segunda-feira, 3 de março de 2014

Assentamento

Sem Presente

E começou o dia

Mesmo antes que o mundo volte a girar em seu eixo 
Cá estou do lado de lá
E lá vai mais um trem lotado
Ainda com muito chão pra ser pisado
Há que se virar pedra
Há que se ter fé
Pra levar na força, pra romper o açoite à velocidade da luz
É muita rede pra pouco peixe
É pouca boia pra tanto mar
E eu sou só eu, só
Nessa vida que voa de natal a natal
E eu vivendo esse futuro sem presente
Me ajuda, senhor!
Tem uma moeda?
Falta leite e sobra pó
Até quando?
Isso não é música
Isso não faz vista
Vomito, regurgito
Fagocito
Unicelular especulação imobiliária
Cotação aquém
Altos lucros
Baixos índices de felicidade
E o idiota cega em gráficos
E ri debruçado sobre as migalhas do tempo
Mas eu fiz o melhor que pude
Dentro desse quadro feroz
Que amoldura o todo nosso
Vê se faz um silêncio
E escuta a canção
Que guardei aqui dentro
Só pra mim
A capella

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