixo tudo assim, não me acanho em ver
vaidade em mim
Eu digo o que condiz.
Eu gosto é do estrago.

Sei do escândalo e eles têm razão
Quando vem dizer que eu não sei medir
nem tempo e nem medo

E se eu for o primeiro?
A prever e poder desistir
do que for dar errado

Ahhh
olha, se não sou eu
quem mais vai decidir
o que é bom pra mim?
Dispenso a previsão

Ahhh, se o que eu sou
É também o que eu escolhi ser
aceito a condição

Vou levando assim
Que o acaso é amigo do meu coração
Quando fala comigo, quando eu sei ouvir.

Olhos Nos Olhos

Olhos de Olhar

Maquiei toda a volta
Firmei o foco
Olhos de olhar
Boca de sentir
Dedos de calar
Shhh...
Ouvidos de imaginar
De onde veio
Isso tem nome?
Serelepe e falante
Língua de recato
Por enquanto
Te olho com o canto dos olhos
Te desconfio
Te descomponho
E me decomponho
Fragmentos de mim
Expostos em ti


Um grande Beijo!

Choro Bandido

"DivaGar"

Desde quando estás aqui?
Tramei todos os desencontros
Bem que poderias ter te perdido, ou desistido da fera
lhama, tigresa, carnívora, sedenta
Dada, fadada ao medo, à espera de sonhos. À espera da ruptura com o passado, da redenção...

Um grande beijo!

Como Se Fosse Primavera

Micro Exposição Interna


Reflexo
Recocheteamento
Revide
Retorno
Reparo
Transtorno
Transtornada
Revirada
Revista e ampliada
Busquei tanto
Por tudo
Pela mudança
Pelo presente momento
E agora?
Posso escolher
Ou está imposto?
Eu gosto do tom da voz
Dos olhos
Da boca e do que sai dela
Gosto das palavras de bom barão
Gosto
Mas quero o olhar
Quero saber como a boca mexe enquanto fala
Se a perna balança
E como as mãos se comportam
Diante ao nervosismo
Quero alguma coisa de ti
Mas ainda não sei o que
Quero espaço para conhecer
Me acostumar
Com essa bagunça
Na minha ostra
Com essa
Até então
Bem vinda invasão


Um grande beijo!

A Ostra e o Vento (II)

Pó de Estrela

Perdi a chave da dispensa
Por ela
Guardava minhas reservas
E agora?
Ainda por cima
Me sopraram
Um pó de estrela cadente
E meus olhos de mel
Brilharam
Os cabelos negros clarearam
E essa luz respingou
Em meu sorriso
Que não para de me enfeitar o rosto
Usei os ouvidos para escutar
E os lábios para morder
Me servi dos teus encantos
Sem ser vista
Apenas notada


Um grande beijo!

Quando o Carnaval Chegar

Eu, Borboleta

Deixa a barra da saia arrastar
Não tem problema se sujar
Eu só quero dançar, solta
Não tenta mais segurar
Roda, roda
Pela vida
Como uma elipse colorida
Não desisto jamais de amar, de amor
Me ensina?
Momentos de impulsos cor da pele
Sensação de perfeição
E se tudo que eu disse
Foi demais?
Não tem mal
Se bateu o sino
Já nem lembro
Será que levantei o pézinho?
Aquilo foi real?
Não importa
Me deixa!
Me deixa cantar errado
Desafinar de rir
Eu quero é alegria
Muitas plantas em meu jardim
Voa voa borboleta
Que já já
Vou já

Um grande beijo!!